quinta-feira, 29 de dezembro de 2016


Após bater recorde em outubro, as taxas cobradas pelos bancos para emprestar às empresas recuaram um pouco no mês passado, mas continuaram próximas dos patamares mais elevados desde que o Banco Central começou a divulgar estatísticas sobre o assunto, em março de 2011.
Segundo o BC, o spread bancário –diferença entre as taxas de juros que os bancos pagam ao captar recursos e as que cobram ao emprestar– caiu para as empresas de 18,9 para 18,2 pontos percentuais em novembro, voltando aos níveis de junho.
Além de incluir parte dos ganhos que os bancos têm com os empréstimos, os spreads refletem o risco de inadimplência e seus custos operacionais. O patamar elevado para empresas reflete a maior cautela diante da recessão que o país enfrenta desde 2014, que afeta o fluxo de caixa das companhias e tem levado muitas delas a entrar com pedido de recuperação judicial, mecanismo que permite renegociar as dívidas em condições mais vantajosas. 

Apesar de continuar em níveis elevados, o spread das pessoas jurídicas ainda segue bem abaixo do de pessoas físicas, que atingiu 61,2 pontos percentuais em novembro.
Enquanto o spread disparou, as concessões de empréstimos caíram ao longo do ano. Linhas de capital de giro, às quais as empresas recorrem para manter suas operações, recuaram 34,7% em novembro em relação ao mesmo mês de 2015. Contas garantidas tiveram queda de 21,5% e cheque especial, de 16,2%. 

A redução dos empréstimos para empresas foi observada nos quatro maiores bancos do país –Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander–, de acordo com os balanços mais recentes, do terceiro trimestre do ano. Na Caixa Econômica Federal, a concessão de crédito teve crescimento tímido, de 2,9%.
Questionados sobre o motivo do recuo, apenas Itaú, Banco do Brasil e Santander responderam. A razão apontada foi a falta de demanda das empresas, que estão muito endividadas e não têm feito investimentos na crise. 

ENDIVIDADAS
A asfixia financeira das empresas tem contribuído para atrasar a retomada da atividade econômica. O país entrou na atual recessão em 2014, e os economistas preveem que saia dela em 2017.
Dados do birô de crédito Serasa Experian mostram que a procura por crédito caiu 11,4% em novembro, em relação ao mesmo mês de 2015. Para Godofredo Barros, presidente da empresa de recuperação de crédito Ipanema Credit Management, parte da queda foi motivada pela constatação das próprias empresas de que não têm condições de tomar mais empréstimos. 

"A oferta caiu porque as empresas estão endividadas, têm restrição na praça e sabem que não conseguem acessar o crédito porque não têm capacidade de tomar mais dívida", disse Barros. O professor José Pereira da Silva, da Escola de Administração de Empresas da FGV (Fundação Getulio Vargas), também vê o alto nível de endividamento das companhias como principal limitador.
"As empresas de menor porte estão demandando recursos, mas sabem que possuem um risco maior do que o aceitável pelos bancos. Então, neste sentido, não existe oferta de recursos porque os bancos estão sendo extremamente cuidadosos", afirmou. 

A preocupação encontra respaldo nos índices de inadimplência. Em novembro, a taxa de atrasos superiores a 90 dias alcançou 5,4% das operações de crédito, maior nível da série histórica do BC. No acumulado do ano até novembro, os pedidos de recuperação judicial de empresas cresceram 51% em relação ao mesmo intervalo de 2015.
As perspectivas para retomada nas concessões de crédito não são as melhores, disse Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil. "O ano de 2017 deverá ser igual ou pouca coisa melhor que 2016. O segundo semestre apresenta grande possibilidade de melhora, mas hoje no Brasil a gente dorme pensando em uma coisa e acorda em uma outra realidade."

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/12/1844234-com-maior-inadimplencia-restricao-de-credito-para-empresas-continua-alta.shtml

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Bancos suspendem pagamento e diminuem prestação do imóvel.

Bancos estão mais dispostos a negociar o pagamento do financiamento para clientes que passam por dificuldades financeiras. Conheça as opções.


Por Marília Almeida


Homem comprando imóvel (AlexRaths/Thinkstock)

São Paulo – O aumento do desemprego no país, provocado pela crise econômica, é um dos motivos pelo qual a fatia de devedores que atrasam a prestação do imóvel triplicou.
Apesar da inadimplência neste tipo de dívida continuar baixa, já que a falta de pagamento das prestações do financiamento pode causar a perda do imóvel, os bancos estão mais dispostos a negociar o pagamento da dívida como forma de se proteger contra calotes.
“A inadimplência tem subido menos do que deveria porque os bancos estão dispostos a negociar com bons pagadores”, diz Gilberto Duarte, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Caixa, Itaú, Santander, Bradesco e Banco do Brasil oferecem hoje formas de suspender o pagamento e diminuir a prestação da casa. O intuito é que o cliente ganhe fôlego financeiro para manter os pagamentos em dia ante um imprevisto, como perda de renda.
A flexibilidade de pagamento é um meio de evitar a retomada do imóvel em um momento de estagnação do mercado imobiliário. “O banco não vive de vender imóvel. Buscar soluções alternativas é melhor tanto para o cliente como para o banco”, diz Fabrizio Ianelli, superintendente executivo de negócios imobiliários do banco.
No entanto, é necessário cautela: as soluções oferecidas representam alívio apenas no curto prazo, já que acarretam no pagamento de mais juros no futuro. Ao colocar as finanças em ordem, o mutuário deve buscar amortizar o saldo devedor do financiamento quando possível para pagar menos encargos.
As soluções também são concedidas pontualmente pelas instituições financeiras e de acordo com o perfil e relacionamento do cliente com o banco. Caso o cliente se descontrole novamente em um período curto, o banco pode não ter a mesma flexibilidade ao negociar.
Veja abaixo as soluções oferecidas pelas instituições financeiras para mutuários que passam por dificuldades financeiras e não conseguem pagar a prestação do imóvel:

1) Carência de até um ano para pagamento das prestações
Bancos como Caixa, Bradesco e Santander permitem suspender o pagamento das prestações em até um ano. Nesse caso, o valor que deixa de ser pago é diluído ao longo da dívida, corrigido com juros.
O Santander pode suspender o pagamento de duas parcelas do financiamento pontualmente. Neste caso, o cliente continua a pagar apenas seguros obrigatórios dos financiamentos, além da taxa de manutenção do contrato, que corresponde a cerca de 10% do valor da parcela. Quem paga 1 mil reais por mês passaria a pagar 100 reais durante dois meses.
Para usufruir da carência, é necessário estar com os pagamentos em dia. “Essa solução vale apenas para quem ainda não atrasou as parcelas da dívida, mas sabe que passará por aperto nos próximos meses, seja porque terá mais pagamentos para honrar, ou porque precisa se recolocar no mercado de trabalho”, diz Ianelli, do Santander.
O prazo de carência concedido pelo Santander aumenta para até seis meses caso o cliente utilize o dinheiro destinado à prestação para o pagamento de dívidas mais caras no banco, a exemplo do crédito pessoal, cheque especial e o rotativo do cartão. “Se o valor ainda não for suficiente para pagar toda a dívida, dividimos o valor residual em até 72 meses, já com juros embutidos”, diz o executivo.
Na Caixa, no ato da renegociação é exigido, no mínimo, entrada equivalente ao valor da primeira prestação recalculada com os efeitos da alteração contratual. Somente assim as demais prestações são incorporadas ao saldo devedor, para pagamento no prazo remanescente do contrato.
João Carlos Gomes da Silva, diretor da área de empréstimos e financiamentos do Bradesco, aponta que a carência de até um ano é oferecida em casos especiais. “Nosso foco são mutuários que perderam a única renda”.

2) Alongamento do prazo do financiamento
Bradesco, Banco do Brasil e Itaú também permitem aumentar o tempo do financiamento como forma de diminuir o peso das parcelas no orçamento mensal.
No Santander, não há limite para alongamento do prazo, desde que não ultrapasse o máximo oferecido pelo banco, de 35 anos. Em empréstimos pelo limite máximo contratados recentemente, portanto, essa flexibilidade diminui.
A solução pode ser útil para mutuários que se realocam no mercado de trabalho com uma renda menor, diz Gomes da Silva, do Bradesco. “O objetivo de aumentar o prazo do financiamento é fazer com que a parcela caiba no orçamento do cliente”.
O alongamento do prazo da dívida só é possível caso a idade do tomador do crédito permita, já que, pelas regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) o prazo máximo do financiamento e a idade do tomador mais velho não pode ser maior do que 80.

3) Incorporação de parcelas vencidas no saldo devedor
O Itaú, Banco do Brasil e o Bradesco permitem diluir prestações vencidas ao longo do prazo restante da dívida. Nesse caso, as parcelas também são corrigidas por juros e taxas.
A solução geralmente vale para duas ou três parcelas em atraso. “O cliente que não está conseguindo pagar e precisa de fôlego, como os que voltaram a trabalhar há pouco tempo, podem jogar três parcelas para o final do contrato”, diz Gomes da Silva, do Bradesco.

FGTS também pode ser usado para pagar parcelas vencidas
Uma solução que independe das estratégias dos bancos é a utilização de recursos aplicados no Fundo Garantidor de Crédito (FGTS) para pagar até 80% do valor das prestações.
Mas há algumas restrições para usar o dinheiro, explica Ianelli, do Santander. “O cliente não pode ter mais de três parcelas em atraso e só pode abater até 12 parcelas consecutivas”. A proporção do valor que será abatido da parcela vai depender dos recursos acumulados no fundo.
Essa opção deve ser usada em último caso, já que é melhor usar o dinheiro aplicado no fundo para amortizar o saldo devedor.
Ainda que não tenha efeito imediato sobre as parcelas da dívida, amortizando o valor do saldo devedor o mutuário diminui o pagamento de juros no futuro. Isso não acontece ao usar recursos do fundo para abater o valor de prestações.

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/bancos-suspendem-pagamento-e-diminuem-prestacao-do-imovel/

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

BNDES amplia desembolso a micro, pequenas e médias empresas. 

BNDES facilitou o financiamento às micro e pequenas empresas, mas também subiu os juros, até dos contratos já firmados.


Por Estadão Conteúdo

Rio – O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou um pacote de medidas que facilita o financiamento aos micros, pequenos e médios (MPMs) empresários. Por outro lado, no entanto, aumenta os juros, mesmo de contratos já firmados dentro do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), conforme antecipou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) na segunda-feira, 12.

A intenção é ampliar o desembolso a esse grupo de empresas em R$ 5,4 bilhões em um ano, contados a partir do início de 2017.
Na prática, a medida enterra o PSI, uma marca do governo petista, que liberou dinheiro a custo baixíssimo, obrigando o Tesouro Nacional a, por vezes, complementar o orçamento do banco. Entre as medidas está o refinanciamento de contratos que ainda têm parcelas em aberto, parte por inadimplência. Ao todo, o banco conta com R$ 100 bilhões a receber de contratos passados.
Desse total, R$ 10 bilhões devem ser renegociados com MPMs, para que, em vez dos juros de 2,5% a 5,5% cobrados no passado, paguem TJLP de 7,5%. Em contrapartida, é oferecido o alongamento do pedaço do pagamento.

Com isso, o Tesouro não precisará mais fazer equalizações – repasse de créditos ao BNDES -, segundo o diretor de Operações Indiretas do banco, Ricardo Ramos.
Para os agentes repassadores, o ganho é evitar a inadimplência por conta do alongamento do prazo e da alternativa dada ao cliente de ter a garantia de liberação do dinheiro sem a demora por atraso no pagamento.

Entre as facilidades oferecidas às empresas de menor porte está a extensão do limite de faturamento exigido para o enquadramento, de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões; redução do processo de financiamento, de 30 para dois dias úteis; e liberação de até R$ 70 milhões para capital de giro, com prazo de pagamento de cinco anos.
A liberação de dinheiro para capital de giro, inclusive para grandes empresas, será retomada pelo banco em sua nova política operacional, que deve ser anunciada em janeiro, segundo Ramos.
Ele diz que as mudanças são estratégicas e não conjunturais. Portanto, não estariam diretamente relacionadas à crise econômica.
Mas a recessão e a velocidade com que a atividade vai se recuperar em 2017 podem afetar a meta de desembolso. “Se tudo o que fazemos hoje tivesse sido feito antes, 2016 teria sido melhor”, afirmou.

http://exame.abril.com.br/pme/bndes-amplia-desembolso-a-micro-pequenas-e-medias-empresas/

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Reestruturar débitos reduz inadimplência para os bancos.


Índice de atrasos na carteira de crédito para empresas dos bancos teria sido 23% maior sem as reestruturações.

Josette Goulart,
O Estado de S.Paulo

Durante este ano, os grandes bancos brasileiros, entre eles Itaú, Bradesco Santander e Banco do Brasil, adotaram em suas estruturas operacionais uma nova diretoria, a de “situações especiais”. O objetivo dos bancos era ter uma equipe especializada não só em renegociar dívidas, dar mais prazo, exigir mais garantia, mas efetivamente reestruturar as empresas, tentando com isso evitar que os calotes cheguem aos resultados dos bancos. Quando uma empresa atrasa um pagamento, a instituição precisa fazer uma provisão que afeta diretamente seu lucro. Além disso, os números de inadimplência crescem. 

Segundo dados do Banco Central, a reestruturação de dívidas reduz a inadimplência nos bancos. Até junho deste ano, a inadimplência nas carteiras de crédito de pessoa jurídica, por exemplo, teria sido 23% maior não fossem as reestruturações. O índice foi de 3%, e teria ficado em 3,7%, segundo o BC. Em dois anos, os dados do BC mostram que as reestruturações cresceram 158% no sistema bancário, saindo de R$ 14 bilhões para R$ 37 bilhões. 

Um caso prático que ilustra como um calote pode aumentar o índice de inadimplência dos bancos foi o pedido de recuperação judicial da Oi. A empresa tem uma dívida de R$ 65 bilhões e os bancos estão entre os credores relevantes da companhia. Quando a recuperação judicial é efetivada, as instituições financeiras imediatamente provisionam 60% do crédito que emprestaram. E a inadimplência, por consequência, é imediatamente afetada. No caso da Oi, a decisão de entrar em recuperação aumentou em média 0,3 ponto porcentual no índice de inadimplência dos bancos no segundo trimestre.


Provisões. Na última divulgação de resultados das empresas, referentes ao terceiro trimestre do ano, os bancos já se mostraram mais otimistas. As provisões para calotes apontaram uma desaceleração e os bancos já preveem que, a partir do primeiro semestre do próximo ano, a inadimplência deva começar a cair. Mas as análises foram feitas antes da nova crise política que se instalou no País e dos números do Produto Interno Bruto (PIB), que fizeram economistas rever previsões para o ano.
O presidente da consultoria alemã Roland Berger, Antonio Bernardo, diz que as provisões para calotes ainda devem subir. Em sua visão, os bancos, mesmo com novas áreas especializadas, têm problemas em agir preventivamente para evitar que as empresas quebrem. 

Ele conta ter feito um trabalho para identificar o nível de relacionamento de um grande banco brasileiro com seus clientes de médio porte e descobriu que os gerentes só conversam com as empresas quando têm algum crédito a ser concedido. “Os bancos se contentam com demonstrações contábeis que são velhas e esquecem de conversar com os seus clientes e saber o que eles estão fazendo para o futuro”, diz. 

“Os bancos brasileiros deveriam analisar o que aconteceu com os bancos europeus recentemente. Na Itália, os bancos precisam de ¤ 20 bilhões em capital para fazer frente aos calotes das empresas.” Ele também critica o fato de os bancos serem muito restritivos ao crédito a pequenas e médias empresas, ajudando a agravar a situação dessas empresas.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,reestruturar-debitos-reduz-inadimplencia-para-os-bancos,10000092427

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Inadimplência de empresas desacelera em outubro.

Região Nordeste lidera a alta dos atrasos em nome de pessoas jurídicas.
Maior crescimento no nº de empresas devedoras é do setor de serviços.


Do G1, em São Paulo

O crescimento do número de empresas inadimplentes desacelerou em outubro em relação ao mês anterior, porém, segue apresentando taxas expressivas. De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a alta foi de 7,27% na comparação com outubro do ano passado - em setembro a variação anual havia sido de 9,61%.

Além do aumento no número de empresas inadimplentes, houve também crescimento da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 7,49% maior em outubro frente ao mesmo mês de 2015.

Regiões
Os dados levam em consideração todas as regiões brasileiras, incluindo o Sudeste. Segundo o indicador, a região em que mais aumentou o número de empresas inadimplentes no último mês foi o Nordeste, com avanço de 10,24% na comparação com igual período de 2015. Em seguida aparece o Norte, que registrou avanço de 9,62%, o Sul (6,8%), o Centro-Oeste (6,7%) e o Sudeste (5,65%).


Setores

De acordo com o indicador do SPC Brasil, no mês de outubro, o principal crescimento do número de empresas inadimplentes foi no setor de serviços, com variação de 10,40%. Em seguida, aparecem a indústria (7,38%), o comércio (6,30%) e a agricultura (-9,73%).

Com relação ao crescimento de dívidas de pessoas jurídicas pelo setor credor, ou seja, para quem as empresas estão devendo, o comércio aparece com a maior alta (12,86%), seguido pela indústria (9,85%). Completam o ranking de setor credor o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras (6,31%) e de agricultura (0,12%).

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, ainda que o ambiente de maior restrição do crédito faça com que a inadimplência cresça com menos força, a recessão econômica afeta diretamente a capacidade das empresas de honrar seus compromissos, efeito que se soma aos juros elevados que encarecem o custo do capital. “Depois de acelerar no segundo semestre de 2015, a inadimplência de pessoas jurídicas voltou a desacelerar a partir março de 2016. Admitindo-se que a recuperação da economia se inicie no próximo ano e que o mercado de crédito ainda levará algum tempo até mostrar expansão novamente, a inadimplência das empresas, mesmo que continue crescendo, deverá manter a tendência de desaceleração em 2017”, explica Pinheiro.



http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2016/11/inadimplencia-de-empresas-desacelera-em-outubro.html

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Cai acesso de micro e pequenas empresas a créditos bancários.
 
Inadimplência desse grupo saltou de 3,1% para 8% em dois anos. 

 
por Renan Xavier*
21/11/2016 20:06


BRASÍLIA - O Banco Central divulgou nesta segunda-feira que diminuiu o acesso de micro e pequenas empresas a créditos bancários nos últimos dois anos. De julho de 2014 a agosto deste ano, a proporção de pequenos negócios com operações de crédito caiu de 43% para 39%. O levantamento foi feito em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

No mesmo período, a inadimplência dessas empresas subiu de 3,1% para 8%. Nesse dado são levados em conta os atrasos superiores a três meses. Já a taxa média de juros paga pelas micro e pequenas empresas passou de 25% ao ano para 43%. Segundo as organizações, os dados refletem a evolução do ciclo econômico no país, que tem enfrentado recessão econômica.

MUTIRÃO PARA RENEGOCIAÇÃO
Para evitar que esses índices piorem, o Sebrae deve fazer uma espécie de "mutirão" para a renegociação de débitos das micro e pequenas empresas. O diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do BC, Isaac Sidney Ferreira, disse em nota que é necessário um guia de educação financeira para essas empresas. "A educação financeira das MPE é fundamental para que as decisões que envolvam endividamento sejam conscientes e principalmente para que as empresas tenham maior resistência a enfrentar momentos adversos", informou.

O levantamento cruzou informações de aproximadamente três mil pequenos negócios. Os pequenos negócios correspondem a 98,5% das empresas do país.
Os dados foram divulgados no II Fórum de Cidadania Financeira, realizado na capital federal. Durante o evento, o BC anunciou que irá monitorar a situação de exclusão financeira social no país. O diagnóstico, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), será feito através do Cadastro Único para Programas Sociais, o CadÚnico.

*Estagiário sob supervisão de Eliane Oliveira


http://oglobo.globo.com/economia/cai-acesso-de-micro-pequenas-empresas-creditos-bancarios-20513539

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Bancos brasileiros fazem segunda maior reserva para calote em 10 anos.

Itaú, BB, Bradesco e Santander somaram provisões de R$ 22,76 bi no 3º tri.
Aumento da inadimplência justifica movimento, que reduziu lucro de bancos.

Cédulas de real. notas, dinheiro, reais, cotação, câmbio, valor, economia. -HN- (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
Provisão para Devedores Duvidosos dos quatro maiores bancos do país é a segunda maior em 10 anos. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
 
Com o avanço das taxas de inadimplência, os maiores bancos do país reservaram uma parte maior de recursos para arcar com calotes nas operações de crédito. Bradesco e Itaú creditaram parte de sua redução de lucros no terceiro trimestre deste ano ao aumento das provisões.

Nos balanços de Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, há um aumento nos montantes da chamada Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) – uma espécie de “fundo” que os bancos deixam reservado para se proteger em caso de possíveis calotes de seus clientes.
 

 

As provisões feitas pelos quatro bancos de julho a setembro somaram R$ 22,76 bilhões. O volume, 14% superior ao observado no trimestre anterior, é o segundo maior dos últimos dez anos. Os números são da provedora de informações financeiras Economatica.


O montante mais alto desde 2006 havia sido informado um ano atrás, no terceiro trimestre de 2015, quando atingiu R$ 27,73 bilhões. Foi no trimestre anterior daquele ano que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 1,9%, e o país entrou em recessão técnica.

“Temos um processo de retroalimentação. Os agentes financeiros aumentam a taxa de juros dos empréstimos ao incorporarem o risco do não recebimento de seus devedores duvidosos. Este movimento, por sua vez, encarece os empréstimos a famílias e empresas. Por fim, potencializa mais a inadimplência”, disse o economista Marcos Pedro, professor de finanças e coordenador da Trevisan Escola de Negócios – RJ.


 

Agência do Bradesco no centro do Rio de Janeiro (Foto: REUTERS/Pilar Olivares) 
Bradesco foi o banco que mais reservou dinheiro para possíveis calotes (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)
 
O Bradesco, que divulgou o balanço do terceiro trimestre nesta quinta-feira (10), registrou a maior taxa de inadimplência entre os bancos. De 3,8% em setembro de 2015, o índice subiu para 5,4% um ano depois. Desconsiderando a inclusão do HSBC, comprado em julho de 2016, o Bradesco diz que sua taxa seria de 5,2%. Com isso, o banco acabou reservando o maior valor entre as instituições: R$ 7.468.222.
Na sequência, aparece o Itaú Unibanco. A taxa passou de 3% para 3,9%. Apesar de ter registrado o segundo maior índice, a provisão para créditos não foi a segunda entre os bancos. A provisão somou R$ 5.181.783.
O Banco do Brasil também viu o perfil da sua carteira piorar de novo, com o índice de inadimplência acima de 90 dias subindo 3,51%, ante 2,06% um ano antes. O total de provisão do banco foi o segundo mais alto entre os bancos e chegou a R$ 4.615.888.

A inadimplência no Santander também ficou acima de 3% no terceiro trimestre. De 3,2% em setembro de 2015, a taxa passou para 3,5%.  Por se tratar de um banco menor que os outros privados e estatais, a instituição reservou R$ 3.579.362 para créditos duvidosos.


Caixa Econômica Federal
Nesta segunda-feira (14), o balanço da Caixa Econômica Federal mostrou que no terceiro trimestre, a inadimplência dos clientes também cresceu, de 3,2% no final de junho, para 3,48%, em setembro.

Ao contrário dos demais bancos, que elevaram as provisões contra calote no terceiro trimestre do ano, a Caixa reduziu as reservas. O valor das provisões somou R$ 5,1 bilhões no trimestre, recuo de 18,4% em relação ao mesmo período de 2015.
Apesar de ter divulgado suas informações financeiras, o banco não entrou no levantamento da Economatica porque não tem capital aberto, ou seja, não possui ações negociadas na bolsa brasileira.

Inadimplência
Em setembro, a taxa de inadimplência dos clientes bancários pessoas físicas e das empresas, nas operações com recursos livres (exclui crédito imobiliário, rural e do BNDES), voltou a subir e atingiu 5,89%. Foi o maior patamar desde o início da série histórica do Banco Central, em março de 2011.


http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/11/bancos-brasileiros-fazem-segunda-maior-reserva-para-calote-em-10-anos.html