Queda na taxa básica de juros deve ficar para 2016, Copom se reúne hoje.
Com câmbio elevado, preocupação com a inflação cresce, mas Selic deve seguir em 14,25% até dezembro. Para conter dívida e aquecer economia, mudança pode ocorrer no ano que vem.
São Paulo - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central
(BC) termina hoje a penúltima reunião do ano para definir sobre a taxa
básica de juros (Selic). Mas especialistas acreditam que mudanças devem
ocorrer somente em 2016 - e com viés negativo.
O resultado do
encontro desta quarta-feira será divulgado após o fechamento dos
mercados. E a principal expectativa, segundo especialistas entrevistados
pelo DCI, é sobre a manutenção da taxa básica em 14,25% ao ano.
"É
necessária certa cautela por parte do Banco Central" , disse Alessandra
Ribeiro, economista da Tendências Consultoria. "A atividade econômica
está se deteriorando e um novo aumento da taxa de juros poderia
complicar ainda mais a situação", concluiu.
Para Mauro Rochlin,
professor de economia da FGV, "a alta dos preços não é motivada, hoje,
pelo descasamento entre oferta e demanda. O que mantem a inflação são
duas fontes: o "fim" dos preços administrados e a pressão do dólar".
Agostinho
Pascalicchio, professor de economia da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, também ressaltou o impacto do real desvalorizado. "Realmente o
dólar está causando a alta inflação, principalmente nos índices de
preços de alimentos e de vestuário, influenciados pelo custo de
importados", disse.
Estimativas
Se os especialistas
entrevistados são unânimes sobre a manutenção da taxa Selic em 14,25%
até o final de 2015, para o ano que vem, entretanto, as projeções são
diferentes. Rochlin acredita que "se não houver novo rally do dólar,
talvez cheguemos a 13% até o fim de 2016". Ribeiro também disse que a
Selic pode baixar aos 13% no ano que vem, "começando a cair em
setembro". Pascalicchio, por outro lado, acredita que a taxa pode chegar
a 16,5% em 2016, "para conter a tendência da inflação, que deve
continuar".
O relatório Focus, levantamento feito pelo BC com especialistas do mercado, aponta, para 2016, Selic em 12,75%.
As
expectativas para o IPCA também foram abordadas. Rochlin disse que a
inflação deve cair em 2016, mas não o suficiente para atingir a meta do
governo, de 4,5%. Para ele, a alta dos preços pode ficar em 6% no ano
que vem. Ribeiro tem opinião semelhante: "a inflação deve ficar em 6,5%,
diferente do que o Banco Central está falando, de que haverá
convergência para a meta". A economista acredita que o IPCA deve se
aproximar dos 4,5% apenas em 2017.
Os especialistas do relatório Focus esperam IPCA em 6,12% até o final de 2016.
Renato Ghelfi
http://www.dci.com.br/economia/-queda-na-taxa-basica-de-juros-deve-ficar-para-2016%2C-copom-se-reune-hoje-id503738.html
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