quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Recuperação judicial e falência em construtoras avançam 25%.
 

Sinal Vermelho. Recessão que atingiu todos os tipos de canteiros de obras, coloca em xeque a sobrevivência das empresas que, desde o ano passado, lutam mês a mês para fechar as contas.


São Paulo - A retomada muito lenta do PIB da construção tem sido um balde de água fria para empreiteiros. Contando que este ano a economia estaria melhor, muitos trabalharam no limite das finanças ano passado e agora, sem a volta da economia, a perspectiva é que as falências e recuperações judiciais subam mais de 25%.
Ano passado, o número de construtoras que pediram recuperação judicial subiu 30%, e para este ano a previsão é que mais de 1300 empresas de todos os portes façam o pedido. "Elas se endividaram demais com alto volume de investimento entre 2011 e 2013, depois, em 2014 e 2015, houve o movimento de busca por crédito com bancos para segurar as contas", explicou o coordenador do núcleo de finança empresarial da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sérgio Camaradi.
Para o acadêmico, esse alto endividamento não seria um problema, se houvesse mais sinais de retomada do PIB da construção. "Com a Selic muito resiliente e sem perspectivas de diminuição de juros, as condições seguem deterioradas." 

Este ano, a perspectiva é que o PIB da construção encolha 5%, em cima de uma retração de 7,3% vista ano passado. "O cenário é de incertezas. Entre as grandes empresas há o medo com envolvimento em investigações e falta de clareza sobre as obras públicas, entre as pequenas, há o enforcamento das contas e a possibilidade de falência", diz o presidente da MK Contabilidade, Marco Kinnof.
O executivo, que tem 75% de sua carteira voltada para construtores de todos os portes aponta que as dificuldades cresceram muito. "Ano passado entramos com pedido de falência de 13 construtores. Este ano, até agosto, já são 15. Estamos bastante preocupados, porque os que ainda não pediram [recuperação judicial ou falência] podem pedir se o mercado da construção não melhorar ano que vem", alerta. 

As pedras no sapato
Além do crédito caro e escasso - que inibe tanto a contração de aporte das empresas quanto a perspectiva de venda ao consumidor final - as construtoras vivem o que especialistas chamam de 'a tempestade perfeita'. "O programa 'Minha Casa Minha Vida' está com repasses atrasados, tanto da União, quanto do município. As grandes obras estão paradas, o material de construção está caro, então não há nem pequenas obras para sustentar o mercado", diz Kinnof. Além disso, o acadêmico da UFMG ressalta os problemas com folha de pagamento, alta de impostos e aluguel de equipamentos, realizado em dólar.
Todas essas questões, concordam os especialistas, seriam menos decisivas na sobrevivência das empresas se houvesse algum estímulo externo. "Mas o novo governo já sinalizou que nada de imediato pode ser feito. Agora, esse mercado que já demitiu mais 1 milhão de pessoas, vai demorar para retomar os patamares de 2013 no nível de atividade. ", diz Kinnof.

O futuro é agora
Quando o assunto são as demissões geradas nos últimos meses pela indústria da construção, o presidente do Sindicato da Construção de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto, é enfático: "Embora os empresários do setor estejam menos pessimistas em relação ao futuro desempenho das construtoras, a persistência dos juros altos, o desemprego, o declínio da renda das famílias e as restrições à concessão de financiamentos determinam a atual escassez de novos investimentos no setor", afirma, lembrando que a manutenção do 'Minha Casa', a retomada das 1,6 mil obras públicas paralisadas e as mudanças no FGTS para compra de imóveis também são crucial para o futuro do setor.
O presidente da MK, no entanto, garante que, para muitos, o futuro pode não chegar. "As contas não fecharam este mês, e não fecharão mês que vem. Sem mais clareza sobre quando virá esse futuro de otimismo, tudo fica muito incerto." 

Recuperação judicial
Dados do Instituto Nacional de Recuperação Empresarial revelam que 1.079 empresas do ramo entraram com pedido de recuperação judicial em 2015, 30% mais que as 846 de 2014. O maior crescimento (41%) foi na região Sudeste, onde 450 empresas entraram com pedido. Em segundo lugar, a região Sul com aumento de 22% nos pedidos; depois a Norte, com alta de 19%; Nordeste, com aumento de 18%; e Centro-Oeste, 16%.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), José Carlos Martins, esse dado é alarmante, e reflete a falta de saída que as empresas do ramo vivem agora. "As da Região Sudeste são as mais impactadas, muito pela dependência da atividade industrial", afirmou ele, em um evento na capital paulista. 

Para Camaradi, da UFMG, outro fator decisivo para o sudeste ter o maior número de pedidos foi o 'boom' imobiliário. "As empresas não contavam com essa quebra de ritmo de vendas e muitas estão amargando prejuízo só para conseguir se desfazer do estoque excedente", disse, lembrando que, em cada imóvel, a construtora lucra entre 3% e 5%, mas para conseguir vender, muitas apertaram as margens para menos de 1,5%, tornando o negócio pouco sustentável. 

Mostrando que São Pulo segue no cerne da crise, a Viver Incorporadora e Construtora entrou este mês com pedido de recuperação judicial na capital paulista, em caráter de urgência. Em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa credita aos fundamentos da economia e a falta de condições de cumprir suas obrigações como principal motivo para o pedido. "A Viver é a primeira construtora de capital aberto a pedir recuperação judicial, o que mostra que ninguém está à salvo", diz o especialista em falência e recuperação judicial do escritório Mendes, Favinni & Douglas Advogados, Reginaldo Favinni. Quem também estaria considerando entrar com o pedido até o final do ano é a PDG que, procurada pela reportagem do DCI, disse que não estava comentando o assunto. 

Paula Cristina

http://www.dci.com.br/em-destaque/recuperacao-judicial-e-falencia-em-construtoras-avancam-25---id577302.html

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Número de empresas inadimplentes cresce 10,78% em agosto.
 
Dados foram divulgados nesta terça pelo SPC Brasil e pela CNDL.
Já em relação a julho, houve queda de 0,52%.



Do G1, em São Paulo


O total de empresas com contas em atraso subiu 10,78% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Já em relação ao mês anterior, o número de pessoas jurídicas inadimplentes teve recuo de 0,52%, segundo a pesquisa.

“A inadimplência das empresas cresceu significativamente no final de 2015 e desde o segundo trimestre de 2016 vem mostrando acomodação. Porém, este crescimento mais discreto da inadimplência das empresas não está ligado a uma melhora na sua capacidade de pagamento”, disse em nota o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

“O principal fator influenciador é relacionado ao aumento da restrição ao crédito, principalmente via aumento das taxas de juros, critérios mais rígidos para concessão de crédito por parte dos bancos e à maior incerteza por parte dos empresários, o que acaba levando o segmento a contrair menos dívidas, adiando novos investimentos e contendo avanços da inadimplência.”




http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/09/numero-de-empresas-inadimplentes-cresce-1078-em-agosto.html

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Setor de serviços lidera inadimplência das empresas.

Setembro 20, 2016


(Foto:Divulgação) Setor de serviços lidera inadimplência das empresas

O setor de serviços (bar, restaurante, salões de beleza, turismo, entre outros), que costuma sentir por último os efeitos da crise, registrou em junho maior percentual de inadimplência, revela estudo inédito da Serasa Experian, com 45,3% do total. Foi a primeira vez, desde 2015, que este segmento ultrapassou o setor de comércio (comércio de bebidas, vestuário, veículos e peças, eletrônicos, entre outros), com 44,9% do total. O levantamento de junho de 2016 apontou que 4,45 milhões de empresas estão negativadas, das cerca de 8 milhões em operação no cenário nacional.
De acordo com os economistas da Serasa, as pessoas, por falta de dinheiro, estão gastando menos no salão de beleza, no restaurante, nas compras em geral, o que acaba se refletindo também nos empregos e desempenho do setor.

As dívidas atrasadas totalizam R$ 106,6 bilhões. O número de inadimplentes é o maior já registrado pela Serasa Experian desde que iniciou a medição, em 2015, quando pela primeira vez a inadimplência afetou 3,79 milhões de companhias. Em junho de 2015, verificou-se 3,84 milhões de empresas inadimplentes. De março de 2015 a junho deste ano mais de 661 mil se somaram às empresas já negativadas. Em média, depois de 60 dias com débitos em atraso, a empresa já é negativada nos birôs de crédito.

Segundo os economistas da Serasa Experian, metade das empresas estar inadimplente é uma situação mais preocupante do que a inadimplência do consumidor, que já atingiu 41% da população adulta. O quadro recessivo que se instalou na economia brasileira desde o ano passado afeta diretamente o ritmo dos negócios e, por consequência, a geração de caixa por parte das empresas. Além disto, a crescente elevação dos custos financeiros (taxas de juros mais altas) e de mão-de-obra (salários crescendo acima da produtividade) impõe maiores dificuldades financeiras para os negócios. 

A grande maioria das empresas negativadas são pequenas e médias e elas concentram a maior parcela da geração de empregos no Brasil. A falta de caixa para honrar as dívidas também impacta o pagamento de salários, o que ajuda a engrossar as taxas de desemprego.

(Redação – Agência IN)
http://www.investimentosenoticias.com.br/noticias/negocios/setor-de-servicos-lidera-inadimplencia-das-empresas

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Dívidas renegociadas evitam maior aumento da inadimplência.
 
AndreyPopov/Thinkstock 

 
Casal faz contas: o fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015

 

Da AGÊNCIA BRASIL
Em cenário de queda da economia, do aumento do desemprego e da alta da inflação, as renegociações de dívidas têm ajudado a impedir um aumento maior da inadimplência.

Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado hoje (15) pelo Banco Central (BC), houve um pico da chamada reestruturação de dívida em junho deste ano, o que contribuiu para reduzir a inadimplência no encerramento do semestre.

Segundo o BC, se não fossem as operações de reestruturação de dívidas, a inadimplência teria um aumento de 0,9 ponto percentual, encerrando o semestre em 4,4%.

O BC explica que as reestruturações de dívidas são um subconjunto das renegociações, em que o tomador enfrenta dificuldades financeiras para honrar seus compromissos, e a instituição financeira faz concessões, relativamente às condições de pagamento, que não faria em condições normais de mercado, com o objetivo de reduzir perdas.

As reestruturações são estimadas pelo BC, que identifica as operações vencidas e convertidas em operações a vencer, sem pagamento integral dos valores em atraso.

De acordo com o relatório, o fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015 e estão sendo adotadas em todas as modalidades de crédito, mas com maior intensidade nas operações de financiamento imobiliário. O BC também destaca os financiamentos de veículos e cartão de crédito. 



http://exame.abril.com.br/economia/noticias/dividas-renegociadas-evitam-maior-aumento-da-inadimplencia

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Número de inadimplentes cai em agosto pelo 3º mês seguido.

Cautela do consumidor em assumir novas dívidas está freando o calote de dívidas.

 
Foto: Jeff Belmonte/Flickr


Com a crise, as pessoas assumiram menos dívidas

A cautela do consumidor em assumir novas dívidas por causa da recessão está freando o calote. Isso é o que revelam dois indicadores de inadimplência apurados no mês passado por instituições diferentes, mas ambas especializadas em monitorar o comportamento do consumidor.

Pelo terceiro mês seguido, o número de inadimplentes no País recuou, apontam as projeções do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). No mês passado, 58,8 milhões de brasileiros estavam na lista de negativados. Em julho, eram 58,9 milhões de consumidores. Agosto foi o terceiro mês consecutivo que o número de inadimplentes diminuiu em relação ao mês anterior.

Também de acordo com a pesquisa do SPC Brasil, a quantidade de dívidas em atraso no mês passado caiu 0,76% em comparação com agosto de 2015. Foi a primeira queda anual na série do indicador iniciada em 2010.

Pesquisa da Boa Vista SCPC revela que, em agosto, a inadimplência do consumidor recuou 4,2% em relação a julho. E o indicador acumulado em 12 meses de calote está desacelerando desde abril.

A queda da inadimplência em meio ao cenário de recessão pode parecer contraditória, mas na prática não é. Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, explica que o número de inadimplentes caiu porque, com a crise, as pessoas assumiram menos dívidas e têm menos contas para pagar. Logo, a chance de ficarem inadimplentes diminuiu.

"A queda no número de inadimplentes não é motivo para comemoração porque a redução do calote não está ocorrendo pela melhoria na capacidade de pagamento", observa economista. Ela lembra que o movimento ocorreu por causa da redução do endividamento do brasileiro.

Endividamento. O último dado disponível do Banco Central mostra que o endividamento das famílias acumulado em 12 meses até junho correspondia a 43,7% da renda. Esse é o menor nível do indicador desde dezembro de 2012.

Na análise de Marcela, a inadimplência está "parando de piorar". "Existe uma acomodação dos indicadores", diz ela. Um dado da pesquisa que sustenta essa avaliação cautelosa é que o calote das despesas compulsórias, como as contas de água e luz, continua em alta, enquanto a inadimplência de dívidas voluntárias, como financiamentos bancários, diminuiu. No mês passado, pesquisa do SPC Brasil mostra que o calote das contas de água e luz subiu 2,34% em relação ao mesmo período de 2015. Já a inadimplência bancária caiu 0,54%, na mesma base de comparação.

Na opinião do economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife, a perda de fôlego do calote é favorável, apesar de o motivo não ser a melhoria na capacidade de pagamento. "Dá para comemorar porque, sem essa queda, o cenário poderia ser bem pior", diz ele.

Calife observa que o indicador de inadimplência do consumidor, acumulado em 12 meses, vem perdendo fôlego desde abril. Ele acredita que se trata de uma tendência. Tanto é reduziu a projeção de alta do calote para o ano de 4% para 2,5%.

Apesar da redução dos indicadores, Marcela acredita que uma queda sustentável do calote só deve ocorrer no final do ano que vem, quando houver uma recuperação do emprego e da renda. "Pelo menos estamos começando a enxergar uma luz no fundo do túnel", pondera.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,numero-de-inadimplentes-cai-em-agosto-pelo-3-mes-seguido,10000075580

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Quitação de dívidas no Refis é baixa, diz Receita.

Estudo mostra que poucas empresas pagam os débitos refinanciados pelo governo.

BRASÍLIA - Em reação ao movimento crescente para que o governo conceda às empresas um novo Refis – programa de recuperação fiscal com parcelamento dos débitos das empresas –, a Receita Federal preparou um estudo que mostra que é muito baixo o índice de quitação dos parcelamentos da dívida tributária. A maioria dos contribuintes acabou sendo excluída dos programas por inadimplência ou optou por incluir a dívida parcelada em um Refis posterior.

Foto: Reuters

Desde 2000, a Receita Federal já fez 27 parcelamentos especiais, entre eles até um específico para a recuperação de dívidas de times de futebol.

No primeiro Refis, lançado há 16 anos, só foram pagos 3,4% dos débitos e 90,92% dos optantes foram excluídos do programa. Para a Receita, os sucessivos programas criaram uma “cultura de não pagamento” pelos contribuintes, que ficam na expectativa da criação um novo parcelamento com condições especiais, com efeitos deletérios para a arrecadação.

Desde 2000, a Receita já fez 27 parcelamentos especiais, entre eles um específico para recuperação de dívidas de times de futebol e de bancos. No chamado “Refis da Crise”, o mais famoso deles, aprovado pelo Congresso em 2009 em meio à recessão econômica provocada pela crise financeira internacional, 33,08% dos contribuintes já saíram do programa, deixando de pagar R$ 54,36 bilhões. Um volume que chega a 39,1% do total de R$ 139 bilhões de dívidas parceladas.

Certidão. Um dos principais defensores de um novo Refis, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, alega que as empresas não conseguem recuperar a atividade econômica se não tiverem financiamento. “Elas precisam da certidão de regularidade fiscal. Ninguém atrasa impostos porque quer. Quem não está pagando é porque não tem recursos para fazê-lo, não tem opção”, disse. Ele já levou o pedido ao presidente Temer e ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Segundo Andrade, o governo pode desenhar um programa diferente dos outros já concedidos. Lembrou que o governo ajudou os Estados ao alongar as suas dívidas com a União. “O presidente já fez um Refis para os governadores”, ressaltou.

No estudo, a Receita avalia que muitos contribuintes querem apenas conseguir por um tempo a certidão negativa de débitos para tocar seus negócios. Durante o Refis da Crise, os participantes do programa ficaram pagando uma parcela mínima de R$ 100,00 por um longo período, tendo direito à certidão negativa de débitos até que a Receita concluísse o trabalho de consolidação das dívidas parceladas, o que só ocorreu em julho de 2011. Após a consolidação, quando o valor a ser pago subiu, mais da metade dos optantes deixaram o programa.

Naquele Refis, foram criadas 14 modalidades de acerto da dívida, entre pagamento à vista e parcelamento das dívidas, com redução de 60% a 100% de multas e de 45% a 25% dos juros de mora. Ele foi reaberto outras quatro vezes, entre 2013 e 2014. “A certeza do próximo programa e a consequente possibilidade de rolar a dívida é mais atrativa do que qualquer redução oferecida”, diz o estudo da Receita.

Vantagem. O documento ressalta que as regras oferecidas nesses programas tornam muito mais vantajoso para o contribuinte deixar de pagar os tributos para aplicar os recursos no mercado financeiro, já que num futuro próximo poderão parcelar os débitos com grandes descontos e vantagens.

O comando da Receita é contrário à concessão de mais um Refis e avalia que as reduções de multas, juros e encargos legais oferecidas pelos programas atropelam os requisitos previstos no artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O artigo determina que propostas que concedam ou ampliem incentivos tributários devem vir acompanhadas da apresentação de estudo a respeito das implicações financeiras.

A pressão por um novo Refis voltou a crescer depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Durante o período de interinidade do presidente Michel Temer, integrantes da ala política do governo admitiram a possibilidade de um acordo no Congresso Nacional para a aprovação de um novo programa após o afastamento definitivo da presidente do cargo.



http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,quitacao-de-dividas-no-refis-e-baixa-diz-receita,10000074895

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Cade dá aval para bancos criarem cadastro próprio de inadimplentes.

A Gestora de Inteligência de Crédito (GIC), uma espécie de bureau de crédito, atuará no fornecimento de serviços sobre informações de pessoas físicas ou jurídicas para fins de decisão sobre concessão de crédito.


BRASÍLIA - A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a aprovação, com restrição, da operação entre Bradesco, Banco do Brasil, Banco Santander (Brasil), Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco pela qual pretendem constituir a Gestora de Inteligência de Crédito (GIC), uma espécie de bureau de crédito.

A decisão foi publicada nesta segunda-feira, 05, no Diário Oficial da União (DOU. Segundo o Cade, um bureau de crédito atua no fornecimento de serviços sobre informações de adimplência e inadimplência de pessoas físicas ou jurídicas para fins de decisão sobre concessão de crédito. O novo bureau atuará tanto no cadastro negativo como no cadastro positivo. 


Foto: SeniorLiving.Org

Bureau de crédito atua no fornecimento de serviços sobre informações de adimplência e inadimplência de pessoas físicas ou jurídicas para fins de decisão sobre concessão de crédito

Após análise de informações obtidas junto ao mercado, verificou-se que os setores de serviços de informações negativas (cadastro negativo) e de informações positivas (cadastro positivo) de pessoas físicas e jurídicas seriam afetados pela operação em virtude da integração vertical existente entre bancos e bureaus de crédito, já que os bancos são, ao mesmo tempo, fornecedores de insumos para os bureaus e consumidores dos serviços prestados por estes, informou o Cade.

A parceria entre os cinco bancos foi anunciada em janeiro deste ano e notificada ao Cade no último mês de abril. Segundo as empresas, a GIC desenvolverá um banco de dados para agregar, conciliar e tratar informações cadastrais e de crédito de pessoas físicas e jurídicas - os clientes deverão autorizar a inclusão de suas informações no banco de dados.

A nova companhia terá seu controle compartilhado entre as instituições financeiras, sendo que cada uma delas deterá 20% de seu capital social. O conselho de administração da nova empresa será composto por membros indicados pelos bancos, e os executivos terão dedicação exclusiva ao negócio, preservando sua gestão independente.

Em despacho, a Superintendência oferece impugnação da operação e propõe sua aprovação "condicionada à celebração do Acordo em Controle de Concentrações proposto pelas requerentes". Agora, o processo será encaminhado ao Tribunal do Cade, a quem caberá tomar a decisão final sobre o caso, acatando ou não a sugestão da Superintendência.

Em junho, a Superintendência declarou "complexo" o ato de concentração entre os bancos, o que indicava que o órgão já tinha eventuais preocupações concorrenciais diante da operação. Na ocasião, a Superintendência pediu novas diligências para aprofundar a análise do caso antes de emitir parecer. Entre as novas ações, ficou estabelecido que as empresas deveriam apresentar ao órgão "detalhamentos das práticas de governança a serem adotadas pela GIC, pormenorizando quais ações serão, de fato, tomadas para preservar a independência das requerentes entre si e em relação à GIC". /COM AGÊNCIA BRASIL


http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,cade-da-aval-para-bancos-criarem-cadastro-proprio-de-inadimplentes,10000074171

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Empresários que acham crise muito grave caem para 39,5%. 
 
Thinkstock 

   
Empresário: na percepção deles, o maior impacto da crise política sobre a economia foi o aumento do desemprego.
 
Da AGÊNCIA BRASIL

Varejistas e prestadores de serviços estão mais otimistas em relação aos próximos meses.
Segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), caiu de 60,2% em abril para 39,5% em agosto o percentual de empresários que consideram a crise econômica muito grave.
Para 47,9%, o segundo semestre será melhor do que o primeiro, enquanto 6,8% acreditam que será pior, bem abaixo dos 39,5% que esperam piora anteriormente.

Segundo a pesquisa, em meio à crise, algumas medidas estão sendo tomadas pelos empresários para se manter no mercado. A principal delas é a contenção de despesas, adotada por 38% - percentual menor que o verificado em abril, quando era de 45,1%. Em segundo e terceiro lugar, aparecem a redução dos preços (17,3%) e a demissão de funcionários (10,1%).
Já o investimento em propaganda e marketing e a mudança de foco no perfil do cliente aumentaram entre abril e agosto de 2016, respectivamente de 4,8% para 7,7% e de 2,3% para 6,1%.

A pesquisa mostra ainda que a maioria dos entrevistados não pretende demitir funcionários: 84,1% afastam a possibilidade de reduzir o quadro contra 8,6% que consideram a possibilidade.
No entanto, pela sua gravidade, a crise já gerou impactos nas empresas. De acordo com a pesquisa, 62,9% dos entrevistados tiveram que demitir funcionários no primeiro semestre.
Ainda como reflexo das dificuldades econômicas, metade dos entrevistados diz estar com seu negócio estagnado; 12,9% afirmam estar em crise e outros 13,1%, no vermelho. E cerca de 20% confessam que estão em crescimento.

Queda nas vendas
Na percepção dos empresários que se dizem afetados pela crise (87,3%), o maior impacto sobre os seus negócios foi a diminuição das vendas (70%), com percentual menor que a sondagem para o primeiro semestre (82,7%).
Os demais motivos mais citados também tiveram queda na comparação: aumento do pagamento de impostos (33,8% ante 51,0%), e a inadimplência dos clientes (31,8% ante 32,8%). Na percepção dos empresários, o maior impacto da crise política sobre a economia foi o aumento do desemprego (65,8%), seguido do reajuste dos impostos (50,5%), e a redução das vendas (45,7%).

A proporção dos que mencionaram esses dois últimos impactos caiu na comparação com abril, quando eram de 63,6% e 59,2% respectivamente.
Para que o Brasil volte a crescer, as principais atitudes a serem tomadas - na opinião dos empresários - são a redução dos impostos (42,7%), o combate à corrupção (42,7%) e o controle da inflação (39,1%). O levantamento do SPC Brasil e da CNDL mostrou que o maior temor dos empresários é que o país não saia da crise em 2016. Porém, o percentual caiu em relação ao levantamento de abril: de 41,1% para 33,5%.
A pesquisa foi realizada com 822 empresários de todos os portes dos segmentos de comércio e serviços nas 27 capitais e no interior do país. 


http://exame.abril.com.br/economia/noticias/empresarios-que-acham-crise-muito-grave-caem-para-39-5