terça-feira, 29 de setembro de 2015

PMEs preferem fechar portas a pedir recuperação judicial.

Malena Oliveira - O Estado de S. Paulo
29 Setembro 2015 | 07h 00
 

Pequenas e médias empresas lideram em pedidos, mas recurso ainda é inexplorado, avaliam especialistas.
Pequenas e médias empresas são maioria entre as que utilizam a recuperação judicial para evitar a falência. Entretanto, acionar a Justiça para negociar com credores não deveria ser um recurso para amenizar problemas estruturais: “Estar em dificuldade financeira não significa necessariamente ter de entrar em recuperação judicial”, diz Paulo Funchal, sócio da divisão de Fusões e Aquisições da consultoria Grant Thornton.

Apesar de estar em expansão, a procura pelo mecanismo por empresas menores ainda é baixa. Além disso, muitas delas adotam a “estratégia do avestruz” ao simplesmente baixar as portas, como exemplifica o gerente do Sebrae, Bruno Quick. “A lei no Brasil favorece muito o credor, pois a dívida nunca prescreve”, destaca. Para o analista Gabriel Rizza, também do Sebrae, regras mais claras, simples e previsíveis dariam mais segurança jurídica para as empresas endividadas.

Pequenas e médias empresas são maioria entre as que usam recuperação judicial para evitar falência
Pequenas e médias empresas são maioria entre as que usam recuperação judicial para evitar falência
Para evitar um pedido de recuperação judicial, planejamento de longo prazo – com duração entre cinco e dez anos – e uma avaliação detalhada e periódica das condições da empresa são os pontos-chave, explica Funchal. O exame, no entanto, varia para cada tipo de negócio e depende do quanto as finanças estão comprometidas: “Infelizmente, muitas empresas apenas jogam mais para a frente a amargura de um processo de falência”, diz o executivo.
Com a economia fraca, o número de pedidos de recuperação judicial deve bater recorde em 2015, mostram dados da Serasa Experian. Até agosto deste ano, eles somavam 766, o maior valor acumulado para o mês desde 2005, quando a lei que criou o recurso entrou em vigor. Este ano, pequenas empresas entraram com 393 dos pedidos, enquanto as médias, com 228. “Em termos absolutos, o número de pequenas empresas é maior porque, no Brasil, elas são a maioria dos CNPJs ativos”, diz o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Pelos dados de agosto da Receita Federal, há mais de 16 milhões de empresas ativas no País, sendo 12,8 milhões de pequeno porte (EPPs) e 584,4 mil microempresas (MEs).

Sinais. Termômetro para as pequenas e médias empresas, o caixa pode ajudar a elaborar estratégias de negócio: “O fluxo de caixa precisa projetar ascendência. Se as retas (que apontam a entrada e a saída de recursos) indicam que vão se cruzar, é um sinal negativo”, diz o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emilio Alfieri.
Além disso, pensar no futuro também é fundamental, destaca o sócio da PwC, José Braga: “É preciso ter muito bem planejado o que vai se gerar de caixa nos próximo seis a doze meses”, diz.
À lista de alternativas, Ulisses Brondi, sócio da consultoria Asis, acrescenta que empresas podem utilizar dados de tributação enviados à Receita para fazer um raio X de sua situação: “Como elas precisam guardar esses dados por pelo menos cinco anos, é possível fazer um panorama”, diz.
Detectado o perigo, é preciso reduzir custos, renegociar prazos com credores ou até mudar os rumos do negócio para driblar os ventos desfavoráveis.
Outra possibilidade é a procura de um sócio, como aponta Funchal. Mesmo com as complicações no cenário econômico, o executivo diz que empresas brasileiras ainda são atraentes para investidores estrangeiros que olham para o longo prazo.

 

http://economia.estadao.com.br/noticias/governanca%2cpmes-preferem-fechar-portas-a-pedir-recuperacao-judicial-%2c1770779


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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Inadimplência de empresas recua 5,7% em agosto ante julho, diz Serasa Experian.

Apesar do recuo o resultado mostra um crescimento de 16,1% em relação a agosto de 2014.
inadimplência falência endividamento dívidas contas
Inadimplência falência endividamento dívidas contas
Foto: Forest Path/Dreamstime
SÃO PAULO - A inadimplência dos empresários diminuiu em agosto, mas não foi suficiente para anular o forte crescimento dos calotes das empresas nesse ano. O Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas apontou um recuo de 5,7% em agosto ante julho e somou elevação de 13,3% no ano até o fim do mês passado. Segundo a Serasa Experian, esse é o maior porcentual nesta comparação desde 2012, quando foi observado aumento de 14,3%. C entre os dois períodos, o resultado mostra um crescimento de 16,1% em relação a agosto de 2014.
Os cheques sem fundos foram os que mais pesaram para a queda do indicador no mês, com decréscimo de 13,4% e contribuição negativa de 2,0 pontos porcentuais (p.p.). As dívidas bancárias também tiveram queda (-2,0%), gerando uma contribuição negativa para a variação mensal de 0,4 p.p.. Os protestos de títulos tiveram a mesma queda (2,0%), contribuindo negativamente com 4,2 p.p.
As dívidas não bancárias (junto aos cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc.) foram as únicas a aumentar em agosto ante julho. Tiveram alta de 2,3% e contribuição positiva de 0,9 p.p.
O valor médio dos títulos protestados cresceu 15,4% de janeiro a agosto de 2015, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O valor médio dos cheques sem fundos e das dívidas não bancárias também apresentou alta de 6,8% e 0,4%, respectivamente. Já o valor médio da inadimplência com os bancos registrou queda de 18,5%.
Em comunicado à imprensa, os economistas da Serasa Experian explicam que o "aprofundamento da recessão econômica e as escaladas das taxas de juros e do dólar estão impactando negativamente a geração de caixa e a capacidade de pagamento das empresas, impondo sérias dificuldades à quitação de seus compromissos financeiros neste ano de 2015".

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/economia/inadimplencia-de-empresas-recua-5,7-em-agosto-ante-julho,-diz-serasa-experian-id498672.html
Levy diz que governo tem que cortar mais gastos.
 
Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília
Ministro da Fazenda Joaquim Levy: "Tinha gente que achava que o 'downgrade' (perda do grau de investimento) estava no preço e que, portanto, podíamos ser complacentes"
Da REUTERS

SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico que o governo terá que realizar mais cortes de gastos para evitar o agravamento da crise econômica.
"Tinha gente que achava que o 'downgrade' (perda do grau de investimento) estava no preço e que, portanto, podíamos ser complacentes", disse ele em entrevista publicada nesta segunda-feira.
"Ficou claro que não estava e que temos rapidamente de fazer mais contenção nos gastos para contrabalançar impostos, porque a economia pode piorar se titubearmos agora."
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Levy ainda destacou que não haverá recuperação da economia se a equação fiscal não for resolvida, o que permitiria a redução da taxa de juros.
Mas isso não é garantia suficiente para a sustentação do crescimento "se não houver o terceiro elemento, das reformas estruturais", disse ele.

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/levy-diz-que-governo-tem-que-cortar-mais-gastos-segundo-valor

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Dólar cai mais de 1,5% no início dos negócios, de olho em BC.

Bruno Federowski, da REUTERS

Pessoa conta notas de dólar
Dólar: o BC atuará três vezes no mercado nesta sessão, com um leilão de até 20 mil novos swaps
São Paulo - O dólar recuava mais de 1,5 por cento ante o real no início dos negócios desta sexta-feira, dando continuidade ao recuo da véspera, após o Banco Central manter forte sua presença no mercado com anúncio de duas intervenções adicionais nesta sessão, além da esperada rolagem de swaps cambiais.
Às 9:09, o dólar recuava 1,84 por cento, a 3,9181 reais na venda, após marcar na véspera a maior queda diária desde o fim de 2008.
O BC atuará três vezes no mercado nesta sessão, com um leilão de até 20 mil novos swaps, equivalentes a venda futura de dólares; um leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra; e oferta de até 9,45 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro.

http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/dolar-cai-mais-de-1-5-no-inicio-dos-negocios-de-olho-em-bc

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Juros batem recorde pressionados por inadimplência, Selic e economia.

Segundo especialistas, taxa Selic colabora para alta de juros, mas não é fator principal, e ressaltam que maior restrição de crédito vista nos bancos é reflexo do cenário de instabilidade e incertezas.



São Paulo - Segundo especialistas, a taxa Selic não é o único fator influente na piora das condições de crédito. O atual ambiente político-econômico, somado aos prazos e créditos reduzidos e aos altos indicadores de inadimplência e juros, favorece o risco do crédito.
Ontem, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, apresentou uma série de novos recordes de taxas de juros em agosto, já ultrapassando os patamares já altos observados no mês anterior.
"Isso é para ilustrar que estamos num nível relativamente elevado de juros e o ciclo de alta da Selic é o principal determinante desse movimento", resumiu.
Para Clemens Vinícius de Azevedo Nunes, professor de Economia da Escola de Economia de São Paulo da Faculdade Getulio Vargas (EESP/FGV), apesar de a Selic ser um dos fatores que colaboram na alta dos juros, ela não é o elemento principal.
"Selic mais alta, significa menos PIB [Produto Interno Bruto], menos crescimento econômico e mais desemprego, ou seja, maior inadimplência. O fato é que os bancos já estão se antecipando para não receber e, hoje, já cobram mais caro. É um conjunto. Inadimplência, aumento de encargos fiscais e a incerteza do cenário econômico", avalia o professor.
Oferta
Já a oferta de crédito pelo BNDES mostrou um crescimento "bem mais modesto" por causa das concessões, que caíram 26% no ano, segundo o técnico. E o BC manteve praticamente inalteradas suas projeções para expansão do crédito em 2015, mantendo, no crédito total, a expectativa de 9% de alta.
A única mudança foi na perspectiva para o crédito nos bancos privados nacionais, que passou de 4% para 3%. A previsão para o crédito livre foi mantida em 5%; para o direcionado, em 14%; para os bancos públicos, em 13%, e para os bancos privados estrangeiros também mantida em 7%.
Segundo Miguel Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a situação dos bancos, tanto como os públicos e privados como até mesmo os estrangeiros, já se mostram mais restritivos diante desse cenário.
"Todos eles vão ficar mais restritivos e com retração de crédito, preocupados com a própria dificuldade de conseguir conceder recursos. Até mesmo porque o risco de crédito também acaba afetando-os", analisa o especialista.
Tulio Maciel destacou ser "natural e salutar" para o próprio sistema que o crescimento do mercado de crédito seja menor, mas sustentável.
"Tivemos um avanço importante nesse período em termos de base de crédito. Atingido esse patamar, é natural que tenhamos crescimentos menores", salientou o técnico.
De acordo com os dados de agosto do BC, as instituições públicas voltaram a puxar o aumento do estoque de crédito em agosto ante julho.
Houve avanço de 1%, para R$ 1,737 trilhão. No acumulado do ano, a alta está em 7% e, em 12 meses, de 14,3%.
As instituições financeiras estrangeiras apresentaram o segundo maior crescimento na margem em agosto, de 0,5%.
O estoque desse grupo está em R$ 451,420 bilhões. No ano, a alta é de 2,3% e, em 12 meses, de 7,4%. Já os bancos privados nacionais registraram um incremento de 0,2% do estoque na comparação mensal, para um total de R$ 943,693 bilhões. No ano, há queda de 1% e, em 12 meses, alta de 2,9%.
Segundo Nunes, "boa parte da situação de crédito foi puxada pela expansão dos bancos públicos" que, agora, já atingiram um patamar "restrito pelos ajustes do governo".
"Os bancos públicos já estão numa situação que não tem mais capital suficiente pra expandir os créditos. Eles precisam de capitalização, que precisa vir do governo, que não tem recursos. Em um cenário como esse é melhor ter seu capital rendendo Selic do que você emprestar e correr o risco de não receber de volta", afirmou Nunes.
Questionado sobre se a projeção do BC de expansão de 9% para o mercado este ano é o novo ritmo do setor para o Brasil, Tulio Maciel disse que não se atreveria a dizer qual é o percentual a ser considerado como o mais adequado.
"Depende de condições diversas, mas é razoável supor que venha a prevalecer à frente [essa taxa]", afirmou.
Para os especialistas ouvidos pelo DCI, a melhora do cenário ainda depende do processo de estabilização da economia.
De acordo com Fabiano Lima, pesquisador do Instituto Assaf, a situação só verá mudanças quando os indicadores econômicos do País começarem a melhorar. "Agora deve estabilizar, já não houve mais aumento da taxa de juros. A partir do momento que a inflação começar a ceder, a taxa já pode começar a cair. Mas isso não deve ser logo", conclui.

Isabela Bolzani e Agências
http://www.dci.com.br/financas/juros-batem-recorde-pressionados-por-inadimplencia%2C-selic-e-economia--id497863.html

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Volume de cheques devolvidos tem maior nível para agosto em 24 anos.
Serasa aponta que a falta de fundos de 2,11% das folhas no oitavo mês é reflexo do agravamento da recessão econômica.

 
Em oito meses, índice de cheques devolvidos atingiu 2,19%
Em oito meses, índice de cheques devolvidos atingiu 2,19%
Foto: Estadão Conteúdo

SÃO PAULO - O volume de cheques devolvidos atingiu nível recorde em agosto, refletindo o agravamento da recessão econômica no terceiro trimestre, de acordo com a Serasa Experian. O porcentual de documentos que não foi compensado por falta de fundos foi de 2,11% no oitavo mês deste ano, sendo o mais elevado desde o início do levantamento, em 1991. A taxa veio ligeiramente menor que a apurada em julho de 2015 (2,29%) e suavemente maior que ao de agosto de 2014 (2,02%).

Conforme a Serasa, o índice de cheques devolvidos também chegou a um patamar histórico quando se avalia os oito primeiros meses de 2015, ao chegar em 2,19%. A taxa só é inferior à de 2,25%, de janeiro a agosto de 2009. Entre o primeiro mês e oitavo do ano passado, o porcentual de cheques sem fundos foi de 2,10%.

Na opinião dos analistas da entidade, a piora das condições econômicas vem provocando mais desemprego e levado ao aumento da inadimplência com cheques no País. Além desse fator, a inflação e os juros elevados impõem agravamento adicional ao atual momento de crescimento.

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/financas/volume-de-cheques-devolvidos-tem-maior-nivel-para-agosto-em-24-anos-id497132.html

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Retração do PIB em 2015 passa de -2,55% para -2,70%.

Victor Martins, do Estadão Conteúdo

Reais
PIB do Brasil: para 2016, a mediana das previsões passou de -0,60% para -0,80% ante taxa de -0,24% de quatro semanas atrás
Brasília - Após a constatação de recessão econômica com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre pelo IBGE e o rebaixamento brasileiro pela agência de classificação de risco Standard & Poors, a mediana das previsões de analistas do mercado financeiro no Relatório de Mercado Focus piorou ainda mais.
De acordo com o documento divulgado nesta segunda-feira, 21, pelo Banco Central, a perspectiva de retração da economia este ano passou de 2,55% para 2,70% - um mês antes estava em queda de 2,06%.
Para 2016, a mediana das previsões passou de -0,60% para -0,80% ante taxa de -0,24% de quatro semanas atrás.
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Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014.
O BC, apesar de também ter revisado para pior sua projeção para este ano, de queda de 0,6% para retração de 1,1%, segue mais otimista que o mercado.
No Relatório Trimestral de Inflação de junho, a instituição informou que a mudança ocorreu em função de piora nas perspectivas para a indústria, cuja expectativa de PIB recuou de -2,3% para -3,0%. Uma nova edição do documento será apresentada no fim deste mês.
No boletim Focus de hoje, a projeção para a produção industrial também mostrou piora significativa: saiu de uma baixa de 6,20% para um recuo de 6,45%.
Já para 2016, a mediana das estimativas foi reduzida de uma alta de 0,50% para +0,20%. Há quatro semanas, as medianas destas previsões eram de, respectivamente, -5,20% e +1,00%.
Para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas também passou por ajustes. Para 2015, subiu de 36,20% para 36,30% de uma semana para outra. Para 2016, a taxa subiu de 39,10% para 39,20%. Há quatro semanas, estava em 38,50%.

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/retracao-do-pib-em-2015-passa-de-2-55-para-2-70

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Emprego industrial cai 0,7% em julho, aponta IBGE.

Com o resultado, o emprego industrial acumula recuos de 5,4% no ano e de 4,9% em 12 meses.
Na comparação com julho de 2014, o emprego industrial apontou queda de 6,4% em julho deste ano
Na comparação com julho de 2014, o emprego industrial apontou queda de 6,4% em julho deste ano
Foto: Reuters
RIO DE JANEIRO - O emprego na indústria recuou 0,7% na passagem de junho para julho, na série livre de influências sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 18. Com o resultado, o emprego industrial acumula recuos de 5,4% no ano e de 4,9% em 12 meses.
Já na comparação com julho de 2014, o emprego industrial apontou queda de 6,4% em julho deste ano. Trata-se do 46º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e o mais intenso desde julho de 2009, quando o recuo foi de 6,7%.
Segundo o órgão, na comparação interanual foram registradas reduções no contingente de trabalhadores em 17 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para meios de transporte (-11,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-15,1%), máquinas e equipamentos (-9,1%), produtos de metal (-10,7%), alimentos e bebidas (-2,8%), outros produtos da indústria de transformação (-10,1%), borracha e plástico (-6,0%) e calçados e couro (-7,5%). O setor de produtos químicos (0,0%) foi o único que não mostrou resultado negativo no mês.

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/industria/emprego-industrial-cai-0,7-em-julho,-aponta-ibge-id496705.html

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Com câmbio favorável, brasileiros promovem suas empresas no exterior.

Em setembro, grupos de empresários já visitaram Itália, Reino Unido e Paraguai. Segundo especialistas, também há maior aproximação com Estados Unidos e países da América do Sul.



São Paulo - O real desvalorizado tem incentivado empresários a ampliarem suas vendas para outros países. Viagens para Europa e América Latina e Estados Unidos ganham espaço na agenda dos brasileiros.
As exportações tem papel importante no Brasil neste ano, aparecendo como uma via de escape em tempos de crise. E os empresários do País não estão parados: missões internacionais, principalmente para países europeus, acontecem com maior frequência no segundo semestre de 2015. O objetivo é divulgar os produtos nacionais, agora mais baratos, e, se possível, trazer novos acordos para casa.
"É bastante claro que, com a alta do dólar e uma recessão interna violenta, a tendência é que as empresas daqui busquem maior espaço no mercado externo", diz Mauro Rochlin, professor de MBA da FGV.
"De fato, há um interesse maior em exportar e buscar compradores diferentes", concorda Fábio Faria, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). "Já que os importadores tradicionais, como Argentina e Venezuela, estão em crise, há uma maior aproximação com países europeus e com os Estados Unidos, além de outras nações sul-americanas, como México e Colômbia", completa.
No começo deste mês, representantes de quinze empresas brasileiras foram à Itália. A viagem foi organizada por uma série de entidades que buscam ampliar as exportações, como a Federação e o Centro das Indústrias de São Paulo (Fiesp/Ciesp) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). No país europeu, os empresários participaram de seminário técnico com foco nas regulamentações do mercado local e conheceram melhor as tendências de consumo do continente.
No ano passado, o Brasil ficou na 24ª posição do ranking de origem das importações feitas pela Itália. As vendas brasileiras para o país europeu se concentraram em minérios (15,7%), pastas de madeira (14,9%) e café, chá, mate e especiarias (13,8%).
A Itália não foi o único país europeu visitado por brasileiros neste ano. Com o apoio do governo britânico, executivos de 54 empresas e organizações empresarias pousaram no Reino Unido no último dia 8. A finalidade da viagem foi aproximar instituições, governo e empresas dos dois países.
Outro destino visitado recentemente por brasileiros foi o Paraguai. O ministro Armando Monteiro, da pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) acompanhou um grupo com representantes de 59 empresas em uma viagem ao país na semana passada. Segundo a assessoria do ministério, a viagem teve como objetivo "aumentar o comércio e os investimentos bilaterais entre as duas nações".
Sobre o aumento das vendas para o exterior, Rochlin afirma que "o crescimento das exportações de commodities, que também depende da cotação internacional dos produtos, acontece mais rapidamente com a alta do dólar". A negociação de manufaturados, por outro lado, "é mais lenta, já que o cliente precisa notar uma estabilidade do câmbio brasileiro para trocar um fornecedor chinês, por exemplo, por um do Brasil".
O economista também ressalta que o próprio empresário brasileiro precisa de maior segurança para ampliar suas vendas. "É complicado fechar um contrato de dois anos sem saber se o câmbio e, consequentemente, o valor dos produtos, continuará o mesmo durante este período."
Cenário favorável
A combinação de real desvalorizado e mercado interno em recessão amplia a atratividade de produtos "made in Brasil" no exterior. Comprado por R$ 3,83, o dólar, que há poucos anos era negociado por R$ 1,50, "não deve valer menos que R$ 3,50 neste ano", aposta Rochlin. Dessa forma, "continuará alta a receita em reais do exportador nacional".
A crise econômica no Brasil também incentiva a aposta em outros países. De acordo com Faria, "o mercado interno muito ruim faz com que a única alternativa do produtor seja buscar o mercado externo".
Entre janeiro e agosto deste ano, o saldo comercial brasileiro (exportações menos importações) alcançou US$ 7,3 bilhões. O valor é bastante superior ao resultado de todo o ano passado, que ficou negativo em US$ 4 bilhões. 

Renato Ghelfi
http://www.dci.com.br/economia/-com-cambio-favoravel%2C-brasileiros-promovem-suas-empresas-no-exterior-id496335.html

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Queda nas vendas do varejo em julho é a mais forte desde 2000.

Recuo foi de 1,0% sobre junho e de 3,5% em relação a julho do ano passado; varejo restrito teve alta na comparação com o mês anterior.

IBGE: varejo tem queda mais forte desde 2000
IBGE: varejo tem queda mais forte desde 2000
Foto: Tiago Queiroz/ Estadão Conteúdo
RIO DE JANEIRO - A queda de 1,0% nas vendas do varejo restrito em julho ante junho foi a mais intensa para o mês desde o início da série da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), em janeiro de 2000. Já no confronto com julho do ano passado, o recuo de 3,5% é o maior para o mês desde 2003 (-4,4%), informou nesta quarta-feira, 16, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O varejo ampliado, por sua vez, teve em julho ante junho alta de 0,6%, a primeira elevação nas vendas nesta comparação desde novembro de 2014. Já no confronto com julho do ano passado, a queda de 6,8% nas vendas foi a mais intensa de toda a série, iniciada em 2005 nesta base.

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/comercio/queda-nas-vendas-do-varejo-em-julho-e-a-mais-forte-desde-2000-id496104.html

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Governo prepara cortes de gastos em torno de R$20 bi, dizem jornais.

Cortes seriam definidos em reunião nesta manhã, depois de encontros realizados sábado e domingo entre Dilma e ministros.
Governo prepara cortes de gastos em torno de R$20 bi
Governo prepara cortes de gastos em torno de R$20 bi
Foto: Sergio Moraes/Reuters
BRASÍLIA - O governo prepara cortes de gastos em torno de 20 bilhões de reais para cobrir parte do déficit do Orçamento de 2016 que consta da proposta enviada ao Congresso no final de agosto, segundo reportagens publicadas nos principais jornais nesta segunda-feira.
O Estado de S. Paulo e O Globo relatam cortes de 20 bilhões de reais, enquanto a Folha de S. Paulo diz que a presidente Dilma Rousseff prepara uma redução de despesas superior a 22 bilhões de reais.

Segundo as reportagens, os cortes seriam amarrados em reunião nesta manhã, depois de encontros realizados sábado e domingo entre Dilma e ministros. Eles envolveriam vendas de terrenos e imóveis, leilões de apartamentos funcionais, revisão de contratos, diminuição de secretarias e diretorias e de cargos comissionados e mesmo despesas obrigatória, como gastos com a Previdência e funcionalismo.

O governo deverá também buscar a elevação de receitas, via aumentos de tributos, segundo as reportagens.
A proposta orçamentária para 2016 com um déficit de 30,5 bilhões de reais foi uma das justificativas para a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixar o rating soberano do Brasil, tirando o selo de bom pagador do país.

Reuters
http://www.dci.com.br/economia/governo-prepara-cortes-de-gastos-em-torno-de-r$-20-bilhoes-id495471.html

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Mercado prevê dólar em menor preço em 2016 frente ao nervosismo atual.

Apesar da incerteza política do momento, agentes financeiros já projetam a taxa de juros Selic em 12% para dezembro do próximo ano, um sinal de expectativas mais positivas para investimento.

 

São Paulo - No câmbio nenhuma projeção de mercado garante acerto, mas é fato que os agentes financeiros esperam um preço mais comportado da moeda americana no final de 2016 ante o atual momento de incertezas no mercado brasileiro.
Ontem, o Banco Central realizou dois leilões e conseguiu diminuir um pouco a falta de liquidez de moedas nos bancos levando a mínima da sessão até R$ 3,7793. Mas ao final dos negócios, a cotação do dólar à vista recuou 1,07% para R$ 3,819.
Na média acompanhada pelo BC, a chamada Ptax ficou em R$ 3,8028, ante o valor de R$ 3,8083 às 13 horas de ontem. "Para o final de 2016, o mercado vê o dólar a R$ 3,70. Mas R$ 3,60 seria um valor mais justo entre importadores e exportadores", diz o diretor da corretora Graco Exchange, Leandro Gomes.
Essa expectativa também está relacionada ao cenário de juros. Segundo a pesquisa Focus divulgada ontem, o mercado também projeta a taxa básica de juros (Selic) em 12% ao ano em dezembro de 2016, frente o patamar atual de 14,25% ao ano. "Ninguém aguenta uma Selic tão elevada. No mínimo o mercado vê que as taxas de juros devem começar a cair em 2016 para que a economia comece a andar", afirma.
O executivo explicou que a procura por dólar aumentou nos últimos dois meses e que as empresas e os importadores estão buscando "zerar" seus compromissos em moeda estrangeira. "As multinacionais que estão com caixa está zerando os compromissos com remessas de dividendos", exemplificou o diretor.
Na visão do gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Mulero Galhardo, provavelmente o Banco Central (BC) deverá realizar mais leilões "de linha" daqui para frente para tentar acalmar o mercado. "Somando com o leilão anterior, são mais de US$ 5 bilhões, sinal que houve demanda para cobrir o caixa das empresas. O BC também tem rolado 100% dos contratos de swaps cambiais [troca de juros pela variação da moeda]", diz.
Para o economista da AZ FuturaInvest, Paulo Eduardo Nogueira, a intervenção do Banco Central por meio de derivativos no mercado de câmbio perdeu "um pouco da eficácia" nos últimos meses. "Essa política já teve uma eficácia maior até julho. Ainda tem um pouco de efeito, mas não é suficiente. Muitas vezes, o mercado precisa da moeda à vista", disse.
O economista argumenta que o dólar subiu muito acima do que o mercado esperava para agosto e setembro. "Se o dólar continuar se apreciando e afetar o preço dos importados isso pode até fazer que os juros aumentem eventualmente. No momento, os estoques de produtos importados ainda estão altos, mas se houver repasses isso poderá retardar uma queda da Selic pelo BC."
Em outra linha de argumentação, Galhardo diz que as perspectivas para o futuro ainda são obscuras. "Não há muito alívio de pressão sobre o dólar por causa das incertezas políticas, por isso não há uma tendência de queda mais forte. A cotação está mais próxima de R$ 4 por US$ 1, possibilidade mais clara", diz o gerente. 

Efeito no câmbio turismo
Mesmo com a pequena queda na cotação do dólar comercial ontem, nas casas de câmbio, o dólar turismo seguia cotado próximo do patamar de R$ 4. O portal da Graco Exchange, por exemplo, informava a cotação em R$ 3,97 sem a alíquota de 0,38% do Imposto de Operações Financeiras (IOF), se adicionado o IOF, o preço alcançava o valor de R$ 3,985.
No portal da Treviso Corretora, o preço já adicionado o IOF oscilava entre o mínimo de R$ 3,98 e o valor de R$ 4,02 para a cidade de São Paulo.
Segundo o último relatório do Banco Central, houve uma redução de 30,4% dos gastos [em dólar] dos brasileiros no exterior. Em julho de 2015 esse volume atingiu US$ 1,2 bilhão, ante US$ 1,623 bilhão em igual período do ano passado. No acumulado de janeiro a julho de 2015, essas despesas [em dólar] tiveram redução de 21,75% para US$ 8,2 bilhão, ante US$ 10,48 bilhões nos sete primeiros meses de 2014.
Mas quando se considera o valor em reais, o que se observa nominalmente é um aumento dos gastos em torno de 15%. Em igual período dessa comparação, os gastos de brasileiros no exterior subiram de R$ 23 bilhões nos sete primeiros meses de 2014 para cerca de R$ 26,4 bilhões no período de janeiro a julho de 2015. O dólar médio diário subiu 46%. 

Ernani Fagundes
http://www.dci.com.br/financas/mercado-preve-dolar-em-menor-preco-em-2016-frente-ao-nervosismo-atual-id494467.html

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Apple se torna ainda mais dependente do iPhone.

Adam Satariano e Alex Tribou, da Bloomberg

iPhone 6
iPhone 6: desde que o aparelho foi lançado em 2007, a Apple nunca tinha coletado uma porcentagem tão grande de sua renda de um único produto quanto agora
Apesar de todas as atenções que a Apple Inc. recebeu neste ano com seu novo relógio inteligente e seu novo serviço de música, ou com os rumores sobre um aparelho de televisão atualizado e o desenvolvimento de um carro, a companhia está cada vez mais dependente do iPhone.
Desde que o aparelho foi lançado em 2007, a Apple nunca tinha coletado uma porcentagem tão grande de sua renda de um único produto quanto agora – mesmo com o lançamento de novos produtos e serviços.
A posição do aparelho no centro da órbita da Apple ficará evidente no dia 9 de setembro, quando o CEO Tim Cook apresentar novos modelos no Bill Graham Civic Auditorium, em São Francisco, EUA.
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Espera-se que os novos aparelhos terão designs semelhantes aos do iPhone 6 e do iPhone 6 Plus, com uma câmera aperfeiçoada, um processador mais rápido e uma nova interface na tela de toque, que possibilitará que os usuários deem um comando pressionando a tela com força.
Junto com o iPhone, espera-se que a companhia apresente no evento uma atualização da Apple TV, o set-top box que vai ganhar um novo controle remoto e poderá rodar aplicativos como jogos de desenvolvedores externos, de acordo com pessoas familiarizadas com os planos. Também espera-se um novo iPad com tela maior, disse outra pessoa. A Apple não quis comentar.
Embora não seja o único protagonista, o iPhone não dá sinais de que perderá sua posição como produto mais lucrativo da Apple.
Na verdade, sua importância está aumentando, pois as vendas do iPad estão caindo e o Apple Watch continua sendo um produto jovem e de nicho, embora prometedor.
 
Dilema
A dominância na receita aumenta os interesses em jogo para que Cook mantenha o aparelho símbolo da empresa na liderança das vendas.
A ação da Apple caiu nos meses passados em parte devido à preocupação quanto ao crescimento futuro, em particular em relação à demanda pelo iPhone na China. As ações recuaram 14 por cento desde 21 de julho, quando a empresa informou remessas de iPhone e uma projeção de vendas abaixo das estimativas dos analistas.
Esse é um dilema que qualquer CEO gostaria de ter: o iPhone gerou US$ 102 bilhões em vendas no último ano fiscal da Apple, mais do que as receitas anuais da Google Inc., da Facebook Inc. e da Twitter Inc. juntas.
Para colocar em perspectiva o quanto os negócios do iPhone cresceram, pense no mercado automotivo em que a Apple vem considerando entrar.
De acordo com Benedict Evans, analista de pesquisa e sócio da empresa de capital de risco Andreesen Horowitz, o mercado de carros premium, que inclui Mercedes-Benz, BMW, Audi e Lexus, gera cerca de US$ 220 bilhões em renda anual combinada. “Na comparação”, escreveu ele no dia 21 de agosto, “a receita do iPhone nos últimos doze meses foi de US$ 146,6 bilhões”.

http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/apple-se-torna-ainda-mais-dependente-do-iphone

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Pedidos de recuperação judicial mais que dobram em agosto sobre um ano antes.

SÃO PAULO - Os pedidos de recuperação judicial de empresas do Brasil mais que dobraram em agosto sobre o mesmo mês do ano passado, avançando também na comparação mensal, divulgou nesta quinta-feira a empresa de análise de informações de crédito Serasa Experian.

O número de requerimentos de proteção contra credores somou 139 ante 65 em agosto de 2014. Na comparação com julho, houve crescimento de 3 por cento.

Já a quantidade de pedidos de falência cresceu 24,2 por cento em agosto na comparação anual e 6,9 por cento ante julho.

"O aprofundamento do quadro recessivo da economia brasileira ao longo do segundo trimestre deste ano e os sinais de novo enfraquecimento da atividade que começam a surgir relativamente ao terceiro trimestre, conjugados com altas do dólar e dos juros, colocam dificuldades adicionais à solvência financeira das empresas", afirmaram economistas da Serasa Experian em comunicado à imprensa.

Na véspera, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) interrompeu ciclo de alta dos juros, mas sinalizou que a taxa de 14,25 por cento da Selic será mantida por um período significativo.

(Por Alberto Alerigi Jr.) Reuters

http://www.dci.com.br/industria/pedidos-de-recuperacao-judicial-mais-que-dobram-em-agosto-sobre-um-ano-antes-id493503.html

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Dólar sobe 2% e bate R$ 3,70 pela 1ª vez desde 2002 por China e apreensão fiscal.

Moeda norteamericana encerrou agosto com alta de 5,91% e acumula no ano valorização de 36%.

Mulher segura nota gigante de dólar e uma nota de 5 reais em Itu
Mulher segura nota gigante de dólar e uma nota de 5 reais em Itu
Foto: Reuters  
          
SÃO PAULO - O dólar avançava 2 por cento e atingiu 3,70 reais pela primeira vez desde 2002 nesta terça-feira, refletindo a aversão ao risco nos mercados externos diante de renovadas preocupações com a China e nervosismo com a possibilidade de o Brasil perder seu selo de bom pagador diante da deterioração das contas públicas.
Às 16:15, o dólar avançava 1,86 por cento, a 3,6945 reais na venda, após encerrar agosto com alta de 5,91 por cento e acumular no ano valorização de 36 por cento. Na máxima do dia, a divisa norte-americana alcançou 3,7040 reais, maior nível intradia desde 13 de dezembro de 2002 (3,7750 reais).
"Se agosto foi ruim, setembro começa tão mal quanto", escreveu em nota a cliente o operador da corretora SLW João Paulo De Gracia Corrêa.

A atividade no setor industrial da China encolheu à taxa mais forte em ao menos três anos em agosto, mostrou o índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial. Preocupações com a economia chinesa, referência para investidores em mercados emergentes e importante parceiro comercial do Brasil, têm provocado apreensão nos mercados globais.
No Brasil, o mercado demonstrava cada vez mais nervosismo sobre a perspectiva de perda do selo de bom pagador do país diante da deterioração das contas públicas do país.
Em relatório intitulado "Admitindo a Derrota", a estrategista para a América Latina do grupo financeiro Jefferies, Siobhan Morden, afirmou que, ao admitir déficit primário para o ano que vem, o governo "completamente paralisa o processo de ajuste". Ela ressaltou ainda que eventual saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do governo não seria mais uma surpresa tão grande quanto há alguns meses.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu início à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com a venda integral de 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês, como de praxe, a autoridade monetária rolará o lote integral, correspondente a 9,458 bilhões de dólares.
Na véspera, o BC fez leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas a intervenção não foi suficiente para evitar que a moeda norte-americana subisse mais de 1 por cento sobre o real. Como nos últimos meses, a autoridade monetária não fez leilão de swaps cambiais no último pregão de agosto.

Reuters
http://www.dci.com.br/financas/dolar-sobe-2-e-bate-r$-3,70-pela-1%C2%AA-vez-desde-2002%3Cbr%3E-id492945.html