sexta-feira, 7 de julho de 2017

Inadimplência, mais um freio.
 
Se depender dos gastos familiares, a economia continuará em marcha lenta. Isso deve perdurar pelo menos até uma boa limpeza nos orçamentos caseiros.

O Estado de S.Paulo
04 Julho 2017

Se depender dos gastos familiares, a economia continuará em marcha lenta – avançando, quase certamente, mas sem grandes arrancos. Isso deve perdurar pelo menos até uma boa limpeza nos orçamentos caseiros. Em maio, com mais 900 mil nomes adicionados à lista, o número de consumidores inadimplentes chegou a 61 milhões, segundo a Serasa Experian. Foi o maior contingente registrado na série iniciada em 2012. Isso corresponde a quase um terço da população brasileira, incluídos bebês, crianças e jovens menores de idade. Desemprego ainda muito elevado, com 13,8 milhões de desocupados no trimestre de março a maio, e crédito escasso e caro são obviamente as principais explicações. Um ano antes, o cadastro apontava 59,5 milhões de inadimplentes.

Pessoas com dívidas em atraso pouco poderão contribuir para a recuperação dos negócios no varejo. Mantido esse quadro, o consumo das famílias até poderá crescer mais que o investimento privado, neste ano, mas ainda avançará em ritmo insuficiente para tirar do já prolongado marasmo a economia nacional. A seca do crédito prossegue, embora a taxa básica de juros, a Selic, esteja em baixa desde outubro. Há cautela de lado a lado. Os bancos permanecem muito cuidadosos na concessão de empréstimos, enquanto os tomadores – pessoas jurídicas e físicas – se mantêm prudentes na busca de financiamentos.

Com outro padrão de medida, o Banco Central (BC) também mostrou o aumento da inadimplência das famílias em maio. A parcela dos saldos com atrasos superiores a 90 dias atingiu 4,1%. Essa taxa foi 0,1 ponto porcentual maior que a de abril, mas houve recuo de 0,2 ponto em 12 meses.
A melhora no intervalo de um ano, portanto, foi muito limitada. Em 12 meses diminuiu 14,1% o crédito concedido a pessoas jurídicas e aumentou 2,5% o destinado a pessoas físicas, variação nominal inferior à inflação. No mesmo período, o saldo total dos financiamentos caiu 3,6% em comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). O saldo comprometido com as pessoas físicas encolheu 0,2% na mesma relação.

Sem o recuo da inflação, observado claramente a partir do segundo semestre do ano passado, o orçamento familiar estaria muito mais apertado. A menor variação de preços foi acompanhada de juros básicos menores e até de alguns sinais positivos na oferta de empregos. Durante algum tempo, consumidores e empresários mostraram maior otimismo – ou menor pessimismo – quanto ao futuro próximo. Mas a inadimplência permaneceu elevada, mesmo com algum esforço de renegociação de dívidas. A melhora muito vagarosa da oferta de empregos dificultou a recomposição das finanças familiares, limitando as possibilidades de aumento de gastos com bens e serviços.
Pesquisas de junho têm mostrado uma piora na disposição de empresários e consumidores. Até maio, tinha havido alguma melhora. Os números da inadimplência divulgados pela Serasa e pelo BC ainda se referem a maio. Esse detalhe é importante. 

As pesquisas sobre expectativas mostraram resultados piores no mês passado, semanas depois do início da crise associada às denúncias contra o presidente da República. O aumento da inadimplência dos consumidores, observado em maio, foi independente, portanto, do agravamento da incerteza política. Foi, tudo indica, uma decorrência das condições inseguras da economia, com recuperação vagarosa, muito dependente da agropecuária, disseminada apenas parcialmente no setor industrial e com escassa geração de oportunidades de trabalho.

Durante algum tempo, os mais otimistas apontaram uma economia – em começo de recuperação – descolada dos problemas políticos. Os dados da inadimplência mostram o descolamento de outra perspectiva: também os aspectos frágeis da reativação foram independentes, pelo menos até maio, das incertezas em Brasília. Com o surgimento da crise, a insegurança política voltou a afetar as expectativas e as decisões na área dos negócios. A resposta sensata é obviamente procurar, dentro dos limites da lei, a solução menos demorada e menos custosa para esse novo desafio.

http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,inadimplencia-mais-um-freio,70001875499

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Inadimplência das famílias não muda com FGTS inativo.
 

Após três meses de saque das contas, injetando R$ 27 bilhõesna economia, índice de inadimplência permanece inalterado.

Fabrício de CastroEduardo Rodrigues, O Estado de S.Paulo
29 Junho 2017 | 05h00

Mesmo após três meses de saques nas contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a inadimplência entre as famílias brasileiras seguiu nos níveis do início do ano. Foram cerca de R$ 27 bilhões injetados na economia de março a maio, mas mesmo assim, o índice de inadimplência das famílias em operações de crédito encerrou maio em 5,9%. O porcentual é idêntico ao verificado em fevereiro, antes do início dos saques.

Os dados, divulgados ontem pelo Banco Central, referem-se às operações de crédito livre – ou seja, não incluem recursos da poupança e do BNDES. 


 

Inflação em alta entre as famílias não cede, apesar da liberação do FGTS Foto: Thiago Teixeira/Estadão

Em fevereiro, quando o presidente Michel Temer anunciou, em cerimônia oficial no Planalto, o calendário de saques do FGTS, o governo defendeu que os recursos serviriam para reduzir a inadimplência e o endividamento das famílias. A expectativa era de que parte dos recursos fosse usada para pagar contas em atraso, enquanto outra parcela fosse destinada ao consumo, contribuindo para a retomada do varejo.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,inadimplencia-das-familias-nao-muda-com-fgts-inativo,70001869861

terça-feira, 27 de junho de 2017

MP que permite desconto em compra à vista vira lei; veja o que muda.
 

Nova regra abre espaço para consumidor barganhar no pagamento em dinheiro; variação de preços requer atenção.
 

Ana Carolina Neira e Ricardo Rossetto, O Estado de S.Paulo
26 Junho 2017 | 12h47

O governo transformou em lei a Medida Provisória 764/2016, que permite que comerciantes façam um preço diferente de acordo com o meio de pagamento, seja dinheiro, cartão de débito ou crédito.

Assim, conseguir descontos nas compras à vista pode ficar mais fácil com a regulamentação de uma prática que já era adotada - de forma irregular - pelos lojistas. 


 

Compras à vista e em dinheiro podem ser mais vantajosas Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A nova regulamentação também obriga os estabelecimentos a informar os clientes, em local visível, sobre essas ofertas. Em caso de descumprimento, as lojas estarão sujeitas às penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor, que incluem multas e, em último caso, até mesmo a cassação do alvará de funcionamento.


http://economia.estadao.com.br/noticias/suas-contas,mp-que-permite-desconto-em-compra-a-vista-lei-veja-o-que-muda,70001863734

sexta-feira, 23 de junho de 2017

São Paulo vai cobrar R$ 260 milhões de ICMS de empresas devedoras.

As empresas que fazem parte do regime têm, cada uma, déficit maior que R$ 500 mil.

 

Por Estadão Conteúdo
21 jun 2017, 16h36 - Publicado em 21 jun 2017



ICMS: as empresas poderão optar por dividir o pagamento em até 60 vezes (São Paulo/Divulgação)

Empresas devedoras contumazes de ICMS vão entrar a partir desta quarta-feira, 21 em um regime especial para resolver suas dívidas com o Estado de São Paulo. Ao todo, são 79 estabelecimentos, entre matrizes e filiais de 54 companhias, com um débito de R$ 260 milhões.

A lista das inadimplentes foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado de terça-feira, 20.
As empresas que fazem parte do regime têm, cada uma, déficit maior que R$ 500 mil, acumulado de janeiro de 2015 a dezembro de 2016.

Elas poderão optar, em julho, por participar do Programa Especial de Parcelamento (PEP) e dividir o pagamento em até 60 vezes, com desconto de 50% na multa e 40% nos juros, com acréscimos mensais que variam de acordo com o total de parcelas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


http://exame.abril.com.br/economia/sao-paulo-vai-cobrar-r-260-milhoes-em-dividas-de-icms/

terça-feira, 20 de junho de 2017

Serasa explica o que afeta a nota de crédito do consumidor. 

Uma pesquisa da empresa mostrou que a principal causa de baixa avaliação de crédito, o chamado "score", é o nome negativado. 


Por Angelo Pavini, da Arena do Pavini
14 jun 2017


Casal endividado, dívidas, nome negativado, SPC
Nome negativado: emprestar o nome para parentes ou amigos tiraram empréstimos é "roubada" (Thinkstock/Thinkstock)

terça-feira, 13 de junho de 2017

Emprestar nome é a principal causa para inadimplência.

Normalmente a solicitação é feita por um parente ou amigo.


Da Redação


Emprestar nome é a principal causa para inadimplência, alerta Serasa

O novo serviço gratuito Serasa Score, pontuação que vai de 0 a 1.000 e resulta do relacionamento do consumidor com o mercado de crédito, completou na última semana dois meses no ar com mais de 5 milhões de acessos. As consultas motivaram alguns consumidores com score abaixo de 300 (considerado alto risco para inadimplência) a procurarem a Serasa, por carta, pessoalmente nas agências e canais digitais, como redes sociais, para entender melhor a pontuação. Com base nessa amostragem, a Serasa Experian fez um levantamento e elencou as principais razões para o score menor que 300. O principal motivo para estar na faixa de alto risco é ter o nome negativado. Dentro deste grupo, se destaca cada vez mais aqueles que estão inadimplentes devido ao empréstimo do nome a amigos ou parentes para fins de crédito. Muitos desses consumidores que forneceram seus dados a terceiros desconhecia o fato de ter se tornado inadimplente devido ao não pagamento gerado pela dívida contraída.

Segundo Fernanda Monnerat, diretora do Serasa Consumidor, quem pede o nome emprestado para fazer compras ou obter financiamentos o faz, na maioria das vezes, por já ter restrições nos birôs de crédito. “Normalmente a solicitação é feita por um parente ou amigo, fazendo com que o dono do nome se sinta constrangido em negar o favor. Quem empresta dados pessoais acredita que a proximidade da relação garantirá que o outro honre a dívida assumida, o que nem sempre acontece”, argumenta Fernanda.  Estudo da Serasa revela que 30% dos consumidores no país possuem score com alto risco para inadimplência (até 300 pontos); 38% apresentam médio risco (301 a 700 pontos) e 32% baixo risco (701 a 1.000). O score médio do brasileiro é de 485 pontos.

Serasa Score
O Serasa Score é disponibilizado no site www.serasascore.com.br para consulta on-line, permitindo que somente o próprio consumidor veja a sua pontuação, que vai de 0 a 1.000 pontos. Cada usuário é pontuado de acordo com a análise de uma série de fatores, como pagamentos de contas em dia, histórico de dívidas negativadas, relacionamento financeiro com empresas e dados cadastrais atualizados. Quanto mais alto o score, maiores são as chances de o cidadão honrar compromissos financeiros nos próximos 12 meses e ter acesso facilitado ao mercado de crédito.

As empresas podem usar a pontuação como uma informação adicional para a tomada de decisão no momento de concessão de financiamentos, além de suas próprias informações para compor a própria política de crédito. O Serasa Score é um dos modelos estatísticos existentes no mercado para a análise de risco de crédito. As empresas podem utilizar outros que são desenvolvidos de acordo com as suas necessidades. O score para o consumidor é uma ferramenta já disseminada nas maiores economias do mundo.

O peso de cada informação do Serasa Score é definido de acordo com um estudo do comportamento histórico de grupos de indivíduos não identificados. Esses grupos são compostos por pessoas com características financeiras parecidas. Desse modo, estatisticamente, é possível comparar os resultados obtidos por um consumidor específico com outros do mesmo grupo para o cálculo do Serasa Score. A pontuação vai de zero a 1.000 pontos: até 300 pontos há alto risco de inadimplência; médio risco entre 300 e 700 e baixo risco para quem acumula pontuação acima de 700 pontos.

http://www.amanha.com.br/posts/view/4132/emprestar-nome-e-a-principal-causa-para-inadimplencia

terça-feira, 6 de junho de 2017

CVM tem R$2,6 bi com devedores inadimplentes. 

Deste total, 1,96 bi referem-se a valores devidos por pessoas físicas, um terço disso atribuído a Edemar Cid Ferreira, ex-presidente do falido Banco Santos. 


Por Aluísio Alves, da Reuters



CVM: 650 milhões são devidos por empresas (BrianAJackson/Thinkstock)

 

São Paulo – A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem mais de 2,6 bilhões de reais em valores devidos e não pagos por pessoas e empresas, informou a autarquia nesta quarta-feira no seu relatório anual de 2016.
Deste total, 1,96 bilhão referem-se a valores devidos por pessoas físicas, um terço disso atribuído a Edemar Cid Ferreira, ex-presidente do falido Banco Santos. Outros 650 milhões são devidos por empresas, segundo o documento.
O relatório também mostra que o órgão regulador do mercado de capitais teve receita de 706,1 milhões de reais no ano passado, um aumento de 29 por cento sobre o ano anterior, em função sobretudo do aumento das taxas cobradas. As despesas, no entanto, ficaram praticamente estáveis, em 223 milhões.
“A ampliação do montante arrecadado não foi revertida para custeio das atividades da autarquia, que ainda permaneceu sujeita a contingenciamentos durante o exercício”, afirmou o órgão no documento, acrescentando que as despesas executadas foram inferiores às de 2011. 


A CVM observou ainda que a eventual falta de recursos e de funcionários pode comprometer a efetividade regulatória.
“O déficit no número de servidores, conforme estimativas conservadoras, poderá chegar a 28 por cento em 2017, e expor a instituição a riscos operacionais (…) que podem afetar suas atividades de regulação e supervisão”, diz trecho do relatório.
O documento revela ainda que no fim de 2016, havia na CVM 5 processos sancionadores, a partir de denúncias envolvendo a Petrobras, além de 5 inquéritos administrativos em fase adiantada, e 9 procedimentos de análise sobre questões contábeis e de auditoria da companhia.

 

http://exame.abril.com.br/economia/cvm-tem-r26-bi-com-devedores-inadimplentes/