segunda-feira, 1 de junho de 2015

SPC Brasil: 15% das MPEs devem demitir nos próximos meses.

Levantamento realizado pela entidade em parceria com a CNDL mostra que só 9% pretendem contratar mão de obra até setembro.

Da redação
SPC Brasil: 15% das MPEs devem demitir nos próximos meses
SPC Brasil: 15% das MPEs devem demitir nos próximos meses
Foto: Paulo Whitaker/Reuters 
SÃO PAULO - De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas (CNDL), 15% dos micro e pequenos empresários varejistas e prestadores de serviços deverão demitir funcionários nos próximos três meses. O principal motivo alegado por eles (32%) é o cenário econômico atual.
Ainda segundo o levantamento, só 9% das MPEs pretendem contratar mão-de-obra nesse período, entre junho e setembro deste ano, devido ao mesmo motivo das demissões. Outras justificativas como dificuldades para manter clientes (15,4%) e a carga tributária elevada (13,6%) também foram mencionadas por eles para explicar o mau momento.
O estudo considerou apenas as micro e pequenas empresas com mais de um funcionário. Os empresários entrevistados pertencem ao segmento de Varejo (52,5%) dos setores alimentícios, vestuário, materiais de construção e móveis e decoração; e de Serviços (47,5%), do setor alimentício, serviços financeiros, tecnologia e informática, transportes, e da área da saúde. O faturamento médio anual dessas empresas é de R$ 439 mil. Na análise mensal, elas faturam, em média, R$ 36,5 mil.

Perfil 
De acordo com a pesquisa, o perfil predominante do gestor de micro e pequenas empresas é do sexo masculino, tem de 35 a 54 anos, possui de ensino médio (36,4%) a superior completo (31,1%), e tem uma renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos (R$ 3.940 a 7.888 mil).
O levantamento aponta ainda que 66% possuem entre um e quatro funcionários, e, em média, nove em cada dez colaboradores são registrados. Quando observado o tempo de atuação das empresas, 87% estão há mais de nove anos no mercado.

Capital de giro
O estudo avaliou também que 63% das MPEs tiveram como capital inicial os recursos pessoais do empresário, e 68% também os utilizam como a principal fonte do capital de giro.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é preocupante o número de entrevistados que afirmaram fazer uso do cartão de crédito para este fim: praticamente dois em cada dez gestores ouvidos (17%) utilizam a modalidade como fonte de capital de giro.
"Fica clara a falta de conhecimento dos pequenos empresários com relação ao crédito mais adequado quando comparamos com a taxa de juros para empréstimos destinados a capital de giro, de 23,4% ao ano", explica a especialista.
Também são mencionados como fonte de capital o cheque especial (13,9%) e o empréstimo feito em nome da empresa (6,3%). "A citação do cheque especial para o capital de giro preocupa e indica que a qualidade do crédito tomado pelas empresas não é o ideal", analisa a economista. De acordo com o Banco Central, os juros no cartão de crédito rotativo para pessoas jurídicas já chegam a 211,60% ao ano (dados de março de 2015). No caso do cheque especial, os juros já chegam a 203,90% ao ano. 
Não à toa, a pesquisa mostra que 12% das MPEs entrevistadas afirmaram estar inadimplentes.

Finanças 

Por último, de todas as micro e pequenas empresas avaliadas, 94% possuem conta jurídica em banco, mas 22% dos gestores não fazem a administração dos recursos pessoais e da empresa de forma separada, o que prejudica a profissionalização e o desempenho do negócio, diz Kawauti. "A dificuldade em separar as finanças pessoais das pendências e responsabilidades da empresa é um problema na hora de contabilizar os lucros e prejuízos", afirma.

http://www.dci.com.br/economia/spc-brasil-15-das-mpes-devem-demitir-nos-proximos-meses-id471248.html

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