terça-feira, 18 de março de 2014

Brasil gera 260 mil empregos formais em fevereiro, maior saldo desde 2011. 
Setor de serviços foi destaque e gerou 143 mil vagas no mês passado.

17 de março de 2014 | 17h 11 | Ayr Aliski - Agência Estado


BRASÍLIA - O Brasil gerou 260.823 empregos formais em fevereiro, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta segunda-feira, 17, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O saldo é resultado das 1.989.181 admissões e 1.728.358 desligamentos registrados em fevereiro.


O desempenho veio acima das expectativas dos analistas consultados pela Agência Estado, uma vez que as estimativas iam de 86 mil a 158 mil vagas.

O resultado do mês passado é o maior para os meses de fevereiro desde 2011, quando o País criou 280.799 vagas formais. 

Na comparação com fevereiro de 2013, na série sem ajustes sazonais, o resultado deste ano foi mais que o dobro, e ficou 111% maior. Em fevereiro do ano passado, foram criadas 123.446 vagas.

O setor de serviços foi o que mais criou vagas em fevereiro, com 143.345 novos postos. vagas em fevereiro. A indústria da transformação gerou 51.951 vagas no mês passado. A agricultura apresentou saldo positivo de 6.098 vagas em fevereiro. O comércio abriu 19.330 vagas em fevereiro. A construção civil gerou 25.055 vagas no mês passado.


http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral%2cbrasil-gera-260-mil-empregos-formais-em-fevereiro-maior-saldo-desde-2011%2c179778%2c0.htm

Chilena Falabella compra controle da Dicico por R$ 388 milhões

Varejista terá 50,1% das ações da empresa de materiais de construção, que opera 57 lojas no Estado de São Paulo e obteve receita de R$ 789 milhões em 2012.

27 de maio de 2013 | 21h 30 | Reuters

SANTIAGO - A varejista Falabella informou nesta segunda-feira, 27, ter chegado a um acordo para comprar o controle da empresa de materiais de construção e reforma Dicico no Brasil, marcando a entrada do grupo chileno no maior mercado consumidor da região. 
A companhia, que tem operações na Argentina, na Colômbia e no Peru, além do Chile, detalhou que comprará 50,1% das ações da Construdecor - proprietária da Dicico - por um total de R$ 388 milhões.
A Dicico opera 57 lojas no Estado de São Paulo, com uma área de vendas de 118 mil metros quadrados e receitas que chegaram a R$ 789 milhões em 2012.
"Isso dá um novo impulso ao nosso crescimento regional, nos permitindo entrar no principal mercado da América Latina através de uma cadeia de material de construção com forte presença na região de São Paulo, junto a um sócio com ampla experiência e conhecimento local", disse em um comunicado o gerente-geral corporativo da Falabella, Sandro Solari.
Para assumir o controle da Construdecor, a Falabella vai desembolsar R$ 319 milhões no próximo aumento de capital da companhia brasileira, ao passo que a diferença será por ações atualmente existentes. A aquisição deverá ser financiada em parte por fundos próprios e em parte com recursos bancários. A operação deve ser concluída até 30 de junho.

http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-comercio%2cchilena-falabella-compra-controle-da-dicico-por-r-388-milhoes%2c154813%2c0.htm

segunda-feira, 17 de março de 2014

Crédito deve registrar menor alta desde 2003.
Oferta mais restrita dos bancos, juros altos e menor avanço na renda do trabalhador vão desacelerar o ritmo de financiamentos
 

16 de março de 2014 | 22h 01 | Márcia De Chiara - O Estado de S. Paulo
 
O crédito total que os brasileiros usam para comprar carro, casa e outros bens, além de financiamentos no cartão de crédito, no cheque especial e do crédito para uso pessoal, deve registrar neste ano a menor taxa de expansão desde 2003. A pisada no freio no ritmo de oferta de financiamentos sinalizada pelos bancos públicos, o encarecimento do crédito e o menor avanço na renda do trabalhador reforçam a perspectiva de desaceleração no volume de empréstimos.

Para 2014, o saldo da carteira de recursos destinados às compras das pessoas físicas, incluindo recursos livres e direcionados, deve atingir R$ 1,4 trilhão, com crescimento de 7,8%, descontada a inflação do período, nas contas da Tendências Consultoria Integrada. Se a projeção se confirmar, este será o quarto ano consecutivo de desaceleração do ritmo de crescimento do crédito a pessoas físicas. Em 2013, a expansão real foi de 9,8%, e em 2011 e 2012, de 11,4% e de 10,4%, respectivamente. Em períodos anteriores, o crescimento passava de 20% ao ano.

"Depois da festa do crédito ao consumidor, este será um ano de crescimento moderado", afirma a economista da consultoria, responsável pelas projeções, Mariana Oliveira. Ela atribui a desaceleração de dois pontos na taxa de crescimento do saldo da carteira total prevista para este ano basicamente à perda de ritmo dos financiamentos direcionados, principalmente da carteira imobiliária.

O saldo da carteira direcionada, que cresceu 24,7% em termos reais em 2013, deve se expandir 13,8% este ano. Para a carteira de recursos livres, que inclui veículos, crédito pessoal e cartão, a projeção é de uma pequena aceleração, 3,8%, depois de um avanço de apenas 1,6% em 2013, provocado pelo tombo de 5,8% no saldo da carteira de veículos.

"Os bancos públicos pretendem limitar o crédito imobiliário, que deve ter uma desaceleração importante este ano", afirma Mariana. Em 2010, o saldo da carteira de crédito imobiliário tinha crescido 47% em termos reais; no ano passado, 26%. A projeção da consultoria para este ano é de 18%.

Para o economista da LCA Consultores Wermeson França, o mercado de crédito imobiliário não terá mais a pujança dos últimos anos. Ele observa também que até mesmo o crédito consignado, aquele com desconto na folha de pagamento, já está saturado. "A concorrência é muito forte, não tem espaço para crescer e o spread está caindo."
Aperto. Um fator que tira o fôlego da expansão do crédito é a alta dos juros, que reflete o aperto monetário, provocado pela elevação da taxa básica de juros, Selic - que sobe desde abril de 2013 e hoje está em 10,75% ao ano. Nos financiamentos imobiliários, por exemplo, a taxa de juros já aumentou 0,6 ponto porcentual de dezembro para janeiro nas linhas reguladas e mais de um ponto porcentual no segmento de mercado. Os juros médios das linhas de financiamento com recursos livres, que atingiram 36% ao ano em 2013, devem subir para 39,6% ao ano em 2014, prevê Mariana.

Para o diretor da área de empréstimos e financiamentos do Bradesco, José Ramos Rocha Neto, o aumento da Selic tem impacto muito pequeno nos juros cobrados nas linhas de financiamento direcionadas e, nas carteiras com recursos livres, ele diz que reflexo nas taxas ao consumidor é marginal.
O Bradesco projeta para este ano uma expansão nominal entre 11% e 15% no saldo da carteira de financiamento à pessoa física. No ano passado, o saldo cresceu 11,2%, sem descontar a inflação. Na avaliação de Rocha Neto, tanto o comportamento dos bancos como do consumidor está mudando. "Aquele movimento de seis anos atrás, de o consumidor emprestar o nome para obter crédito, diminuiu. Ele está mais consciente." E, hoje, os bancos, quando percebem que o cliente está endividado em linhas mais caras, como no cheque especial, procuram orientar a migração para as mais baratas.
Essa também é a política do Banco do Brasil, segundo o diretor de empréstimos e financiamentos, Edmar Casalatina. "O consumidor está consciente e buscando linhas mais baratas." Um exemplo é a procura crescente pela linha de antecipação do Imposto de Renda, que registrou nos dez primeiros dias do mês aumento de 25% em relação a igual período de 2013.
"Os clientes procuram financiamentos que oneram menos o orçamento, como a de antecipação do Imposto de Renda, em que a taxa é de 1,69% ao mês", explica.
No ano passado, o saldo da carteira de crédito total de pessoa física do BB cresceu 16,2%, sem descontar a inflação. Para este ano, Casalatina projeta uma expansão entre 12% e 16%.
Mais cautela. Depois do boom de consumo, endividamento, inadimplência e renegociação de pendências no ano passado, o brasileiro está tentando assumir menos dívidas em 2014. Essa é a avaliação de Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).
Segundo ele, esse ajuste no crédito em 2013, tanto entre os consumidores, que renegociaram as dívidas em atraso, como entre os bancos, que ficaram mais rigorosos nas concessões, deve melhorar a qualidade do mercado de financiamentos neste ano. "Existe um amadurecimento na tomada de crédito e a economia está hoje menos alavancada", diz.
Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que, em fevereiro, o número de consultas para vendas a prazo em todo o País cresceu apenas 0,69% em relação a 2013. Em fevereiro do ano passado, o indicador tinha aumentado 11,23% ante o mesmo mês de 2012. Em termos anuais, o resultado de fevereiro último foi o mais fraco desde agosto.
Na opinião da economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, o dado mostra que os lojistas estão mais criteriosos na concessão de crédito e os consumidores não estão dispostos a assumir novas dívidas. Outra informação que reforça essa tendência é que caiu o número médio de dívidas por consumidor inadimplente nos últimos seis meses.

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral%2ccredito-deve-registrar-menor-alta-desde-2003%2c179709%2c0.htm