terça-feira, 6 de setembro de 2016

Cade dá aval para bancos criarem cadastro próprio de inadimplentes.

A Gestora de Inteligência de Crédito (GIC), uma espécie de bureau de crédito, atuará no fornecimento de serviços sobre informações de pessoas físicas ou jurídicas para fins de decisão sobre concessão de crédito.


BRASÍLIA - A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a aprovação, com restrição, da operação entre Bradesco, Banco do Brasil, Banco Santander (Brasil), Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco pela qual pretendem constituir a Gestora de Inteligência de Crédito (GIC), uma espécie de bureau de crédito.

A decisão foi publicada nesta segunda-feira, 05, no Diário Oficial da União (DOU. Segundo o Cade, um bureau de crédito atua no fornecimento de serviços sobre informações de adimplência e inadimplência de pessoas físicas ou jurídicas para fins de decisão sobre concessão de crédito. O novo bureau atuará tanto no cadastro negativo como no cadastro positivo. 


Foto: SeniorLiving.Org

Bureau de crédito atua no fornecimento de serviços sobre informações de adimplência e inadimplência de pessoas físicas ou jurídicas para fins de decisão sobre concessão de crédito

Após análise de informações obtidas junto ao mercado, verificou-se que os setores de serviços de informações negativas (cadastro negativo) e de informações positivas (cadastro positivo) de pessoas físicas e jurídicas seriam afetados pela operação em virtude da integração vertical existente entre bancos e bureaus de crédito, já que os bancos são, ao mesmo tempo, fornecedores de insumos para os bureaus e consumidores dos serviços prestados por estes, informou o Cade.

A parceria entre os cinco bancos foi anunciada em janeiro deste ano e notificada ao Cade no último mês de abril. Segundo as empresas, a GIC desenvolverá um banco de dados para agregar, conciliar e tratar informações cadastrais e de crédito de pessoas físicas e jurídicas - os clientes deverão autorizar a inclusão de suas informações no banco de dados.

A nova companhia terá seu controle compartilhado entre as instituições financeiras, sendo que cada uma delas deterá 20% de seu capital social. O conselho de administração da nova empresa será composto por membros indicados pelos bancos, e os executivos terão dedicação exclusiva ao negócio, preservando sua gestão independente.

Em despacho, a Superintendência oferece impugnação da operação e propõe sua aprovação "condicionada à celebração do Acordo em Controle de Concentrações proposto pelas requerentes". Agora, o processo será encaminhado ao Tribunal do Cade, a quem caberá tomar a decisão final sobre o caso, acatando ou não a sugestão da Superintendência.

Em junho, a Superintendência declarou "complexo" o ato de concentração entre os bancos, o que indicava que o órgão já tinha eventuais preocupações concorrenciais diante da operação. Na ocasião, a Superintendência pediu novas diligências para aprofundar a análise do caso antes de emitir parecer. Entre as novas ações, ficou estabelecido que as empresas deveriam apresentar ao órgão "detalhamentos das práticas de governança a serem adotadas pela GIC, pormenorizando quais ações serão, de fato, tomadas para preservar a independência das requerentes entre si e em relação à GIC". /COM AGÊNCIA BRASIL


http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,cade-da-aval-para-bancos-criarem-cadastro-proprio-de-inadimplentes,10000074171

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Empresários que acham crise muito grave caem para 39,5%. 
 
Thinkstock 

   
Empresário: na percepção deles, o maior impacto da crise política sobre a economia foi o aumento do desemprego.
 
Da AGÊNCIA BRASIL

Varejistas e prestadores de serviços estão mais otimistas em relação aos próximos meses.
Segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), caiu de 60,2% em abril para 39,5% em agosto o percentual de empresários que consideram a crise econômica muito grave.
Para 47,9%, o segundo semestre será melhor do que o primeiro, enquanto 6,8% acreditam que será pior, bem abaixo dos 39,5% que esperam piora anteriormente.

Segundo a pesquisa, em meio à crise, algumas medidas estão sendo tomadas pelos empresários para se manter no mercado. A principal delas é a contenção de despesas, adotada por 38% - percentual menor que o verificado em abril, quando era de 45,1%. Em segundo e terceiro lugar, aparecem a redução dos preços (17,3%) e a demissão de funcionários (10,1%).
Já o investimento em propaganda e marketing e a mudança de foco no perfil do cliente aumentaram entre abril e agosto de 2016, respectivamente de 4,8% para 7,7% e de 2,3% para 6,1%.

A pesquisa mostra ainda que a maioria dos entrevistados não pretende demitir funcionários: 84,1% afastam a possibilidade de reduzir o quadro contra 8,6% que consideram a possibilidade.
No entanto, pela sua gravidade, a crise já gerou impactos nas empresas. De acordo com a pesquisa, 62,9% dos entrevistados tiveram que demitir funcionários no primeiro semestre.
Ainda como reflexo das dificuldades econômicas, metade dos entrevistados diz estar com seu negócio estagnado; 12,9% afirmam estar em crise e outros 13,1%, no vermelho. E cerca de 20% confessam que estão em crescimento.

Queda nas vendas
Na percepção dos empresários que se dizem afetados pela crise (87,3%), o maior impacto sobre os seus negócios foi a diminuição das vendas (70%), com percentual menor que a sondagem para o primeiro semestre (82,7%).
Os demais motivos mais citados também tiveram queda na comparação: aumento do pagamento de impostos (33,8% ante 51,0%), e a inadimplência dos clientes (31,8% ante 32,8%). Na percepção dos empresários, o maior impacto da crise política sobre a economia foi o aumento do desemprego (65,8%), seguido do reajuste dos impostos (50,5%), e a redução das vendas (45,7%).

A proporção dos que mencionaram esses dois últimos impactos caiu na comparação com abril, quando eram de 63,6% e 59,2% respectivamente.
Para que o Brasil volte a crescer, as principais atitudes a serem tomadas - na opinião dos empresários - são a redução dos impostos (42,7%), o combate à corrupção (42,7%) e o controle da inflação (39,1%). O levantamento do SPC Brasil e da CNDL mostrou que o maior temor dos empresários é que o país não saia da crise em 2016. Porém, o percentual caiu em relação ao levantamento de abril: de 41,1% para 33,5%.
A pesquisa foi realizada com 822 empresários de todos os portes dos segmentos de comércio e serviços nas 27 capitais e no interior do país. 


http://exame.abril.com.br/economia/noticias/empresarios-que-acham-crise-muito-grave-caem-para-39-5

terça-feira, 30 de agosto de 2016


Inadimplência das empresas cresce 12% em julho, mas desacelera pelo quarto mês consecutivo, mostra indicador do SPC Brasil.
 

Entre as quatro regiões analisadas, Nordeste teve a maior alta anual no número de empresas devedoras. Sudeste não foi considerado devido à lei que dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas em São Paulo
O número de empresas devedoras ainda é alto, mas pelo quarto mês seguido houve uma desaceleração no crescimento da inadimplência. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que o total de pessoas jurídicas com pendências atrasadas cresceu 11,61% em julho na comparação com o mesmo mês do ano anterior, percentual referente a quatro regiões pesquisadas - Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sul. A região Sudeste não foi considerada devido à Lei Estadual nº 15.659 que vigora no estado de São Paulo e dificulta a negativação de pessoas físicas e jurídicas no estado.

Entre as quatro regiões analisadas, o Nordeste foi a que apresentou a maior variação no número de empresas com o CNPJ registrado nas listas de negativados: um avanço anual de 14,22%. No Norte, a inadimplência de pessoas jurídicas também registrou forte avanço, crescendo 11,56% na comparação entre julho e o mesmo mês do ano anterior. As regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram variações menores do número de devedores mas, ainda assim, os números são expressivos: 9,69% e 9,66%, respectivamente.
“A inadimplência das empresas cresceu significativamente ao longo de 2015, e desde o início de 2016 vem mostrando certa acomodação. O resultado de julho representa a quarta desaceleração consecutiva do indicador, ainda que este continue crescendo de forma bastante significativa em relação à série histórica como um todo, o que reflete as dificuldades econômicas enfrentadas no país”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “O aumento do desemprego, a inflação em patamares elevados e a baixa confiança dos consumidores e empresários afetam a capacidade de pagamento tanto das empresas quanto da população”, analisa.

Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, o crescimento da taxa de inadimplência demonstra o quanto o aprofundamento da recessão, que somente agora parece começar a ceder, afetou as empresas. “A alta da inadimplência observada entre as empresas é um duro reflexo do cenário que limita o crédito e engessa o crescimento das pessoas jurídicas”, afirma. “A economia brasileira deteriorou-se rapidamente, o que impactou a renda das famílias e o faturamento das empresas.”

Setor de Serviços concentra maior parte das dívidas pendentes
O setor credor de Serviços, que engloba os bancos e financeiras, lidera a participação no total de dívidas em atraso das empresas em todas as regiões pesquisadas, ou seja, para quem as empresas e pessoas estão devendo. Em todas as quatro regiões analisadas, o setor concentra mais da metade das dívidas. O segundo maior credor em todas as regiões é o setor de Comércio.

Considerando o total de dívidas em atraso pendentes das empresas, englobando os segmentos de serviços, indústria, comércio, agricultura e outros setores, o destaque também fica no Nordeste: um aumento de 17,69% na comparação entre julho de 2016 e o mesmo mês do ano anterior. Na região Norte, o crescimento do número de dívidas de pessoas jurídicas também foi alto, de 14,80% e, com variação menor, aparecem o Sul (12,70%) e o Centro-Oeste (11,81%).

http://www.segs.com.br/economia/31314-inadimplencia-das-empresas-cresce-12-em-julho-mas-desacelera-pelo-quarto-mes-consecutivo-mostra-indicador-do-spc-brasil.html

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Inadimplentes limitam alta do PIB. 

Levantamento do SPC Brasil aponta que 46% das pessoas com inadimplência ainda não conseguirão pagar suas dívidas nos próximos três meses deste ano.





São Paulo - A demanda fraca e endividada ante o momento de recessão pode limitar o processo de melhora da atividade econômica. Puxada principalmente pelo desemprego, falta de condições financeiras para quitar dívidas antigas pode se estender até o ano que vem.
Os últimos dados, divulgados ontem, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontam que quase metade dos inadimplentes (46,5%) não conseguirá pagar contas em atrasos nos próximos 90 dias.
 

Entre os principais motivos, estão o desemprego (28,2% dos entrevistados), a diminuição da renda (14,8%), a falta de controle financeiro e de planejamento no orçamento (9,6%) e o empréstimo do nome para compras feitas por terceiros (9,3%, com alta de 30% entre os mais velhos e de 9,9% nas classes C, D e E).
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) o alto índice de desemprego ainda restringe muito o crescimento econômico do País.
"A economia pode dar sinais de melhora no quarto trimestre, mas isso ainda não significa mais emprego, o que, automaticamente, não reflete na melhora no consumo", explica Oliveira.
 

Ele também destaca a forte necessidade de resolução rápida da ociosidade da indústria. "Todos esperam uma retomada, mas esse é um ponto importante que impede o consumo e limita o crescimento previsto para 2017", completa o executivo.
Ainda de acordo com o SPC, a inadimplência desacelerou pelo terceiro mês seguido em julho, para 58,9 milhões de inadimplentes (ante 59,1 milhões em junho). O valor médio total das contas não pagas, também apresentou um recuo de 33,9%, para R$ 3.543,60, em relação a 2015.
 

Os inadimplentes das classes A e B, no entanto, apresentam o maior valor de dívidas (R$ 5.633,95), seguidos pelos consumidores com idade entre 35 e 64 anos (R$ 4.176,29).
Para José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, a queda na renda somada à necessidade de honrar compromissos no dia a dia, dificultam a concretização prevista nos índices de confiança do mercado, que demonstram expectativas mais positivas para a atividade econômica.
"Há um estoque enorme de dívidas antigas e a forte pressão da inflação nos preços diários básicos. A perspectiva é positiva, mas, entre isso e a realidade, ainda temos um longo caminho a percorrer. Talvez só no final do primeiro semestre de 2017, mas com certeza não haverá queda iminente em um curto prazo."

Primeira vez
Os dados do SPC apontam, ainda, um aumento de 23,2 pontos percentuais no número de pessoas que ficaram inadimplentes pela primeira vez no último ano (71%).
Deste total, 92,2% são das classes C, D e E; 64,1% têm idade entre 25 e 49 anos; 33,9% são funcionários de empresas privadas e apenas 15,9% estão desempregados.
"O que chama a atenção é o número de contas não pagas entre a população empregada e com idade ativa. O que se imagina é que o não planejamento e a falta de adaptação à recessão foi o que elevou esse número de pessoas que ficaram inadimplentes pela primeira vez", comenta Vignoli.
 

O levantamento também identifica quais são os principais produtos e serviços que levaram ao calote, sendo roupas (45,0%, aumentando para 50,6% entre as mulheres e 57,7% entre os desempregados), calçados (25,8%) e eletrodomésticos (17,4%). Do total, 11% não se lembra de qual compra o levou à dívida.
O educador financeiro ressalta que os bancos "exageraram" na concessão de crédito nos anos anteriores, o que influencia a dependência de financiamento que se vê atualmente nas classes mais baixas. "A crise, no entanto, servirá como lição tanto para quem emprestou como para quem tomou dinheiro emprestado."
 

Os especialistas de crédito ouvidos pelo DCI, também comentam que o desenrolar econômico ganhará força a partir da próxima semana, com o andamento do impeachment.
"A dificuldade das pessoas, no entanto, continua, e ainda veremos esse quadro perdurar nos próximos meses, mesmo com os possíveis sinais de melhora da economia", conclui Oliveira, da Anefac.

Isabela Bolzani


http://www.dci.com.br/financas/inadimplentes-limitam-alta-do-pib-id569813.html

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Refis cria hábito de inadimplência nas empresas, diz Receita. 

Para o coordenador-geral da Receita Federal, João paulo Martins da Silva, a expectativa da edição de um novo Refis normalmente leva ao aumento do calote tributário no Brasil. 


Desde o fim de 2014, a arrecadação de tributos federais está caindo a um ritmo mais intenso que a produção do país. De acordo com a economista da FGV Vilma da Coceição Pinto, isto pode ser um indicativo de que há um aumento na inadimplência no pagamento de impostos pelas empresas.
Segundo os cálculos da especialista, os tributos que incidem normalmente sobre vendas recuaram 10,3% (descontada a inflação) na média de 12 meses até junho ante igual período de 2015. Na mesma comparação, a queda no volume de vendas do comércio foi de 6,7%. "Esses dados são um indício de que a inadimplência tributária pode estar aumentando", diz Pinto.

Já o gerente de economia da Firjan, Guilherme Mercês, diz que as pequenas e médias empresas são as que têm enfrentado maior dificuldade para pagar seus impostos.
"As empresas podem até ter faturamento, mas não têm conseguido receber dos clientes", diz Mercês. Atualmente, a carga tributária do Brasil equivale a cerca de 33% do PIB. Um valor considerado alto por especialistas tributários, informa a Folha de S.Paulo.

Apesar de não ter notado um aumento na inadimplência, o coordenador-geral de arrecadação da Receita Federal, João paulo Martins da Silva, concorda que os parcelamentos tributários especiais (Refis) criam o hábito de inadimplência nas empresas, que acabam contando com os programas. Para ele, a expectativa da edição de um novo Refis normalmente leva ao aumento do calote tributário no Brasil.

https://www.noticiasaominuto.com.br/economia/269497/refis-cria-habito-de-inadimplencia-nas-empresas-diz-receita

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Falta de planejamento financeiro leva inadimplência a crescer 5,67% em BH em julho.
Alta é maior entre os consumidores mais velhos.
 
O número de consumidores com o nome sujo na praça cresceu 5,67% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito da Câmara dos Dirigentes Lojistas (SPC/CDL-BH). Na mesma base de comparação, a alta é a maior dos três anos. Em relação a junho, o indicador avançou 0,64%. As contas em atraso cresceram mais entre os consumidores mais velhos e caiu entre os mais novos.

A falta de planejamento financeiro, aliada ao crescimento da inflação e do desemprego, é o principal motivo apontado pela CDL-BH para o avanço do calote. Segundo a pesquisa, o maior crescimento da inadimplência em julho, frente ao mesmo mês de 2015, foi registrado pelos consumidores mais velhos (31,5%) com idade superior aos 65 anos. Na análise por gênero, a disputa ficou bem equilibrada entre mulheres (5,42%) e homens (5,4%).

Segundo a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, o planejamento financeiro é essencial para o consumidor manter suas contas equilibradas. “Mas o que temos percebido é que muitas famílias não têm planejado suas despesas. Com isso, a inadimplência na capital bateu recorde em julho”, afirma. “Como a renda das famílias está sendo pressionada pela inflação, quem não planeja suas despesas acaba tendo mais dificuldades em honrar seus compromissos”, avalia.

CONSUMO
Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada também ontem, apontou que a Intenção de Consumo das Famílias (IFC) registrou alta de 0,9% este mês em relação a julho, com 69,3 pontos em uma escala de 0 a 200. Foi o primeiro aumento mensal registrado pelo índice nos últimos seis meses. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, o IFC teve queda de 15,3%.

Diferentemente dos meses anteriores, o índice teve aumento na comparação mensal nos sete indicadores que o compõem. Porém, o indicador ainda permanece em um nível menor que 100 pontos, abaixo da chamada zona de indiferença, que indica insatisfação com a situação atual.

Único quesito acima da zona de indiferença, a avaliação do emprego atual teve alta de 1,6% e chegou aos 102,3 pontos. Na comparação anual, o quesito teve recuo de 5,6%. Atualmente, o percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego é de 28,9%.

O nível de consumo subiu 0,5% em relação ao mês anterior, mas teve queda de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a CNC, o elevado custo do crédito, o aumento do endividamento e do desemprego são alguns fatores que explicam as variações negativas em relação ao ano passado.

“Mesmo com a perda da força da inflação e seus impactos favoráveis nas vendas, a confiança do consumidor ainda segue fragilizada por causa do encarecimento do crédito e da instabilidade no mercado de trabalho”, afirmou Juliana Serapio, assessora econômica da CNC, em nota oficial.

As expectativas das famílias em relação ao futuro também melhoraram. A perspectiva em relação ao mercado de trabalho avançou 0,5% em relação ao mês passado, mas teve queda de 5,4% na comparação anual. A perspectiva de consumo teve aumento de 0,4% em agosto ante a julho. Na comparação anual, entretanto, o recuo foi de 20,4%.

Essas expectativas menos negativas para o segundo semestre levaram a CNC a revisar suas projeções para as vendas no varejo restrito de -5,6% para -5,4% ao final de 2016. Também houve revisão da projeção para o varejo ampliado (que engloba automóveis e materiais de construção) de -10,6% para -9,8%.

Empresário confiante
O Índice Confiança do Empresário Industrial (Icei) subiu 4,2 pontos e alcançou 51,5 pontos em agosto. Com isso, após 28 meses, o indicador fica acima da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que os empresários estão mais confiantes. Os dados foram divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Icai estava abaixo dos 50 pontos desde março de 2014 e, após abril, com o andamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, começou a se recuperar. As grandes empresas são as mais confiantes e registraram 53,1 pontos no indicador de agosto, ante 50,7 pontos das médias empresas e 48,9 pontos das pequenas, ligeiramente abaixo dos 50 pontos. Na avaliação do presidente da CNI, Robson Andrade, a virada do Icei é um bom sinal. “À medida que as reformas forem aprovadas, o processo de recuperação da economia deve se consolidar”, acredita. 


http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2016/08/17/internas_economia,794725/falta-de-planejamento-financeiro-leva-inadimplencia-a-crescer-5-67-em.shtml

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

BB vê sucesso na recuperação de crédito; índice supera 90%, apesar de crise.
 

12/08/2016

A renegociação de crédito é parte integrante do crédito e o Banco do Brasil tem obtido sucesso nessa operação, apesar do cenário econômico desafiador, disse o gerente geral de Relações com Investidores da instituição, Bernardo Rothe, durante teleconferência com analistas e investidores. Ele ponderou, no entanto, que para o terceiro trimestre, o nível de recuperação deve cair, dado o período de férias em junho e as Olimpíadas.
"A recuperação de crédito continua positiva e temos um número bom, dado o cenário econômico, o trabalho focado na gestão e a recuperação de créditos inadimplentes e manutenção de créditos adimplentes", afirmou Rothe.
"Não renegociar é pior. O índice de recuperação do banco em até 360 dias após vencido é acima de 90% mesmo com a crise. No ano passado, era 94% e caiu para cerca de 93% (nesse ano). Temos tido sucesso em recuperar crédito", acrescentou.

O documento de análise de desempenho do banco informa que nos últimos doze meses foram cobrados e recuperados R$ 14,6 bilhões em caixa, sendo que créditos em atraso classificados em risco H representaram 13,8% desse total. Os outros 86,2% foram cobrados e recuperados enquanto estavam em outros níveis de risco. Tanto o valor recebido quanto o porcentual de recuperação nos demais níveis de risco são os maiores da série, de acordo com o documento.

Pico das provisões
O Banco do Brasil considera que já atingiu o pico de provisões no primeiro semestre e que essas despesas têm tendência de queda para o segundo semestre. "Atingimos o pico e no segundo trimestre as provisões já foram inferiores aos primeiros três meses do ano", disse Rothe. "Fizemos exercício excluindo um agravamento específico no segundo trimestre e as indicações são de que o pico já foi atingido e que o fluxo de provisões deve ser menor do que no início do ano", acrescentou.

As despesas com provisões para devedores duvidosos (PCLD) do Banco do Brasil totalizaram R$ 8,277 bilhões, aumento de 59,5% em um ano, quando estavam em R$ 5,191 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre, de R$ 9,145 bilhões, houve retração de 9,5%. No semestre, os gastos com provisões saltaram 60,6%, para R$ 17,422 bilhões.

Na apresentação de resultado, o banco mostrou que excluindo despesas relacionadas a agravamentos somados a caso específico, as despesas com provisão seriam de R$ 6,9 bilhões no segundo trimestre, inferior aos R$ 7,3 bilhões no primeiro trimestre, também excluindo agravamentos e caso específico.
Portanto, no segundo trimestre, as despesas com provisão para agravamentos e caso específico somaram R$ 1,4 bilhão e no primeiro trimestre, de R$ 1,9 bilhão.
Quanto ao caso específico, os executivos do BB explicaram que o caso, no segmento de óleo e gás, tem sido considerado vencido desde a inadimplência original. Os executivos acrescentaram ainda que até o final do ano, tal crédito deve ser jogado a perda, estando já 100% provisionado.

'Agravamento'
O Banco do Brasil tem praticado o "agravamento" de sua carteira de crédito para empresas, antecipando-se a confirmação das dificuldades financeiras nos balanços, o que elevou a concentração de créditos classificados entre D e H de 9,4% para 9,8% na carteira de crédito. O porcentual é, entretanto, menor do que no segundo trimestre de 2015, quando estava em 10,2%.
"Não esperamos chegar o balanço, agravamos o risco antes", disse Rothe. Segundo ele, o BB espera que o comportamento da carteira seja melhor daqui em diante.


http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20160812/sucesso-recuperacao-credito-indice-supera-apesar-crise/402892