quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Tíquete médio cai pela metade no Dia dos Pais.

Pesquisas apontam que o brasileiro está menos disposto a adquirir presente para a data. O menor apelo sentimental faz com que o comércio aposte em promoções para não ter prejuízo.

Shoppings mostram maior otimismo com perspectiva de alta nas vendas na ordem de 5% no período
Shoppings mostram maior otimismo com perspectiva de alta nas vendas na ordem de 5% no período
Foto: Marcelo Fonseca/BrazilPhotoPress/Estadão Conteúdo  
          
São Paulo - Assim como outras datas sazonais, as vendas para o Dia dos Pais, comemorado neste domingo (9), serão tímidas para o varejo. A previsão é de queda de até 3% no volume. Com o presente, ou melhor, com a lembrancinha, o consumidor deverá ainda reduzir o gasto médio quase pela metade.

Segundo o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Vitor França, a rápida deteriorização do cenário econômico vai fazer com que muitos pais fiquem até sem presente no período. "Nós tivemos aumento no desemprego e uma queda acentuada no otimismo. A data ocorre em um período em que o varejista tem de ser mais criativo para chamar a atenção do cliente."

Para o economista, o baixo apelo emocional da data pode colaborar para uma queda muito maior nas vendas este ano, lembrando que o Dia das Mães também foi fraco este ano. A época é a quinta mais importante em vendas depois do Natal, Dia das Mães, Black Friday e Dia dos Namorados. "Desta maneira, para atrair o consumidor os varejistas estão com um número maior de promoções. Mas os presentes de menor valor agregado podem vir a ser a opção dos filhos. Isso se eles tiverem condições de gastar", explicou.


Economizando
Estudo realizado pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito - Boa Vista SCPC apontou que o tíquete médio de compra no período será de até R$ 112,40, valor 48% inferior ao do ano passado. Isso reforça a afirmação da sócia-proprietária da rede Beercode, Ketlyn Zim de que o presente será mais em conta este ano. "Percebemos uma migração do consumo para os produtos mais baratos. Estamos com projeções realistas para a data", apontou ela.

A executiva explicou que a migração levou a rede, que comercializa cervejas (nacionais, importadas e artesanais) a criar kits do mais simples ao mais sofisticado. "Assim conseguimos atender a demanda do mais variado público", disse.

Como a conjuntura econômica do País está conturbada e sua sede, no Rio Grande do Sul, passa por crise financeira, com atrasos em pagamentos de serviços públicos e outros, Ketlyn afirmou que a região sofrerá mais com a possível queda nas vendas. "Entramos recentemente em São Paulo e não sentimos arrefecimento muito grande nas vendas. Já no Rio Grande do Sul o movimento já é bem nítido", disse.


Contramão
Os segmentos de shoppings e e-commerces mostraram maior otimismo para as vendas no período. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) estima que o movimento tenham incremento de 5%. Na Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a estimava é de alta de 26%. "O e-commerce é um canal muito procurado na hora de escolher um presente. Hoje, 20% das compras são destinadas a presentear alguém e justamente por isso o canal leva mais vantagem perante as lojas físicas em datas sazonais", explicou o presidente da ABComm, Maurício Salvador.

Ainda segundo o presidente da entidade, a estimativa é de que o setor movimente R$ 1,73 bilhão na data, com 5,5 milhões de pedidos ao tíquete médio de R$ 315. "O fator comodidade, aliado a possibilidade de uma pesquisa mais profunda impulsiona as vendas no canal", falou.

Flávia Milhassi
http://www.dci.com.br/comercio/tiquete-medio-cai-pela-metade-no-dia-dos-pais-id486875.html

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