quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Consumidor deve gastar em média R$ 125 no Dia dos Pais.

Segundo o levantamento, mais da metade dos consumidores do país (57%) pretendem ir às compras por conta do Dia dos Pais.

 

Por Agência Brasil


Dia dos Pais: 38% dos pesquisados informou que planeja desembolsar o mesmo valor do ano passado (Divulgação/Divulgação)


Mais da metade dos consumidores do país (57%) pretendem ir às compras por conta do Dia dos Pais, o que representa em torno de 86,1 milhões de pessoas.
Essa parcela supera à registrada no mesmo período do ano passado quando 49% demonstraram a mesma intenção, segundo um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
A pesquisa mostra que esses consumidores devem gastar, em média, R$ 125. Pelo cálculo dos organizadores, o movimento financeiro deve atingir R$ 10,7 bilhões.
A maioria (38%) informou que planeja desembolsar o mesmo valor do ano passado. Outros 26% indicaram redução dos gastos e apenas 13% estão dispostos a elevar a quantia.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, “o consumidor está cauteloso para consumir e é importante oferecer opções de menor custo para presentear nas datas comemorativas”.
 

Orçamento apertado
No universo de consumidores com intenção de cortar gastos, o principal motivo alegado foi o orçamento apertado (43%).
Entre os entrevistados, 20% indicaram ter outras prioridades e 10% contaram que tiveram queda de salário. Já entre os que manifestaram o desejo de aumentar o valor do presente, 59% disseram que querem escolher um produto melhor e 45% justificaram ter calculado o acréscimo por achar que os presentes estarão mais caros.
Apesar de ter constatado um consumo médio de R$ 125, quando a sondagem separa os entrevistados por classe social, este valor cai para R$ 111 entre os mais pobres. A grande maioria (81%) deve comprar um único item.
 

Inadimplência
Entre os entrevistados que pretendem efetuar compras, 25% estão com alguma parcela atrasada e 21% já entraram para a lista de inadimplentes.
O levantamento mostra ainda que 10% assumiram ter o hábito de gastar mais do que podem para presentear o próprio pai e 6% deverão comprar algo para agradar os seus pais deixando de pagar alguma conta.
O educador financeiro do portal do SPC Brasil Meu Bolso Feliz, José Vignoli, alerta que “o consumidor deve presentear, sim. Porém, é importante respeitar o tamanho do próprio bolso, planejar os gastos e fazer muita pesquisa de preço, dando prioridade ao pagamento à vista. Para quem está inadimplente, mesmo que os valores dos presentes possam parecer inofensivos, todo o esforço deve ser direcionado para o pagamento das dívidas”.

Os itens mais apontados na lista de presentes para os país são roupas (40%); perfumes e cosméticos (16%) e calçados (16%); seguidos de acessórios como cintos, óculos, carteiras e relógios (14%); vale-presentes (4%) e as comemorações em restaurantes (4%).
Quanto aos meios de pagamentos, a maioria (75%) quer efetuar o pagamento à vista, sendo 66% em dinheiro e 9% com cartão de débito. Outros 16% apontaram o uso do cartão de crédito. Entre os que pretendem parcelar a compra, a média é de três prestações.
A sondagem foi feita com 872 consumidores de ambos o sexos, de todas as classes sociais e idade acima dos 18 anos, em 27 capitais.

http://exame.abril.com.br/economia/consumidor-deve-gastar-em-media-r-125-no-dia-dos-pais/

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

MP dos distratos prevê regra para inadimplentes.

Estadão Conteúdo 02.08.17 - 09h49

A proposta do governo para regulamentar os distratos (quando se desiste da compra ou venda de um imóvel na planta) está na reta final. A minuta da Medida Provisória, obtida pelo ‘Estado’, estabelece, entre outros pontos, regras para os casos que envolvem consumidores inadimplentes.

As empresas poderão reter uma parte do que foi pago pelo cliente a depender da quantidade de meses em que ele ficou sem pagar as parcelas. De acordo com a minuta, a incorporadora poderá ficar com 50% dos valores pagos pelo consumidor que estiver inadimplente por mais de seis prestações mensais e 30% nos casos em que os atrasos forem de três até seis prestações mensais. Nos dois casos, a empresa terá de comprovar que o cliente foi notificado a pagar a dívida e teve prazo de dez dias para quitá-la. O valor retido não pode ultrapassar 10% do valor do imóvel.

No caso de distrato por iniciativa do comprador (mesmo que ele esteja com as prestações em dia), a regra será de retenção de 50% dos valores pagos pelo cliente, limitado também a 10% do valor do contrato.

Na quinta-feira, 3, representantes do governo e do setor imobiliário se sentarão mais uma vez na busca de entendimento para fechar o texto. Ainda estão sem consenso o prazo que as empresas terão para devolver o que foi pago em caso de distrato, descontada a multa (se 90 ou 30 dias) e a multa que terão de pagar se não entregarem os imóveis dentro do prazo – se 0,5% ou 0,25% do valor do imóvel ou do que foi pago pelo consumidor.

“As discussões continuam e queremos chegar a um bom termo para dar mais segurança jurídica às empresas e maior proteção ao comprador”, afirma José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) mostram que, de cada 100 imóveis vendidos, 40 foram devolvidos dos últimos 12 meses terminados em junho.

Como informou a reportagem há um mês, a regra geral de multa para os distratos permitirá exceções para os imóveis enquadrados em programas de habitação de interesse social, como o Minha Casa Minha Vida. A incorporadora poderá reter até 30% do que foi pago pelo cliente, limitado a 5% do valor do imóvel desse tipo de empreendimento.

Em todos os casos, além da retenção de parte do que foi pago pelo consumidor, as empresas também poderão ficar com os custos da corretagem, que podem chegar a 6% do valor do imóvel. “Essa proposta ainda está desequilibrada prejudicando o consumidor e favorecendo as empresas”, afirma Cláudia Almeida, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Ela afirma que embora o setor imobiliário tenha cedido um pouco nas exigências, permitir que construtoras e incorporadoras retenham até 16% do valor do imóvel (juntando o limite de 10% das prestações que foram pagas mais o custo da corretagem) ainda é “abusivo”.

Em duas situações, o consumidor ficará livre de pagar multa: se achar um comprador substituto ou se desistir da compra, num prazo de até sete dias corridos, depois de ter assinado o contrato em um estande de venda fora da incorporadora.

Disputas
Sem regulamentação, os distratos têm sido fonte de longas disputas judiciais entre compradores e construtoras. Em 2016, foi assinado um acordo no Rio entre representantes do governo federal, do setor imobiliário, dos Procons e da Justiça para deixar mais claro os direitos e deveres de consumidores e empresas e evitar que os casos fossem parar na Justiça.

Embora não tenha força de Lei, o acordo embasou a proposta que está sendo editada agora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.istoedinheiro.com.br/mp-dos-distratos-preve-regra-para-inadimplentes/

terça-feira, 25 de julho de 2017

Inadimplência cai e melhora clima para negócios.

O crescimento, porém, pode ser decorrência natural do aumento do número de consumidores que foram às compras no trimestre, e não a indicação de uma tendência.

 

O Estado de S.Paulo 

Pode causar certa preocupação a constatação, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) – em pesquisa feita em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) –, de que, de janeiro a março, mais 900 mil pessoas físicas passaram a integrar a lista de inadimplentes, elevando para 59,2 milhões o número de consumidores brasileiros com pagamentos em atraso, 1,5% mais do que o número de dezembro (58,3 milhões).
O crescimento, porém, pode ser decorrência natural do aumento do número de consumidores que foram às compras no trimestre, e não a indicação de uma tendência. Em março, por exemplo, o total de inadimplentes recuou 0,36% e o volume de dívidas apresentou queda de 4,42% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. 


Como afirma Honório Pinheiro, presidente da CNDL, tem havido uma “desaceleração do crescimento da inadimplência desde o segundo trimestre de 2016, o que reflete tanto a recessão econômica, que reduziu a capacidade de compra das famílias, como a redução da tomada de crédito por parte dos consumidores e sua propensão a consumir”.
Os resultados da pesquisa do SPC/CNDL são muito próximos aos da pesquisa nacional da Boa Vista SCPC, que verificou um decréscimo de 3,5% na inadimplência em março em comparação com idêntico período de 2016. No acumulado do trimestre, a Boa Vista apurou queda de 4,4% em nível nacional.

Vale notar que, no acumulado de 12 meses até março, apenas na Região Norte a inadimplência aumentou (1,7%). No Nordeste, ficou estável, tendo caído no Centro-Oeste (0,2%), no Sul (4,8%) e mais pronunciadamente no Sudeste (5,5%). No período anual, houve diminuição de 3,6%.
Apesar da melhora no ambiente de negócios, ainda há motivos para cautela, principalmente por parte dos bancos, que concentram 48,9% do total dos compromissos em atraso, o que os tem levado a conter os financiamentos ao consumidor. O peso sobre o comércio é também considerável, com 20,05% dos débitos pendentes, ficando os serviços de comunicação com 13,09%.
A expectativa, porém, é de que com a retomada gradual da economia, favorecida pela redução da inflação e das taxas de juros, a inadimplência prossiga em rota de baixa, permitindo destravar o crédito ao consumo.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,inadimplencia-cai-e-melhora-clima-para-negocios,70001738164

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Inadimplente deve três vezes o salário.

Número de brasileiros com contas em atraso chegou ao nível recorde de 61 milhões; alguns acumulam mais de 20 dívidas diferentes.


Renée Pereira e Anna Carolina Papp, O Estado de S.Paulo
17 Julho 2017 | 05h00

Soraia Aparecida dos Santos se endividou para fazer faculdade; Fábio Chagas para ajudar um amigo; e Roberto Iglesias para montar um negócio. Os três pegaram crédito por motivos diferentes, mas hoje vivem o drama de milhares de brasileiros que não conseguem pagar as contas em dia. Com renda em queda e desemprego, as dívidas logo saem do controle. Uma pesquisa da empresa de recuperação de crédito Recovery, feita pelo Data Popular, mostra que hoje o brasileiro inadimplente deve, em média, três vezes o que ganha e, em alguns casos, acumula até 20 dívidas diferentes.

A maior parte das dívidas foi feita nos últimos três anos – período que coincide com o agravamento da crise econômica no País. De 2014 para cá, a taxa de desemprego mais que dobrou, atingindo 14 milhões de brasileiros. Ao mesmo tempo, a população teve de conviver com a disparada da inflação, escassez de crédito e juro alto. Foi uma combinação perfeita para o aumento da inadimplência, que hoje atinge um contingente de 61 milhões de brasileiros. “É metade da população economicamente ativa”, afirma o presidente da Recovery, Flavio Suchek.


Inadimplência
Algumas pessoas acumulam mais de 20 dívidas diferentes Foto: Monica Zarattini|Estadão

O contingente de inadimplentes é o maior em pelo menos cinco anos – início do indicador de Inadimplência do Consumidor da Serasa Experian. “Diferentemente de outros períodos, como em 2012, a inadimplência elevada não é resultado de excesso de endividamento – até porque a carteira de crédito está em queda”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “Não é que o brasileiro está se endividando além da conta, é justamente o impacto da crise, com o desemprego em nível recorde. Não é que ele não quer pagar – ele não tem dinheiro.”

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,inadimplente-deve-tres-vezes-o-salario,70001892732

terça-feira, 11 de julho de 2017

25% tiveram crédito negado em maio.

46% dos consumidores consideram que atualmente está difícil tomar crédito e 57% planejam reduzir gastos em julho.


Por G1
05/07/2017 11h40 Atualizado 05/07/2017 11h40


O Indicador de Uso do Crédito apurado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) revela que 25% dos brasileiros tiveram crédito negado no mês de maio ao tentar fazer uma compra a prazo ou contratar empréstimo ou financiamento. A principal razão foi o fato de estar com o nome inserido em cadastros de inadimplentes (10%) ou a falta de comprovação de renda (4%).

Para 46%, é ‘difícil ou muito difícil’ contratar empréstimos ou linhas de financiamento. Apenas 13% dos consumidores avaliam o processo como fácil.
Seis em cada dez (58%) consumidores não utilizaram nenhuma modalidade de crédito no mês de maio, como empréstimos, linhas de financiamento, crediários e cartões de crédito. O restante (42%), porém, mencionou ao menos uma modalidade a qual tenham recorrido no período.
Os cartões de crédito (35%) e os cartões de loja e crediário (16%) foram as modalidades mais usadas no último mês. O cheque especial foi citado por 7% da amostra. Outros 5% recorreram a empréstimos e 4% buscaram financiamentos.
“Com a inadimplência em patamar elevado, desemprego crescente e recessão ainda longe do fim, tanto bancos como financeiras têm restringido o crédito no mercado, o que dificulta a contratação por parte do consumidor. Além disso, as taxas de juros, ainda muito elevadas, acabam inibindo o apetite do brasileiro na busca de recursos financeiros para consumir”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Gastos
A maioria (57%) dos consumidores ouvidos pretende cortas gastos no mês de julho. A redução da renda, o desemprego ou o endividamento foram as razões apontadas por 37% dos que vão reduzir o consumo. Outros 25% destacam o fato de estarem sempre tentando economizar, além da percepção de que os preços estão elevados (24%) e da intenção de fazer uma reserva financeira (8%). Apenas 4,8% dos entrevistados pretendem diminuir os gastos para poder viajar, mesmo sendo julho um mês de férias escolares.
Apenas 16% dos consumidores estão com as contas no azul - ou seja, com sobra de recursos para consumir ou fazer investimentos. A maior parte (42%) admite estar no zero a zero, sem sobra e nem falta de dinheiro, enquanto 34% encontram-se no vermelho e não conseguem pagar todas as contas com a renda que possuem.
Excluindo os itens de supermercado, os produtos que os consumidores planejam adquirir ao longo do mês de julho são em sua maioria remédios (23%), roupas, calçados e acessórios (20%), recarga para celular pré-pago (15%) e perfumes e cosméticos (11%).


Cartão de crédito
 
Entre os brasileiros que se utilizaram do cartão de crédito (35%) em maio, a minoria (23%) conseguiu diminuir o valor da fatura. Para 38% ela se manteve em patamar estável na comparação com o mês anterior, ao passo que 33% observaram aumento no valor utilizado. Desconsiderando os que não souberam responder o valor exato que gastaram no cartão (30%), o valor médio reportado pelos entrevistados foi de R$ 933.
As compras de supermercados lideraram entre os itens mais adquiridos via cartão de crédito, com 65% de menções. Em seguida surgem os gastos com remédios e farmácia (52%), roupas, calçados e acessórios (37%), combustível (35%) e gastos com bares e restaurantes (28%).
http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/25-tiveram-credito-negado-em-maio.ghtml

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Inadimplência, mais um freio.
 
Se depender dos gastos familiares, a economia continuará em marcha lenta. Isso deve perdurar pelo menos até uma boa limpeza nos orçamentos caseiros.

O Estado de S.Paulo
04 Julho 2017

Se depender dos gastos familiares, a economia continuará em marcha lenta – avançando, quase certamente, mas sem grandes arrancos. Isso deve perdurar pelo menos até uma boa limpeza nos orçamentos caseiros. Em maio, com mais 900 mil nomes adicionados à lista, o número de consumidores inadimplentes chegou a 61 milhões, segundo a Serasa Experian. Foi o maior contingente registrado na série iniciada em 2012. Isso corresponde a quase um terço da população brasileira, incluídos bebês, crianças e jovens menores de idade. Desemprego ainda muito elevado, com 13,8 milhões de desocupados no trimestre de março a maio, e crédito escasso e caro são obviamente as principais explicações. Um ano antes, o cadastro apontava 59,5 milhões de inadimplentes.

Pessoas com dívidas em atraso pouco poderão contribuir para a recuperação dos negócios no varejo. Mantido esse quadro, o consumo das famílias até poderá crescer mais que o investimento privado, neste ano, mas ainda avançará em ritmo insuficiente para tirar do já prolongado marasmo a economia nacional. A seca do crédito prossegue, embora a taxa básica de juros, a Selic, esteja em baixa desde outubro. Há cautela de lado a lado. Os bancos permanecem muito cuidadosos na concessão de empréstimos, enquanto os tomadores – pessoas jurídicas e físicas – se mantêm prudentes na busca de financiamentos.

Com outro padrão de medida, o Banco Central (BC) também mostrou o aumento da inadimplência das famílias em maio. A parcela dos saldos com atrasos superiores a 90 dias atingiu 4,1%. Essa taxa foi 0,1 ponto porcentual maior que a de abril, mas houve recuo de 0,2 ponto em 12 meses.
A melhora no intervalo de um ano, portanto, foi muito limitada. Em 12 meses diminuiu 14,1% o crédito concedido a pessoas jurídicas e aumentou 2,5% o destinado a pessoas físicas, variação nominal inferior à inflação. No mesmo período, o saldo total dos financiamentos caiu 3,6% em comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). O saldo comprometido com as pessoas físicas encolheu 0,2% na mesma relação.

Sem o recuo da inflação, observado claramente a partir do segundo semestre do ano passado, o orçamento familiar estaria muito mais apertado. A menor variação de preços foi acompanhada de juros básicos menores e até de alguns sinais positivos na oferta de empregos. Durante algum tempo, consumidores e empresários mostraram maior otimismo – ou menor pessimismo – quanto ao futuro próximo. Mas a inadimplência permaneceu elevada, mesmo com algum esforço de renegociação de dívidas. A melhora muito vagarosa da oferta de empregos dificultou a recomposição das finanças familiares, limitando as possibilidades de aumento de gastos com bens e serviços.
Pesquisas de junho têm mostrado uma piora na disposição de empresários e consumidores. Até maio, tinha havido alguma melhora. Os números da inadimplência divulgados pela Serasa e pelo BC ainda se referem a maio. Esse detalhe é importante. 

As pesquisas sobre expectativas mostraram resultados piores no mês passado, semanas depois do início da crise associada às denúncias contra o presidente da República. O aumento da inadimplência dos consumidores, observado em maio, foi independente, portanto, do agravamento da incerteza política. Foi, tudo indica, uma decorrência das condições inseguras da economia, com recuperação vagarosa, muito dependente da agropecuária, disseminada apenas parcialmente no setor industrial e com escassa geração de oportunidades de trabalho.

Durante algum tempo, os mais otimistas apontaram uma economia – em começo de recuperação – descolada dos problemas políticos. Os dados da inadimplência mostram o descolamento de outra perspectiva: também os aspectos frágeis da reativação foram independentes, pelo menos até maio, das incertezas em Brasília. Com o surgimento da crise, a insegurança política voltou a afetar as expectativas e as decisões na área dos negócios. A resposta sensata é obviamente procurar, dentro dos limites da lei, a solução menos demorada e menos custosa para esse novo desafio.

http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,inadimplencia-mais-um-freio,70001875499

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Inadimplência das famílias não muda com FGTS inativo.
 

Após três meses de saque das contas, injetando R$ 27 bilhõesna economia, índice de inadimplência permanece inalterado.

Fabrício de CastroEduardo Rodrigues, O Estado de S.Paulo
29 Junho 2017 | 05h00

Mesmo após três meses de saques nas contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a inadimplência entre as famílias brasileiras seguiu nos níveis do início do ano. Foram cerca de R$ 27 bilhões injetados na economia de março a maio, mas mesmo assim, o índice de inadimplência das famílias em operações de crédito encerrou maio em 5,9%. O porcentual é idêntico ao verificado em fevereiro, antes do início dos saques.

Os dados, divulgados ontem pelo Banco Central, referem-se às operações de crédito livre – ou seja, não incluem recursos da poupança e do BNDES. 


 

Inflação em alta entre as famílias não cede, apesar da liberação do FGTS Foto: Thiago Teixeira/Estadão

Em fevereiro, quando o presidente Michel Temer anunciou, em cerimônia oficial no Planalto, o calendário de saques do FGTS, o governo defendeu que os recursos serviriam para reduzir a inadimplência e o endividamento das famílias. A expectativa era de que parte dos recursos fosse usada para pagar contas em atraso, enquanto outra parcela fosse destinada ao consumo, contribuindo para a retomada do varejo.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,inadimplencia-das-familias-nao-muda-com-fgts-inativo,70001869861