sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Demanda das empresas por crédito avança 9,5% em novembro. 

 
(Foto: Divulgação) Demanda das empresas por crédito avança 9,5% em novembro
 

A demanda das empresas por crédito cresceu 9,5% em novembro de 2017 em comparação com o mesmo mês do ano passado (novembro/16). Foi o que apurou o Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito. Na comparação com o mês imediatamente anterior (outubro/17), houve alta de 1,8% na demanda por crédito empresarial. Todavia, no acumulado de janeiro a outubro de 2017, a demanda das empresas por crédito ainda registra queda de 1,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, a retomada do crescimento econômico, aliada à queda dos juros e da inflação, bem como a uma gradual recuperação dos níveis de confiança empresarial estão, aos poucos, reanimando a busca das empresas por crédito.

Em novembro/17, houve alta interanual de 10,2% na demanda das micro e pequenas empresas por crédito. Nas médias e grandes empresas o movimento foi que queda: reduções de 5,2% nas médias e de 2,9% nas grandes empresas.

A queda da busca empresarial por crédito nos primeiros onze meses de 2017 foi determinada pelo comportamento das médias e grandes empresas que exibiram retrações de 7,9% e de 7,1%, respectivamente. Já nas micro e pequenas empresas o recuo foi menor, de 1,6% frente ao período do janeiro a novembro de 2016.

Em novembro/17, as empresas do setor de serviços cresceram em 14,4% a sua demanda por crédito. Nas empresas comerciais a alta interanual em novembro/17 foi de 5,9% e, nas empresas do setor industrial, o crescimento foi de 4,4% frente a novembro/16.

Todos os setores econômicos pesquisados apresentaram quedas em suas demandas por crédito no acumulado de janeiro a novembro de 2017 na comparação com o mesmo período do ano passado: Indústria (-3,4%); Comércio (-2,2%) e Serviços (-1,2%).

No acumulado dos primeiros onze meses de 2017, a demanda empresarial por crédito recuou em quase todas as regiões do país: Norte (-2,8%); Centro-Oeste (-2,6%); Nordeste (-2,4%); Sudeste (-2,3%). Apenas na região Sul, com alta de 0,1%, a demanda empresarial por crédito demonstrou crescimento no acumulado de janeiro a novembro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

(Redação – Investimentos e Notícias)


http://www.investimentosenoticias.com.br/financas-pessoais/credito/demanda-das-empresas-por-credito-avanca-9-5-em-novembro

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Bradesco prevê queda para inadimplência da pessoa física e PME. 

Já na pessoa jurídica, de acordo com o vice-presidente do banco, é mais difícil fazer uma previsão, uma vez que esse segmento é mais volátil.

 

Por Estadão Conteúdo
 
 

Bradesco: "Esperamos redução das provisões para devedores duvidosos em 2018" (Pilar Olivares/Reuters)

São Paulo – O vice-presidente do Bradesco, Alexandre Gluher, afirmou que a tendência para 2018 é de continuidade de queda da inadimplência. Na pessoa física e nas pequenas e médias empresas, segundo o executivo, a trajetória de retração dos calotes está dada e deve se manter no próximo ano.
Já na pessoa jurídica, de acordo com Gluher, é mais difícil fazer uma previsão, uma vez que esse segmento é mais volátil.
Apesar disso, o executivo também espera que nessa carteira a tendência para o próximo ano, a despeito de oscilações no indicador, seja de queda.
“Esperamos redução das provisões para devedores duvidosos em 2018”, acrescentou Gluher.
 

Moedas digitais
Gluher afirmou que há uma euforia em torno das moedas digitais, mas que o momento ainda é de observação. “Se existisse lastro para moedas digitais seria ótimo. A tecnologia por trás das moedas digitais, o blockchain, é sensacional e pode ser usada em outras frentes”, destacou ele, em conversa com a imprensa, nesta tarde de quinta-feira, 14.
Gluher ressaltou que, como não há lastro, os bancos centrais no mundo estão preocupados com o crescimento das moedas digitais.
 

Fintechs
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que todos os bancos foram impactados pelas fintechs, startups do mercado financeiro, mas a maioria das instituições está incorporando essas empresas.
Disse ainda que os grupos com atividade similar à dos bancos terão de passar pela mesma regulação e acrescentou que players já estabelecidos como o Google podem ganhar espaço em mercados que até então somente os bancos atuavam, como, por exemplo, os meios de pagamentos.

https://exame.abril.com.br/economia/bradesco-preve-queda-para-inadimplencia-da-pessoa-fisica-e-pme/

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Febraban: crédito para varejo acelera e inadimplência cai em 2018.

As afirmações do presidente da Febraban reforçam as indicações feitas por representantes de grandes bancos, de que o crédito está voltando a crescer.


Por Aluísio Alves, da Reuters
12 dez 2017



Finanças pessoais: "O crédito às famílias vai continuar crescendo" (George Doyle/Thinkstock)

São Paulo – O ritmo de concessões de crédito para as famílias já voltou a crescer no Brasil e manterá aceleração em 2018, disse nesta terça-feira o presidente da associação que representa bancos do país, Febraban, Murilo Portugal.

“O crédito às famílias vai continuar crescendo e os índices de inadimplência vão continuar caindo”, disse Portugal durante encontro anual do setor bancário.
Portugal citou dados de uma pesquisa recente do Banco Central com profissionais do mercado, a qual indicou que o crédito com recursos livres no país deve crescer 5,4 por cento no ano que vem, ante queda de 0,7 por cento neste ano.

As afirmações do presidente da Febraban reforçam as indicações feitas nos últimos meses por representantes de grandes bancos, de que o crédito está voltando a crescer, com destaque para as famílias.
Na semana passada, o Banco do Brasil afirmou em encontro com analistas que os segmentos pessoa física, agronegócio e pequenas e médias empresas vão liderar o crescimento do crédito em 2018.

Portugal disse também que elementos como a alta tributação e questões regulatórias impediram que os juros ofertados pelos bancos caíssem na mesma velocidade da Selic.
No mesmo evento da Febraban, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que o órgão vai estender o que chama de Agenda+, um conjunto de mudanças regulatórias, com objetivo de reduzir o preço médio do crédito no Brasil.


https://exame.abril.com.br/economia/febraban-credito-para-varejo-acelera-e-inadimplencia-cai-em-2018/

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Número de famílias endividadas sobe para 62,2% em novembro.

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, em comparação a outubro, houve alta de 0,4 ponto porcentual.


Por Fernanda Nunes, do Estadão Conteúdo

 

Dívidas: CNC apurou a segunda queda mensal consecutiva da inadimplência, após o indicador ter alcançado o maior patamar do ano em setembro (moodboard/Thinkstock)

Rio de Janeiro – A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) captou a quinta alta consecutiva do porcentual de famílias endividadas, de 62,2%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) relativa ao mês de novembro, divulgada nesta segunda-feira, 4.
Em comparação a outubro, houve alta de 0,4 ponto porcentual. Em outubro, a taxa foi de 59,6%.
Apesar de ter registrado mais famílias endividadas, a proporção das que possuem contas em atraso diminuiu, atingindo 25,8% do total ante 26% em outubro.
Essa é a segunda queda mensal consecutiva, após o indicador ter alcançado o maior patamar do ano em setembro (26,5%). Comparado a novembro de 2016, no entanto, houve alta de 1,4 ponto porcentual.

A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou estável em 10,1% entre outubro e novembro, mas apresentou alta em relação aos 9,5% de novembro de 2016.
“A taxa de desemprego ainda bastante alta ajuda a explicar a dificuldade das famílias em pagar suas contas em dia e o pessimismo elevado em relação à capacidade de pagamento”, afirma Marianne Hanson, economista da CNC.

Do total de entrevistados, 14,6% declararam estar muito endividadas, o que indica estabilidade em relação ao mês anterior. Na comparação anual, houve alta de 0,1 ponto porcentual.
O porcentual de famílias que se declararam pouco endividadas teve leve alta na comparação mensal, tendo passado de 24,5% para 24,6% do total de entrevistados.
Em relação ao mesmo período de 2016, também ocorreu aumento, de 0,6 ponto porcentual.
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas ficou em 64,2 dias em novembro, superior aos 63,3 dias de novembro de 2016.

Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 32,3% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre as endividadas, 23,8% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
Para 76,9% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido de carnês (16,7%) e financiamento de carro (10,4%).
Os dados da Peic são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.

https://exame.abril.com.br/economia/numero-de-familias-endividadas-sobe-para-622-em-novembro/

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Famílias e empresas pagaram R$ 463 bilhões de juros em 2016.
 
Crescimento foi de 28,3% em relação a 2013, segundo estudo da FecomercioSP.

 

O Globo
21/11/2017
 

SÃO PAULO - As famílias e as empresas brasileiras pagaram R$ 463 bilhões em juros em 2016, o equivalente a 7,16% do Produto Interno Bruto (PIB). Em termos reais, ou seja já descontada a inflação do período, o valor é 28,3% maior em relação ao montante pago em 2013. O cálculo foi feito no estudo "Juros e Inadimplência no Brasil 2014-2016" realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados do Banco Central, e divulgado nesta terça-feira.
De acordo com a Fecomercio SP, essa alta ocorreu num período de recessão econômica e de redução na oferta de empréstimos. Entre 2013 e 2016, o volume de crédito com recursos livres (pessoa física e pessoa jurídica) caiu 17,4% em termos reais.
 

Para a FecomercioSP, o período de maior recessão da história do país (de 2014 a 2016) gerou impactos sobre os mais diversos aspectos da economia, resultando em dívida pública crescente e de magnitude crítica; inflação; desemprego e redução dos investimentos.
"Além disso, a necessidade de elevação sistemática da taxa de juros como instrumento de controle inflacionário e, principalmente, de captação de recursos para rolagem da dívida pública muito acima dos padrões aceitáveis para uma economia saudável gerou impactos financeiros diretos sobre a saúde das empresas e sobre a renda das famílias.
Do total de juros pago, a maior parte veio das famílias, que pagaram R$ 288,3 bilhões em 2016 - 4,46% do PIB. As empresas desembolsaram R$ 174,7 bilhões, o equivalente 2,7% do PIB. O valor total da inadimplência das famílias e empresas no fim de 2016 alcançou R$ 89,2 bilhões, 1,4% do PIB. A inadimplência das empresas ficou em R$ 39,6 bilhões, um aumento real de 33,5% no período.
"Mesmo diante dessas circunstâncias, em 2016, o setor privado conseguiu manter certo controle sobre seus níveis de inadimplência, que haviam crescido muito em 2015, quando chegou a R$ 40 bilhões", diz em nota a FecomercioSP.

A taxa de inadimplência das famílias saltou de 5,3% em dezembro de 2014 para 6,1% em 2016. Em termos absolutos, isso significa que a inadimplência das famílias brasileiras passou de R$ 53,9 bilhões no fim de 2013 para R$ 49,6 bilhões em dezembro de 2016.
Para a Federação, o custo elevado do crédito no Brasil é decorrente das altas taxas de juros praticadas, consequência direta do descontrole das contas públicas, "que se refletem em uma dívida gigantesca que, em meio a crescente perda de confiança dos agentes econômicos, necessita ser financiada diariamente no mercado, com juros elevados pelo risco de descontrole". Isso também torna o setor público o maior tomador de crédito, de acordo com a FecomercioSP, no qual os recursos são escassos, colaborando para fixação de um piso elevado para todos os demais tomadores.
Em junho de 2016, a dívida pública bruta atingiu R$ 4,7 trilhões, correspondentes a 73% do PIB. Para a Federação, uma dívida pública dessa dimensão exerce pressão na fixação dos juros na economia. Na avaliação da entidade, com uma dívida pública menor, a taxa de juros necessária para seu financiamento também seria proporcionalmente inferior ao dos patamares atuais.

https://oglobo.globo.com/economia/familias-empresas-pagaram-463-bilhoes-de-juros-em-2016-22093930

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Micros e pequenas empresas têm inadimplência recorde.

Em agosto, 4,8 milhões dessas companhias estavam inadimplentes.

Apesar da queda da inflação, do recuo dos juros e da melhora da confiança dos empresários e dos consumidores, o quadro para as micro e pequenas empresas segue difícil. Em agosto, 4,8 milhões de micro e pequenas empresas estavam inadimplentes no Brasil. É uma marca recorde.

Em um ano, o número de companhias desse porte que não conseguiram pagar em dia as suas dívidas aumentou 14%. No período, 600 mil, em todo o País, engrossaram a lista de inadimplentes, aponta um estudo da Serasa Experian, consultoria especializada em informações econômicas e financeiras.

"Essas micros e pequenas representavam 93% do total de companhias inadimplentes no Brasil em agosto deste ano", afirma o economista Luiz Rabi, responsável pelo estudo. Em agosto, existiam 5,1 milhões de empresas, de todos os portes, que estavam na lista de devedores e com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) negativado. Isto é, elas estavam impedidas de fazer transações bancárias.

O estudo considera como pequena e microempresa companhias com faturamento anual de até R$ 4 milhões. O critério de inadimplência varia e depende do parâmetro usado pelo credor que enviou o CNPJ para a lista da Serasa. A maior parte das dívidas em atraso (75%) é não bancária. Isto é, são pendências com fornecedores e factorings, com quem os empresários costumam descontar as duplicatas.
Primeiro estudo

O economista observa que foi a primeira vez que foi feito um estudo para avaliar a inadimplência das empresas segmentado por tamanho: "Observamos que a inadimplência do consumidor vem caindo por conta da queda dos juros e da inflação. E a inadimplência das pessoas jurídicas não para de crescer." Os resultados mostraram que a inadimplência das pessoas jurídicas foi puxada pelo avanço do calote das micro e pequenas empresas.

Em março deste ano, havia 5 milhões de empresas de todos os portes inadimplentes, segundo a Serasa. Destas, 4,1 milhões ou 82% eram pequenas e microempresas. Desde junho, o total de empresas com dívidas em atraso ficou estabilizado em 5,1 milhões e o número de pequenas e microempresas inadimplentes avançou.

O economista explica que as médias e grandes empresas conseguiram sair da lista de inadimplentes favorecidas pelo aumento das exportações. Já a pequenas e microempresas, que dependem basicamente das vendas no mercado interno e não exportam, viram a situação piorar porque a recuperação do consumo doméstico é gradual. Das 4,8 milhões de pequenas e microempresas inadimplentes, 45,4% são prestadoras de serviços, quase a mesma fatia (45,3%) atua no comércio e 8,8% são empresas industriais.

O presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, diz que apesar de as expectativas dos pequenos e microempresários em relação ao futuro terem melhorado, os dados concretos revelados por um pesquisa feita pelo Simpi em setembro indicam que a situação é preocupante porque o mercado interno continua em crise e as pequenas e microempresas têm como alvo esse setor. Metade das micro e pequenas indústrias não tem capital de giro para passar o mês: "O crédito a custos reduzidos não chegou na ponta para o pequeno e microempresário."

epocanegocios.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2017/10/micros-e-pequenas-empresas-tem-inadimplencia-recorde.html

sexta-feira, 27 de outubro de 2017


Como sair da inadimplência. 

Atenção para não cair num ciclo vicioso em que se recorre a outros financiamentos para cobrir débitos anteriores.


Economia & Negócios

Com o elevado índice de desemprego, o endividamento tende a se intensificar. A renegociação dos débitos é a melhor saída. Mas os endividados têm dificuldade muitas vezes até em saber o valor atualizado da dívida. É importante pedir um extrato detalhado dos cálculos do saldo devedor.
Se tiver dúvidas, peça esclarecimentos ou entre em contato com algum órgão de defesa do consumidor para confirmar se os cálculos estão corretos.

Na negociação dos débitos fique atento para se comprometer com parcelas que vai poder pagar em dia, pois se atrasar o pagamento de qualquer uma delas o acordo cairá por terra.
As vezes, a saída é alongar o pagamento da dívida por mais tempo que o pretendido com parcela que caiba no seu bolso. Mas atenção para não cair num ciclo vicioso em que se recorre a outros financiamentos para cobrir débitos anteriores.

Questionar a dívida na Justiça, alegando cobrança abusiva, pode ser uma opção. Se houver erro no cálculo do saldo devedor, é possível pedir a revisão na Justiça. A cobrança de juros excessivamente altos é considerada vantagem excessiva pelo artigo 39 (inciso V) do Código de Defesa do Consumidor. O CDC (artigo 52) também estabelece que a multa por atraso não seja superior a 2%, e que só possa ser cobrada se não for efetuado o pagamento mínimo. 



A saída é negociar a troca de dívidas elevadas, caso dos cartões de crédito e limites do cheque especial, por financiamentos pessoais, que têm taxas mais baixas. Ou pelo empréstimo consignado, se tiver acesso a essa modalidade.
 
http://economia.estadao.com.br/blogs/claudio-considera/como-sair-da-inadimplencia/

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Crédito para empresas atinge o menor nível dos últimos oito anos no País.
 

De dezembro de 2015 até agora, o crédito empresarial caiu de 28,45% para 22,21% do PIB; segundo diretor da Fiesp, quase metade das companhias não está conseguindo gerar caixa nem mesmo para pagar as despesas financeiras.

Renée Pereira e Anna Carolina Papp, O Estado de S.Paulo
16 Outubro 2017 | 05h00

Os sinais de retomada da economia ainda não foram suficientes para reverter o quadro de escassez de crédito para as empresas brasileiras. A carteira corporativa de crédito caiu em agosto pela 20.ª vez consecutiva, levando sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) ao menor nível desde 2009. De dezembro de 2015 até agora, o crédito empresarial caiu de 28,45% para 22,21% do PIB, segundo os números do Banco Central.

Dois fatores explicam esse cenário. De um lado, estão empresas com elevada capacidade ociosa que pararam de buscar crédito no mercado porque não têm investimentos para fazer. Do outro, estão companhias inadimplentes, que precisam se financiar – ou rolar dívidas – e não obtêm aprovação dos bancos. Nos dois casos, no entanto, as empresas não conseguem sequer crédito para capital de giro. 


 

Estoque de crédito para a pessoa jurídica continua em queda enquanto os empréstimos para as pessoas físicas melhoram

Os níveis mais baixos de crédito para pessoa jurídica influenciam de forma direta o ritmo de retomada da economia. “Essa escassez afeta a expansão das empresas. Sem crédito para (capital) giro, ela não antecipa compras de insumos ou contratação de novos trabalhadores; sem crédito para investimento, ela não constrói novas fábricas e não compra novas máquinas. E o País segue andando de lado”, afirma o pesquisador do Ibre/FGV e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público, José Roberto Afonso.

Executivos de grandes bancos de varejo no País dizem que, apesar de haver uma seletividade maior na concessão de crédito, os bancos estão mais dispostos a emprestar, mas a demanda por parte das empresas ainda não é relevante.

“Eu diria que já estamos vendo alguns sinais de retomada e que a crise ficou sim para trás. É normal que a retomada na jurídica demore mais mesmo, pois muitas empresas ainda estão com capacidade ociosa”, diz o diretor vice-presidente do Bradesco, Domingos Figueiredo Abreu.

O diretor executivo do banco de atacado do Itaú Unibanco, André Rodrigues, espera uma retomada gradual da demanda de crédito ao longo deste semestre, que poderá se consolidar ao longo do próximo ano. "Apesar da demanda efetiva de crédito ainda estar num patamar baixo, há sinais cada vez claros de que podemos estar começando um ciclo de expansão do crédito."

Pessoa física. Na direção oposta, o financiamento das famílias engatou uma retomada consistente nos últimos meses. Desde de outubro do ano passado, o saldo de concessão de crédito para as pessoas físicas não para de crescer. Ele representa hoje 24,88% do PIB; há 10 anos, em 2007, representava 14,01% do PIB, segundo dados de José Roberto Afonso.

Até dezembro de 2016, a participação das empresas na carteira total de crédito do País era sempre superior à fatia do crédito pessoal. De lá para cá, porém, as posições não apenas se inverteram, como a diferença entre as duas modalidades vêm crescendo. Em agosto, 52,84% da carteira total de crédito referiam-se a empréstimos e financiamentos para pessoa física e 47,16%, para empresas, segundo dados do BC. No mesmo período do ano passado, esses porcentuais eram de 50,58% e 49,41%, respectivamente. Considerando um prazo mais longo, em dezembro de 2015, o crédito corporativo era responsável por 53,03% dos empréstimos.

A participação do BNDES na concessão de créditos reflete bem essa mudança. Pelos dados do Banco Central, apesar de ter crescido acima da média, os empréstimos do banco somaram em agosto R$ 3,6 bilhões para pessoa jurídica enquanto só os aposentados do INSS conseguiram R$ 5,5 bilhões de crédito consignado.

A retomada da concessão de crédito a famílias em detrimento de empresas está relacionada, segundo especialistas, ao nível de inadimplência. Em maio deste ano, tanto pessoas físicas como jurídicas atingiram recorde de negativados – 61 milhões e 5,1 milhões, respectivamente, segundo a Serasa Experian. A diferença é que, no caso das famílias, vem diminuindo, enquanto no das empresas permanece o mesmo.

Na comparação de agosto deste ano com o mesmo período em 2016, a inadimplência da pessoa jurídica no crédito livre, por exemplo, ficou inalterada em 5,5%. Já na mesma modalidade para pessoa física, houve redução de 6,2% para 5,7%. “Os bancos só vão acelerar o crédito para as empresas quando essa inadimplência começar a cair”, afirma Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “Hoje, 47% das empresas não estão conseguindo gerar caixa nem para pagar despesa financeira. E não há crédito para refinanciar dívidas”, afirma o diretor de competitividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho.

COLABOROU MONICA SCARAMUZZO

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,credito-para-empresas-atinge-o-menor-nivel-dos-ultimos-oito-anos-no-pais,70002046381

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Com cadastro positivo inadimplência pode cair 45%, diz Febraban.

Criado em 2011, o Cadastro Positivo, na prática, não funcionou para ajudar na redução do custo do crédito; governo agora que aprovar mudanças para tentar emplacar projeto.

 

Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo 
09 Outubro 2017 | 12h48

BRASÍLIA - A equipe econômica resolveu encampar projeto que já tramita no Senado para aprovar as mudanças no cadastro positivo - histórico de bom pagador que auxilia os consumidores (pessoas físicas e empresas) a conseguirem taxas de juros mais baixas na hora de negociar um empréstimo ou comprar um produto parcelado. A Febraban (entidade que representa os bancos) diz que, com a aprovação desse projeto e a utilização desses bancos de dados, a inadimplência pode cair 45%.

O projeto tramita em regime de urgência e está na pauta de votação do plenário do Senado. O diretor de regulação do Banco Central (BC), Otavio Damaso, informou que o projeto que altera as regras do cadastro positivo está 100% alinhado com os interesses do governo.


 

Proposta também permite a inclusão automática dos consumidores no cadastro positivo Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, o diretor afirmou que as mudanças propostas buscam corrigir os principais obstáculos que impediram que o cadastro positivo deslanchasse no Brasil.

Segundo Damaso, a orientação de política do governo foi aproveitar projeto que já estava tramitando para negociar as mudanças. As negociações foram feitas pelo BC com o relator do projeto, senador Armando Monteiro (PTB-PE). A mudança no cadastro positivo é considerada uma das mais importantes na agenda de medidas que o BC lançou, no final do ano passado, para reduzir o custo do crédito.

O substitutivo do senador Armando Monteiro traz algumas mudanças importantes. A primeira delas altera a lei complementar 105, que trata do sigilo bancário pelas instituições financeiras. A proposta é deixar claro, na lei complementar 105, que o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos relativos à operação de crédito a gestores de bancos de dados para formação do histórico de crédito não se configura uma violação do sigilo bancário. A medida, segundo Damaso, dá segurança jurídica ao repasse das informações.

A proposta também permite a inclusão automática dos consumidores no cadastro positivo. Pela lei atual, a pessoa ou a empresa tem de autorizar a inclusão do seu nome no cadastro. Com a mudança, a regra se inverte. Todos estão incluídos no cadastro e, se a pessoa quiser, ela pede para sair da lista. Segundo Damaso, a regra atual tornou o processo muito mais moroso, o que impediu o seu crescimento no País. Ele explicou que haverá procedimentos específicos para que o consumidor peça a retirada do seu nome. Recebido o pedido por uma das empresas de cadastro, todas as outras empresas são avisadas automaticamente. Dessa forma, o consumidor não precisa pedir para as todas as empresas de cadastro.

Damaso explicou que haverá duas “camadas” de acesso à informação pelo solicitante do cadastro. Na primeira delas, os bancos passam ao solicitante dos dados uma nota com base num ranking construído pela própria empresa de cadastro. Numa segunda “camada” de informação, a pessoa ou a empresa tem de autorizar o acesso ao cadastro detalhado. Para o diretor do BC, a nota do cadastro poderá ser usada pelo consumidor para barganhar descontos maiores e taxas menores. Ele destacou que hoje, com o avanço das informações pela internet, o consumidor já é ranqueado por diversas empresas. Um exemplo é o uso do Uber.

O Brasil tem hoje quatro empresas cadastradas para funcionar como cadastro positivo: Serasa, Boa Vista, SPC e GIC. Essa última foi criados pelos bancos e entrará em funcionamento no ano que vem. O Brasil tem cerca de 5,5 milhões de consumidores no cadastro, mas o potencial é de 150 milhões.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,com-cadastro-positivo-inadimplencia-pode-cair-45-diz-febraban,70002035280

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Como reduzir a inadimplência na sua empresa?
Por Dr. Denis Siqueira

Receber o pagamento pelos produtos e serviços que você fornece é tão importante quanto manter o volume de vendas e faturamento da sua empresa.
Mas, nenhuma empresa consegue eliminar 100% da inadimplência. Isso porque o risco de inadimplência é comum nas vendas a prazo. Se você vende a prazo é normal que você tenha clientes inadimplentes. O que você precisa fazer é entender esse risco de inadimplência e aprender a trabalhar com a gestão do risco de crédito e com a cobrança das dívidas para reduzir e controlar a inadimplência. Faz sentido pra você? Então fica comigo porque neste artigo vamos falar sobre como reduzir a inadimplência na sua empresa.
 

Fazer a análise de crédito

A primeira atitude que você precisa tomar é fazer a análise de crédito dos seus clientes.
Se você vai vender a prazo, seja no boleto, no cheque ou no carnê, você precisa analisar a capacidade de pagamento dos seus clientes. Para fazer isso, você precisa usar um serviço de consultas cadastrais. Pode ser o SPC, pode ser a Serasa, Cheque Express e muitas outras opções que existem no mercado. Além disso, crie critérios para concessão de crédito. Por exemplo, sempre que for iniciar o relacionamento comercial com o cliente, e tiver mesmo que vender a prazo para esse cliente novo, então comece com valores pequenos e depois aumente o crédito conforme esse cliente mostrar um bom comportamento nos pagamentos.
 

Crie um procedimento de cobrança

E o que fazer com os clientes que já estão em atraso?
Para tratar dos clientes que já estão em atraso, você precisa organizar um procedimento de cobrança para poder trabalhar a cobrança desses clientes.
 

O primeiro passo é ter um relatório de títulos não pagos.
Você tem que ter um relatório diário de títulos em atraso.
Você deve ter um relatório por ordem de vencimento, para você tomar as medidas de cobrança conforme a idade da dívida.

Quanto mais velha for a dívida, mais duras devem ser as medidas de cobrança que você vai tomar.
Mas, o que vai fazer toda diferença para combater a inadimplência é você registrar o histórico das cobranças.
Quando você começa a registrar o histórico das cobranças, você começa a entender a importância de ligar para o devedor assim que o título vence, você começa a entender a importância de bloquear o crédito do cliente quando ele está em atraso, você começa a perceber a importância de negativar o devedor que não responde as suas abordagens de cobrança.

O histórico de cobrança é importante porque ele vai mostrar que quando você toma estas medidas, você consegue receber mais rápido.
E o histórico também vai te mostrar que quando você não toma as medidas de cobrança, o cliente não te paga.
Vender a prazo ajuda muito nas metas de vendas, mas, para vender a prazo você precisa ter um processo de análise de crédito e de cobrança de dívidasna sua empresa.

http://www.creditoecobranca.com/artigos/como-reduzir-a-inadimplencia-na-sua-empresa

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O que é inadimplência e como ela afeta sua vida?

Conheça também o perfil do consumidor inadimplente no Brasil.

O Brasil tem 61 milhões de consumidores inadimplentes, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Esse é um recorde histórico e mostra que o desemprego e a recessão ainda estão afetando o orçamento das famílias.

Mas o que significa inadimplência e como ela afeta o dia a dia das pessoas? A inadimplência é o não pagamento de uma conta ou dívida. Assim, o consumidor inadimplente é aquele que está com uma dívida em aberto.

Ficar inadimplente e ter o nome na Serasa, além de restringir diretamente o acesso ao crédito e desorganizar a vida financeira das famílias, também afeta o score de crédito do consumidor.

“Vale lembrar que cada caso é um caso. A elevação ou decréscimo do score após entrada ou saída da lista de inadimplentes dependerá de uma série de fatores. Entre eles estão o valor da dívida, quantidade de parcelas em atraso e quanto tempo aquele CPF permaneceu na lista de inadimplência”, explica Carolina Aragão, diretora do SerasaConsumidor.

Perfil do consumidor inadimplente
Um estudo da área de análises de informações da Serasa Experian mostra o mais atualizado perfil do inadimplente brasileiro.
  • Os homens são maioria, com 50,9% dos inadimplentes;
  • As pessoas que ganham de 1 a 2 salários mínimos é a mais atingida (39,1%), seguida dos que ganham até 1 salário mínimo (38,8%);
  • A maioria dos inadimplentes possui apenas uma dívida (37,3%). Mas 30,7% dos consumidores negativados possuem quatro dívidas ou mais;
  • 19,4% dos inadimplentes têm idade entre 41 e 50 anos. Em segundo no ranking estão os jovens de 18 a 25 anos (14,9% do total).

Como evitar cair na inadimplência
  • Reúna a família e faça um levantamento de todos os gastos, inclusive com itens pequenos, como o cafezinho na padaria;
  • A família deve sempre decidir em conjunto quais gastos cortar, quanto guardar e onde aplicar o dinheiro poupado;
  • Abandone o consumismo. Tenha no máximo um cartão de crédito e só o leve na bolsa quando tiver planejado uma compra realmente necessária;
  • Pesquise preços antes de comprar qualquer produto e corte os gastos desnecessários.

https://ensina.serasaconsumidor.com.br/seu-nome-limpo/o-que-e-inadimplencia/

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Calote nos bancos públicos cresce R$ 10 bi em um ano.

Essa situação é a oposta a registrada pelos bancos privados, que entre julho do ano passado e julho deste ano, viram a inadimplência cair R$ 6,1 bilhões.

 

Por Estadão Conteúdo


CAIXA: funcionários do banco seguem regime celetista (Celso Toledo/Divulgação)

Brasília – Em um ano, os bancos públicos viram seus índices de inadimplência – atrasos superiores a 90 dias nos pagamentos de financiamentos – saltar de 2,8% para 3,5%.
Isso significa que, nesse período, os calotes nesses bancos – nos quais se incluem o Banco do Brasil, a Caixa e o BNDES – cresceram em R$ 10,4 bilhões.
O movimento é oposto ao registrado pelos bancos privados. Entre julho do ano passado e julho deste ano, essas instituições viram a inadimplência em sua carteira de crédito registrar uma queda de R$ 6,1 bilhões.

Com isso, o índice de calotes nos bancos privados nacionais caiu de 5,1% para 4,6% – historicamente, essas instituições sempre tiveram inadimplência maior. Entre os bancos privados estrangeiros, esse indicador passou de 3,4% para 3,1% no mesmo período.
Para especialistas, a piora na situação dos bancos públicos tem como causa principalmente a exposição a grandes empresas e setores que sucumbiram à crise ou ao envolvimento na Operação Lava Jato.

Um dos casos mais simbólicos é o de um antigo “campeão nacional”: a operadora de telefonia Oi. A empresa de telecomunicações, criada com a fusão da Telemar e da Brasil Telecom com uma forte ajuda do governo Lula, tomou mais de R$ 10 bilhões em crédito de bancos estatais.
Com a recuperação judicial pedida em junho do ano passado, essa dívida deixou de ser paga há um ano e as partes ainda negociam um acordo com a operadora.

Entre executivos do setor bancário, os empréstimos concedidos à Oi são citados como um exemplo de que as instituições públicas podem ter sido demasiadamente otimistas e talvez até minimizado riscos na operação. Essa percepção acontece especialmente porque instituições privadas também emprestaram à operadora.
O balanço dos concorrentes, porém, não revela problema tão expressivo, porque as operações tiveram formatação que protegeu esses credores.

Um exemplo são os empréstimos realizados por bancos por meio da compra de títulos de dívida – as debêntures. Segundo um executivo do setor, bancos privados que optaram por esse caminho emprestaram igualmente à operadora de telefonia.
A diferença é que o prejuízo não aparece no balanço porque esse título continua com valor de mercado – ainda que menor -, e não pode ser classificada como “default” ou calote. Procurada, a Oi não se pronunciou sobre o assunto.
 

Exposição
Também há problemas setoriais, como o da construção civil. Nesse segmento, algumas empreiteiras e fornecedores foram duramente prejudicados por envolvimento em esquemas descobertos pela Operação Lava Jato e deixaram de pagar seus empréstimos. Nesses casos, o reflexo é grande principalmente no BNDES, o principal financiador do setor.
Para piorar, há empresas que simplesmente não conseguiram aguentar a recessão persistente. Operadoras de rodovias e aeroportos estão entre os segmentos que tomaram crédito com a expectativa de movimento muito maior que o visto atualmente.

Com a frustração dessas estimativas, o fluxo de caixa é insuficiente para quitar dívidas feitas no auge do otimismo com o Brasil.
O resultado é conhecido: aeroportos que atrasam o pagamento das licenças, rodovias devolvidas ao governo e empresas que atrasam pagamento a fornecedores, incluindo os bancos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://exame.abril.com.br/economia/calote-nos-bancos-publicos-cresce-r-10-bi-em-um-ano/

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Inadimplentes: Mais de 59 milhões de brasileiros têm contas em atraso.

Por Brasil Econômico | 13/09/2017



Os dados apurados mostram que em agosto deste ano teve recuo de 0,41% no número de devedores, na comparação com igual período do ano passado

Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontam que houve queda de no número de brasileiros inadimplentes. O índice apresentou leve recuo de 0,41% em agosto deste ano, na comparação com igual período do ano passado. Com o resultado, o indicador tem sua sexta queda consecutiva dentro da série histórica.

As entidades informaram que a última vez em que se observou um aumento no número de inadimplentes havia sido em fevereiro deste ano, quando a alta fora de 0,41%. A estimativa é que 59,1 milhões de pessoas tenham alguma restrição no CPF devido contas em atraso.

Segundo o presidente da CNDL , Honório Pinheiro, a queda no índice de inadimplência sinaliza cautela do consumidor em relação ao endividamento. “Se por um lado, as dificuldades do cenário recessivo fazem crescer o número de devedores, a maior restrição do crédito age na direção contrária, limitando a tomada de crédito e o crescimento da inadimplência”, afirma Pinheiro.

Os economistas das duas entidades afirmam que a tendência de queda na inadimplência se manterá, já que a economia começa a dar sinais de recuperação. “Com a retomada do ambiente econômico acontecendo de forma lenta, ainda demorará para termos um aumento expressivo do número de empregos e renda, fatores que impactam de forma positiva tanto no pagamento de pendências, quanto na propensão ao consumo por parte do consumidor e na concessão de crédito por parte das instituições financeiras. Mesmo sem o volume de inadimplentes crescer de forma significativa no curto prazo, o estoque de brasileiros nessa situação continua em patamar elevado”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

A pesquisa identificou também o índice de inadimplência das cinco regiões brasileiras e foi apurada uma queda generalizada de consumidores endividados.  A queda mais acentuada foi na região sudeste, que apresentou queda de 5,07% em agosto frente o mesmo período do ano passado. Em segundo lugar ficou a região Sul, com recuo de 3,70% na quantidade de devedores. As variações também foram negativas no Centro-Oeste  com queda de 0,76%, Norte  com recuo de 0,65% e Nordeste com retração de 0,27%.

Em contrapartida a queda no índice de inadimplência, foi constatado que a região Sudeste tem mais concentração na quantidade de pessoas com contas em atraso, com 24,45 milhões, número esse que responde a 37% do total de devedores. A segunda região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, que conta com 16,32 milhões de negativados, ou 40% da população. Em seguida, aparece o Sul, com 8,02 milhões de inadimplentes (36% da população adulta).

Já em termos proporcionais, destaca-se o Norte, que, com 5,41 milhões de consumidores inadimplentes, possui 46% de sua população adulta incluída nas listas de negativados, o maior percentual entre as regiões pesquisadas. O Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 4,90 milhões de inadimplentes, ou 42% da população.

Fonte: Economia - iG @ http://economia.ig.com.br/2017-09-13/inadimplentes-no-brasil.html

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Donos da JBS buscam trégua com BNDES e querem adiar assembleia.

 


Zanone Fraissat/Folhapress
SAO PAULO/SP-BRASIL,29/08/13 wesley Batista (esq) e Joesley Batista (dir), donos da friboi na cerimonia de entrega do premio as Melhores da Dinheiro 2013 no Credicard Hall.(Foto: Zanone Fraissat /MONICA BERGAMO)
Os irmão Wesley (à esq.) e Joesley Batista, da JBS


A J&F, que controla a JBS e reúne os negócios da família Batista, tenta obter uma trégua do BNDESPar, acionista minoritário que quer afastar Wesley Batista da presidência do frigorífico.
A holding contratou um especialista em mediação de conflitos. Nesta segunda-feira (28), ele enviou uma carta ao BNDESPar na qual pede que seja adiada, por 90 dias, assembleia marcada para a próxima sexta-feira (1º). 

A AGE (assembleia-geral extraordinária) vai decidir, a pedido do BNDESPar, se a empresa entra na Justiça contra seus administradores por danos provocados pelos casos de corrupção confessados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.
A missão de Ricado Lacerda, sócio da BR Partners, é reestabelecer a interlocução entre J&F e BNDESPar, que está desgastada desde a delação premiada dos irmãos.
Lacerda tem experiência em mediação de conflitos: trabalhou para Citibank e Telecom Italia na briga com o Opportunity e assessorou o Casino contra Abilio Diniz.
O BNDESPar, por sua vez, está se movimentando para impedir que a família Batista vote na assembleia. 

Na semana retrasada, o banco protocolou na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) um pedido de interrupção do prazo para a assembleia, alegando conflito de interesse, já que os irmãos seriam os próprios investigados.
O afastamento dos Batista foi uma das primeiras bandeiras levantadas por Paulo Rabello de Castro, que assumiu a presidência do BNDES em junho. Na delação, Joesley acusa o presidente Michel Temer de corrupção. 

Segundo apurou a reportagem, a área técnica da CVM já se manifestou, mas seu entendimento é sigiloso. O caso vai a julgamento do colegiado a partir desta terça-feira (28) e deve ser decidido até a data da assembleia.
Com 42,16% do capital da JBS, a FB Participações, que pertence aos irmãos Batista, teria vitória fácil na assembleia. Representantes da empresa têm ligado para minoritários importantes, como Capital Group e Blackrock, cuja tendência é se abster. 

Mas se a CVM decidir que existe um conflito de interesse, o jogo pode mudar. Graças aos aportes feitos na política dos "campeões nacionais", o BNDES possui 21,32% da JBS e a Caixa Econômica Federal outros os 4,92%. Sem o controlador, basta chegar a 30% dos votos para aprovar o afastamento de Wesley.
"A regra para a CVM decidir deve ser o bom senso. Dizer que não existe um conflito de interesse é um insulto à inteligência", opina Mauro Cunha, presidente da Associação de Investidores em Mercados de Capitais (Amec). 



A CVM vinha optando por não retirar o direito de voto e julgar o conflito a posteriori, mas, recentemente, proibiu o governo de São Paulo e o Metrô de votar em uma assembleia da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) estadual por causa de conflito de interesse.
Na briga com a BNDESPar, a J&F conta com o apoio do conselho de administração da JBS, que decidiu manter Wesley Batista no comando. A decisão final, no entanto, é da assembleia de acionistas. 

Em comunicado, o conselho da empresa afirma que a troca do presidente seria "prematura e disruptiva" e que a administração deve agir "sem açodamento".
Foram 7 votos favoráveis à permanência de Wesley e dois contrários dos representantes do BNDESPar. Os dois conselheiros independentes votaram a favor dos Batista. 

Para os conselheiros, Wesley é vital nesse momento de turbulência, porque conhece a empresa e ganhou a confiança dos credores ao renegociar a dívida.
O mandato concedido pelo conselho para Wesley vai até meados do ano que vem. Segundo apurou a reportagem, uma transição poderia ser preparada para ocorrer a partir daí. A JBS e o BNDES não comentaram. 


quarta-feira, 23 de agosto de 2017


Dez sinais de que uma empresa pode pedir recuperação judicial.  

Advogado especializado aponta os sinais que, segundo ele, valem para empresas de todos os portes e setores.

Por Tatiana Vaz
19 ago 2017, 12h16


 
Oi: companhia tenta acordo para pagamento de dívida bilionária (Nacho Doce/Reuters)
 

São Paulo – Nesta semana, o Grupo Weber, da família Bertin, um dos maiores conglomerados empresariais do país, entrou com pedido de recuperação judicial. Oi, UTC e PDG foram outras grandes companhias que recorreram a mesma alternativa para pagar dívidas bilionárias, casos que preocupam.

“Esse é um sinal de que a crise chegou em negócios sólidos e pode irradiar para toda a imensa cadeia de fornecedores, empresas de portes diversos”, explica o advogado Edemílson Wirthmann Vicente, da WVADV.
De acordo com ele, a lei de recuperação judicial dá hoje uma segurança bem maior aos empresários que no passado e, aliado à crise econômica, é um dos fatores que explica porque há tantas companhias recorrendo a iniciativa nestes dois últimos anos.

Para Wirthmann Vicente, os indícios de que uma companhia está prestes a entrar com pedido de recuperação judicial são basicamente os mesmos, independentemente do porte e setor de atuação. A seguir, ele lista dez desses sinais.
“Apresentar de um a três destes sinais já é motivo de preocupação”, diz ele. “Identificar os problemas financeiros em fases iniciais facilita a busca de soluções”.

 

1) Rolagem de dívidas – O sinal mais preocupante é quando a empresa começa a ter dificuldades em honrar suas dívidas, rolando em vencimentos com frequência sem amortizar.  
2) Taxas de juros mais altas – O cenário começa a se deteriorar, com um abismo muito grande entre as taxas de juros oferecidas a empresas saudáveis e aquelas que sua empresa está sendo obrigada a pagar. Esse é um sinal de que as instituições já consideram sensivelmente os riscos de crédito à sua empresa.
 

3) Dificuldade em captar crédito – As principais instituições já não concedem crédito à sua empresa, que é obrigada a recorrer a players menores e variados, com taxas maiores.
 

4) Inadimplência – Contas começam a atrasar e diversos títulos da empresa começam a ser protestados. O atraso no pagamento de impostos também pode empurrar uma empresa para uma situação de risco. A constante repactuação e não cumprimento dos termos negociados é fatal para a credibilidade da empresa.
 

5) Capital de giro em frentes não usuais – Despesas operacionais básicas começam a ter seus pagamentos atrasados para compensar a falta do capital de giro. Um exemplo é a conta de luz, que passa a atrasar, sendo paga apenas no limite para o corte.
 

6) Demissões sem pagamento de rescisão – As dívidas começam a chegar no âmbito trabalhista, com demissões sendo realizadas sem o pleno pagamento dos direitos aos funcionários e colaboradores dispensados.
 

7) Oneração de patrimônio – Ativos da empresa começam a ser vendidos ou hipotecados em condições muito inferiores ao valor de face.
 

8) Fornecedores precificam riscos – As empresas parceiras começam a reagir diante dos atrasos nos pagamentos com reduções nos prazos de pagamento e preços maiores que os praticados com outros clientes. As notas que antes tinham pagamentos com vencimentos em 60 dias começam a ter pagamentos exigidos em 30, 15 dias ou mesmo à vista em casos extremos.
 

9) Fragilização das relações com os clientes – O sucessivo não comprimento de prazos nas entregas pode gerar a utilização de mecanismos não usuais no relacionamento, como clientes optarem pela compra de matéria prima para a empresa em vez de fazerem o pagamento convencional.
 

10) Danos de imagem – A crise da empresa já é conhecida por toda o mercado e concorrentes e a situação começa a vazar pra mídia. A exposição pública agrava a situação com clientes, fornecedores, funcionários, acionistas e público final.  
http://exame.abril.com.br/negocios/dez-sinais-de-que-uma-empresa-pode-pedir-recuperacao-judicial/