terça-feira, 29 de setembro de 2015

PMEs preferem fechar portas a pedir recuperação judicial.

Malena Oliveira - O Estado de S. Paulo
29 Setembro 2015 | 07h 00
 

Pequenas e médias empresas lideram em pedidos, mas recurso ainda é inexplorado, avaliam especialistas.
Pequenas e médias empresas são maioria entre as que utilizam a recuperação judicial para evitar a falência. Entretanto, acionar a Justiça para negociar com credores não deveria ser um recurso para amenizar problemas estruturais: “Estar em dificuldade financeira não significa necessariamente ter de entrar em recuperação judicial”, diz Paulo Funchal, sócio da divisão de Fusões e Aquisições da consultoria Grant Thornton.

Apesar de estar em expansão, a procura pelo mecanismo por empresas menores ainda é baixa. Além disso, muitas delas adotam a “estratégia do avestruz” ao simplesmente baixar as portas, como exemplifica o gerente do Sebrae, Bruno Quick. “A lei no Brasil favorece muito o credor, pois a dívida nunca prescreve”, destaca. Para o analista Gabriel Rizza, também do Sebrae, regras mais claras, simples e previsíveis dariam mais segurança jurídica para as empresas endividadas.

Pequenas e médias empresas são maioria entre as que usam recuperação judicial para evitar falência
Pequenas e médias empresas são maioria entre as que usam recuperação judicial para evitar falência
Para evitar um pedido de recuperação judicial, planejamento de longo prazo – com duração entre cinco e dez anos – e uma avaliação detalhada e periódica das condições da empresa são os pontos-chave, explica Funchal. O exame, no entanto, varia para cada tipo de negócio e depende do quanto as finanças estão comprometidas: “Infelizmente, muitas empresas apenas jogam mais para a frente a amargura de um processo de falência”, diz o executivo.
Com a economia fraca, o número de pedidos de recuperação judicial deve bater recorde em 2015, mostram dados da Serasa Experian. Até agosto deste ano, eles somavam 766, o maior valor acumulado para o mês desde 2005, quando a lei que criou o recurso entrou em vigor. Este ano, pequenas empresas entraram com 393 dos pedidos, enquanto as médias, com 228. “Em termos absolutos, o número de pequenas empresas é maior porque, no Brasil, elas são a maioria dos CNPJs ativos”, diz o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Pelos dados de agosto da Receita Federal, há mais de 16 milhões de empresas ativas no País, sendo 12,8 milhões de pequeno porte (EPPs) e 584,4 mil microempresas (MEs).

Sinais. Termômetro para as pequenas e médias empresas, o caixa pode ajudar a elaborar estratégias de negócio: “O fluxo de caixa precisa projetar ascendência. Se as retas (que apontam a entrada e a saída de recursos) indicam que vão se cruzar, é um sinal negativo”, diz o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emilio Alfieri.
Além disso, pensar no futuro também é fundamental, destaca o sócio da PwC, José Braga: “É preciso ter muito bem planejado o que vai se gerar de caixa nos próximo seis a doze meses”, diz.
À lista de alternativas, Ulisses Brondi, sócio da consultoria Asis, acrescenta que empresas podem utilizar dados de tributação enviados à Receita para fazer um raio X de sua situação: “Como elas precisam guardar esses dados por pelo menos cinco anos, é possível fazer um panorama”, diz.
Detectado o perigo, é preciso reduzir custos, renegociar prazos com credores ou até mudar os rumos do negócio para driblar os ventos desfavoráveis.
Outra possibilidade é a procura de um sócio, como aponta Funchal. Mesmo com as complicações no cenário econômico, o executivo diz que empresas brasileiras ainda são atraentes para investidores estrangeiros que olham para o longo prazo.

 

http://economia.estadao.com.br/noticias/governanca%2cpmes-preferem-fechar-portas-a-pedir-recuperacao-judicial-%2c1770779


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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Inadimplência de empresas recua 5,7% em agosto ante julho, diz Serasa Experian.

Apesar do recuo o resultado mostra um crescimento de 16,1% em relação a agosto de 2014.
inadimplência falência endividamento dívidas contas
Inadimplência falência endividamento dívidas contas
Foto: Forest Path/Dreamstime
SÃO PAULO - A inadimplência dos empresários diminuiu em agosto, mas não foi suficiente para anular o forte crescimento dos calotes das empresas nesse ano. O Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas apontou um recuo de 5,7% em agosto ante julho e somou elevação de 13,3% no ano até o fim do mês passado. Segundo a Serasa Experian, esse é o maior porcentual nesta comparação desde 2012, quando foi observado aumento de 14,3%. C entre os dois períodos, o resultado mostra um crescimento de 16,1% em relação a agosto de 2014.
Os cheques sem fundos foram os que mais pesaram para a queda do indicador no mês, com decréscimo de 13,4% e contribuição negativa de 2,0 pontos porcentuais (p.p.). As dívidas bancárias também tiveram queda (-2,0%), gerando uma contribuição negativa para a variação mensal de 0,4 p.p.. Os protestos de títulos tiveram a mesma queda (2,0%), contribuindo negativamente com 4,2 p.p.
As dívidas não bancárias (junto aos cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc.) foram as únicas a aumentar em agosto ante julho. Tiveram alta de 2,3% e contribuição positiva de 0,9 p.p.
O valor médio dos títulos protestados cresceu 15,4% de janeiro a agosto de 2015, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O valor médio dos cheques sem fundos e das dívidas não bancárias também apresentou alta de 6,8% e 0,4%, respectivamente. Já o valor médio da inadimplência com os bancos registrou queda de 18,5%.
Em comunicado à imprensa, os economistas da Serasa Experian explicam que o "aprofundamento da recessão econômica e as escaladas das taxas de juros e do dólar estão impactando negativamente a geração de caixa e a capacidade de pagamento das empresas, impondo sérias dificuldades à quitação de seus compromissos financeiros neste ano de 2015".

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/economia/inadimplencia-de-empresas-recua-5,7-em-agosto-ante-julho,-diz-serasa-experian-id498672.html
Levy diz que governo tem que cortar mais gastos.
 
Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília
Ministro da Fazenda Joaquim Levy: "Tinha gente que achava que o 'downgrade' (perda do grau de investimento) estava no preço e que, portanto, podíamos ser complacentes"
Da REUTERS

SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico que o governo terá que realizar mais cortes de gastos para evitar o agravamento da crise econômica.
"Tinha gente que achava que o 'downgrade' (perda do grau de investimento) estava no preço e que, portanto, podíamos ser complacentes", disse ele em entrevista publicada nesta segunda-feira.
"Ficou claro que não estava e que temos rapidamente de fazer mais contenção nos gastos para contrabalançar impostos, porque a economia pode piorar se titubearmos agora."
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Levy ainda destacou que não haverá recuperação da economia se a equação fiscal não for resolvida, o que permitiria a redução da taxa de juros.
Mas isso não é garantia suficiente para a sustentação do crescimento "se não houver o terceiro elemento, das reformas estruturais", disse ele.

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/levy-diz-que-governo-tem-que-cortar-mais-gastos-segundo-valor

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Dólar cai mais de 1,5% no início dos negócios, de olho em BC.

Bruno Federowski, da REUTERS

Pessoa conta notas de dólar
Dólar: o BC atuará três vezes no mercado nesta sessão, com um leilão de até 20 mil novos swaps
São Paulo - O dólar recuava mais de 1,5 por cento ante o real no início dos negócios desta sexta-feira, dando continuidade ao recuo da véspera, após o Banco Central manter forte sua presença no mercado com anúncio de duas intervenções adicionais nesta sessão, além da esperada rolagem de swaps cambiais.
Às 9:09, o dólar recuava 1,84 por cento, a 3,9181 reais na venda, após marcar na véspera a maior queda diária desde o fim de 2008.
O BC atuará três vezes no mercado nesta sessão, com um leilão de até 20 mil novos swaps, equivalentes a venda futura de dólares; um leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra; e oferta de até 9,45 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro.

http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/dolar-cai-mais-de-1-5-no-inicio-dos-negocios-de-olho-em-bc

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Juros batem recorde pressionados por inadimplência, Selic e economia.

Segundo especialistas, taxa Selic colabora para alta de juros, mas não é fator principal, e ressaltam que maior restrição de crédito vista nos bancos é reflexo do cenário de instabilidade e incertezas.



São Paulo - Segundo especialistas, a taxa Selic não é o único fator influente na piora das condições de crédito. O atual ambiente político-econômico, somado aos prazos e créditos reduzidos e aos altos indicadores de inadimplência e juros, favorece o risco do crédito.
Ontem, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, apresentou uma série de novos recordes de taxas de juros em agosto, já ultrapassando os patamares já altos observados no mês anterior.
"Isso é para ilustrar que estamos num nível relativamente elevado de juros e o ciclo de alta da Selic é o principal determinante desse movimento", resumiu.
Para Clemens Vinícius de Azevedo Nunes, professor de Economia da Escola de Economia de São Paulo da Faculdade Getulio Vargas (EESP/FGV), apesar de a Selic ser um dos fatores que colaboram na alta dos juros, ela não é o elemento principal.
"Selic mais alta, significa menos PIB [Produto Interno Bruto], menos crescimento econômico e mais desemprego, ou seja, maior inadimplência. O fato é que os bancos já estão se antecipando para não receber e, hoje, já cobram mais caro. É um conjunto. Inadimplência, aumento de encargos fiscais e a incerteza do cenário econômico", avalia o professor.
Oferta
Já a oferta de crédito pelo BNDES mostrou um crescimento "bem mais modesto" por causa das concessões, que caíram 26% no ano, segundo o técnico. E o BC manteve praticamente inalteradas suas projeções para expansão do crédito em 2015, mantendo, no crédito total, a expectativa de 9% de alta.
A única mudança foi na perspectiva para o crédito nos bancos privados nacionais, que passou de 4% para 3%. A previsão para o crédito livre foi mantida em 5%; para o direcionado, em 14%; para os bancos públicos, em 13%, e para os bancos privados estrangeiros também mantida em 7%.
Segundo Miguel Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a situação dos bancos, tanto como os públicos e privados como até mesmo os estrangeiros, já se mostram mais restritivos diante desse cenário.
"Todos eles vão ficar mais restritivos e com retração de crédito, preocupados com a própria dificuldade de conseguir conceder recursos. Até mesmo porque o risco de crédito também acaba afetando-os", analisa o especialista.
Tulio Maciel destacou ser "natural e salutar" para o próprio sistema que o crescimento do mercado de crédito seja menor, mas sustentável.
"Tivemos um avanço importante nesse período em termos de base de crédito. Atingido esse patamar, é natural que tenhamos crescimentos menores", salientou o técnico.
De acordo com os dados de agosto do BC, as instituições públicas voltaram a puxar o aumento do estoque de crédito em agosto ante julho.
Houve avanço de 1%, para R$ 1,737 trilhão. No acumulado do ano, a alta está em 7% e, em 12 meses, de 14,3%.
As instituições financeiras estrangeiras apresentaram o segundo maior crescimento na margem em agosto, de 0,5%.
O estoque desse grupo está em R$ 451,420 bilhões. No ano, a alta é de 2,3% e, em 12 meses, de 7,4%. Já os bancos privados nacionais registraram um incremento de 0,2% do estoque na comparação mensal, para um total de R$ 943,693 bilhões. No ano, há queda de 1% e, em 12 meses, alta de 2,9%.
Segundo Nunes, "boa parte da situação de crédito foi puxada pela expansão dos bancos públicos" que, agora, já atingiram um patamar "restrito pelos ajustes do governo".
"Os bancos públicos já estão numa situação que não tem mais capital suficiente pra expandir os créditos. Eles precisam de capitalização, que precisa vir do governo, que não tem recursos. Em um cenário como esse é melhor ter seu capital rendendo Selic do que você emprestar e correr o risco de não receber de volta", afirmou Nunes.
Questionado sobre se a projeção do BC de expansão de 9% para o mercado este ano é o novo ritmo do setor para o Brasil, Tulio Maciel disse que não se atreveria a dizer qual é o percentual a ser considerado como o mais adequado.
"Depende de condições diversas, mas é razoável supor que venha a prevalecer à frente [essa taxa]", afirmou.
Para os especialistas ouvidos pelo DCI, a melhora do cenário ainda depende do processo de estabilização da economia.
De acordo com Fabiano Lima, pesquisador do Instituto Assaf, a situação só verá mudanças quando os indicadores econômicos do País começarem a melhorar. "Agora deve estabilizar, já não houve mais aumento da taxa de juros. A partir do momento que a inflação começar a ceder, a taxa já pode começar a cair. Mas isso não deve ser logo", conclui.

Isabela Bolzani e Agências
http://www.dci.com.br/financas/juros-batem-recorde-pressionados-por-inadimplencia%2C-selic-e-economia--id497863.html

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Volume de cheques devolvidos tem maior nível para agosto em 24 anos.
Serasa aponta que a falta de fundos de 2,11% das folhas no oitavo mês é reflexo do agravamento da recessão econômica.

 
Em oito meses, índice de cheques devolvidos atingiu 2,19%
Em oito meses, índice de cheques devolvidos atingiu 2,19%
Foto: Estadão Conteúdo

SÃO PAULO - O volume de cheques devolvidos atingiu nível recorde em agosto, refletindo o agravamento da recessão econômica no terceiro trimestre, de acordo com a Serasa Experian. O porcentual de documentos que não foi compensado por falta de fundos foi de 2,11% no oitavo mês deste ano, sendo o mais elevado desde o início do levantamento, em 1991. A taxa veio ligeiramente menor que a apurada em julho de 2015 (2,29%) e suavemente maior que ao de agosto de 2014 (2,02%).

Conforme a Serasa, o índice de cheques devolvidos também chegou a um patamar histórico quando se avalia os oito primeiros meses de 2015, ao chegar em 2,19%. A taxa só é inferior à de 2,25%, de janeiro a agosto de 2009. Entre o primeiro mês e oitavo do ano passado, o porcentual de cheques sem fundos foi de 2,10%.

Na opinião dos analistas da entidade, a piora das condições econômicas vem provocando mais desemprego e levado ao aumento da inadimplência com cheques no País. Além desse fator, a inflação e os juros elevados impõem agravamento adicional ao atual momento de crescimento.

Estadão Conteúdo
http://www.dci.com.br/financas/volume-de-cheques-devolvidos-tem-maior-nivel-para-agosto-em-24-anos-id497132.html

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Retração do PIB em 2015 passa de -2,55% para -2,70%.

Victor Martins, do Estadão Conteúdo

Reais
PIB do Brasil: para 2016, a mediana das previsões passou de -0,60% para -0,80% ante taxa de -0,24% de quatro semanas atrás
Brasília - Após a constatação de recessão econômica com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre pelo IBGE e o rebaixamento brasileiro pela agência de classificação de risco Standard & Poors, a mediana das previsões de analistas do mercado financeiro no Relatório de Mercado Focus piorou ainda mais.
De acordo com o documento divulgado nesta segunda-feira, 21, pelo Banco Central, a perspectiva de retração da economia este ano passou de 2,55% para 2,70% - um mês antes estava em queda de 2,06%.
Para 2016, a mediana das previsões passou de -0,60% para -0,80% ante taxa de -0,24% de quatro semanas atrás.
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Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014.
O BC, apesar de também ter revisado para pior sua projeção para este ano, de queda de 0,6% para retração de 1,1%, segue mais otimista que o mercado.
No Relatório Trimestral de Inflação de junho, a instituição informou que a mudança ocorreu em função de piora nas perspectivas para a indústria, cuja expectativa de PIB recuou de -2,3% para -3,0%. Uma nova edição do documento será apresentada no fim deste mês.
No boletim Focus de hoje, a projeção para a produção industrial também mostrou piora significativa: saiu de uma baixa de 6,20% para um recuo de 6,45%.
Já para 2016, a mediana das estimativas foi reduzida de uma alta de 0,50% para +0,20%. Há quatro semanas, as medianas destas previsões eram de, respectivamente, -5,20% e +1,00%.
Para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas também passou por ajustes. Para 2015, subiu de 36,20% para 36,30% de uma semana para outra. Para 2016, a taxa subiu de 39,10% para 39,20%. Há quatro semanas, estava em 38,50%.

http://exame.abril.com.br/economia/noticias/retracao-do-pib-em-2015-passa-de-2-55-para-2-70