Entre as quatro regiões analisadas,
Nordeste teve a maior alta anual no número de empresas devedoras.
Sudeste não foi considerado devido à lei que dificulta a negativação de
pessoas físicas e jurídicas em São Paulo
O número de empresas devedoras ainda é
alto, mas pelo quarto mês seguido houve uma desaceleração no crescimento
da inadimplência. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e
da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que o
total de pessoas jurídicas com pendências atrasadas cresceu 11,61% em
julho na comparação com o mesmo mês do ano anterior, percentual
referente a quatro regiões pesquisadas - Centro-Oeste, Norte, Nordeste e
Sul. A região Sudeste não foi considerada devido à Lei Estadual nº
15.659 que vigora no estado de São Paulo e dificulta a negativação de
pessoas físicas e jurídicas no estado.
Entre as quatro regiões analisadas, o
Nordeste foi a que apresentou a maior variação no número de empresas com
o CNPJ registrado nas listas de negativados: um avanço anual de 14,22%.
No Norte, a inadimplência de pessoas jurídicas também registrou forte
avanço, crescendo 11,56% na comparação entre julho e o mesmo mês do ano
anterior. As regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram variações menores
do número de devedores mas, ainda assim, os números são expressivos:
9,69% e 9,66%, respectivamente.
“A inadimplência das empresas cresceu
significativamente ao longo de 2015, e desde o início de 2016 vem
mostrando certa acomodação. O resultado de julho representa a quarta
desaceleração consecutiva do indicador, ainda que este continue
crescendo de forma bastante significativa em relação à série histórica
como um todo, o que reflete as dificuldades econômicas enfrentadas no
país”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “O aumento do
desemprego, a inflação em patamares elevados e a baixa confiança dos
consumidores e empresários afetam a capacidade de pagamento tanto das
empresas quanto da população”, analisa.
Para o presidente do SPC Brasil, Roque
Pellizzaro, o crescimento da taxa de inadimplência demonstra o quanto o
aprofundamento da recessão, que somente agora parece começar a ceder,
afetou as empresas. “A alta da inadimplência observada entre as empresas
é um duro reflexo do cenário que limita o crédito e engessa o
crescimento das pessoas jurídicas”, afirma. “A economia brasileira
deteriorou-se rapidamente, o que impactou a renda das famílias e o
faturamento das empresas.”
Setor de Serviços concentra maior parte das dívidas pendentes
O setor credor de Serviços, que engloba
os bancos e financeiras, lidera a participação no total de dívidas em
atraso das empresas em todas as regiões pesquisadas, ou seja, para quem
as empresas e pessoas estão devendo. Em todas as quatro regiões
analisadas, o setor concentra mais da metade das dívidas. O segundo
maior credor em todas as regiões é o setor de Comércio.
Considerando o total de dívidas em
atraso pendentes das empresas, englobando os segmentos de serviços,
indústria, comércio, agricultura e outros setores, o destaque também
fica no Nordeste: um aumento de 17,69% na comparação entre julho de 2016
e o mesmo mês do ano anterior. Na região Norte, o crescimento do número
de dívidas de pessoas jurídicas também foi alto, de 14,80% e, com
variação menor, aparecem o Sul (12,70%) e o Centro-Oeste (11,81%).
http://www.segs.com.br/economia/31314-inadimplencia-das-empresas-cresce-12-em-julho-mas-desacelera-pelo-quarto-mes-consecutivo-mostra-indicador-do-spc-brasil.html