sexta-feira, 19 de junho de 2015

A redução da inadimplência começa pela análise de crédito.

Por Rodrigo Sanchez*

O crescimento da economia brasileira nos últimos anos, apesar da crise de 2008/2009, tem favorecido bastante a realização de novos negócios, e tudo indica que esse crescimento deve continuar nos próximos anos. Para aproveitar esse bom momento do país, muitos empresários estão investindo e aprimorando seus negócios em busca de novos clientes e aumento das vendas para seus clientes atuais.

Uma oportunidade para o empresário ampliar seus negócios está nas vendas a prazo: o pagamento pelo cliente ocorre após a entrega da mercadoria ou da prestação do serviço – e isso se torna um crédito concedido. Apesar de essa ser uma prática bastante difundida, é importante se basear em uma análise de crédito bem estruturada e alinhada com a estratégia de vendas para que a inadimplência não pegue o empresário de surpresa na hora de receber os pagamentos.

De forma geral, a análise de crédito para consumidores ou empresas considera os seguintes pontos:

• Confirmação dos dados cadastrais fornecidos pelo cliente (RG, CPF, telefone, comprovante de endereço, no caso de consumidores; cartão do CNPJ e dados do documento de constituição ou contrato social, no caso de empresas).

• Consulta aos órgãos de proteção ao crédito para verificar apontamentos que indicam a existência de dívidas assumidas anteriormente e não pagas;

• Avaliação da capacidade de pagamento para identificar quanto do rendimento/faturamento do cliente está disponível para assumir dívidas e ainda não está comprometido com outros compromissos. O crédito a ser concedido não deve representar uma parcela significativa dessa capacidade, sob o risco de ele não conseguir cumprir todas as obrigações assumidas.

Não se deve esquecer que a venda com cheques pré-datados também é uma forma de conceder crédito. Portanto, além de consultar o primeiro cheque para verificar insuficiência de fundos ou alguma contraordem ao pagamento naquele momento, é necessário tomar os mesmos cuidados na análise dos cheques futuros.

A profundidade da análise está diretamente relacionada com o valor do crédito a ser concedido. Créditos de baixo valor podem ser analisados com maior rapidez e menor suficiência de informações, enquanto para créditos de alto valor se recomendam análises mais criteriosas, devido ao impacto que o não recebimento da dívida pode causar no fluxo de caixa da empresa. Os créditos de maior valor podem demandar o fornecimento de mais informações e também de garantias por parte do interessado, justamente para reduzir esses impactos caso haja inadimplência.

Quando se trata de análise de crédito de uma pequena ou média empresa, também é imprescindível analisar os sócios dos empreendimentos, visto que eventuais problemas financeiros dos sócios podem influenciar negativamente o pagamento das dívidas assumidas pelas empresas.

Caso o crédito seja concedido de forma repetida ao mesmo cliente, ou seja, caso seja uma venda frequente, é importante sempre analisar o cliente a cada operação efetuada, visto que a sua situação financeira pode se alterar ao longo do tempo. Existem soluções acessíveis que monitoram automaticamente o comportamento creditício dos clientes no mercado, facilitando assim a gestão da carteira de clientes.

Vale a pena investir em uma análise de crédito mais cuidadosa e conhecer algumas ferramentas existentes para que a empresa realize negócios mais seguros e rentáveis.

*Rodrigo Sanchez é gerente corporativo de Soluções de Concessão para PMEs da Serasa Experian

http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI211630-17141,00-A+REDUCAO+DA+INADIMPLENCIA+COMECA+PELA+ANALISE+DE+CREDITO.html

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Varejo e inadimplência.

17 de junho de 2015/em Foco /por Boa Vista SCPC.

A atual dinâmica do varejo tem refletido em grande parte os efeitos da pressão inflacionária e baixa confiança na economia. Tal mudança do comportamento de consumo tem nos trazido subsequentes resultados de declínio: de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 0,4% no resultado mensal de abril contra março, considerando a série dessazonalizada. Essa é a terceira queda consecutiva no ano para o comércio, acumulando no ano 1,5% de queda quando comparado contra o mesmo período do ano passado.

Tais números são bastante significativos. O varejo, que já foi considerado a locomotiva do setor de serviços, crescendo ao longo da década passada em ritmo praticamente chinês, em 2015 poderá até mesmo registrar seu primeiro recorde negativo.

De fato, a desaceleração já havia sido observada nos últimos 2 anos, mas neste especificamente a conjuntura macroeconômica não favorece em nenhum sentido os resultados do setor. E para além das tradicionais variáveis que rotineiramente observamos, como inflação, renda e juros, outra preocupante variável também começa a retornar ao cenário: a inadimplência.

Apesar de esperarmos um fluxo ainda pequeno para os novos registros de inadimplência 2015 (+ 3,0%), a capacidade de pagamentos de dívidas antigas do consumidor também tem mostrado contínua queda. O indicador de recuperação de crédito da Boa Vista SCPC, divulgado ontem, apontou em maio recuo de 3,3% na análise acumulada de 12 meses, e dificilmente retornará a um patamar positivo neste ano. A maior dificuldade do consumidor em recuperar o crédito é mais um agravante no desafiador cenário do varejo para 2015.

http://www.boavistaservicos.com.br/tag/inadimplencia/

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Economia vai encolher 1,35% em 2015 na nova previsão da Focus.

Para 2016, mediana das projeções, que se mantinha em crescimento de 1%, agora caiu para 0,90%.

Estadão Conteúdo
Focus: economia deve encolher 1,35% em 2015
Focus: economia deve encolher 1,35% em 2015
Foto: Dreamstime
BRASÍLIA - O Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 deve ter retração de 1,35%, segundo mediana das estimativas do Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 15, pelo Banco Central. Na semana passada, a estimativa era de uma queda de 1,30% e, há quatro semanas, de 1,20%. Para 2016, a mediana das projeções, que se mantinha em crescimento do PIB de 1% por oito semanas seguidas, agora caiu para 0,90%.
Após o mergulho das previsões para a produção industrial da semana passada no boletim Focus, o mercado financeiro manteve a estimativa de queda de 3,20% para a produção industrial de 2015. Quatro edições da pesquisa Focus atrás, a mediana das previsões para o setor fabril era de uma retração de 2,80%. Já para 2016, subiram na pesquisa as apostas de expansão para a indústria, passando de 1,50% - patamar em que se encontrava há nove semanas consecutivas - para 1,60% agora.
Os analistas esperam que a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB encerre 2015 em 37,95%, mesmo patamar de quatro edições atrás do boletim Focus. Na semana passada, a mediana estava em 37,90%. Para 2016, as expectativas não foram mexidas e ficaram em 38,50% pela quinta edição consecutiva.

http://www.dci.com.br/economia/economia-encolhe-1,35-em-2015-em-nova-previsao-da-focus-id474182.html

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Número de empresas inadimplentes cresce 7,46% em abril, dizem lojistas.

Foi a terceira aceleração consecutiva no ano, segundo SPC e CNDL.
Atividade fraca, além inflação e juros elevados, influenciam resultado.

Do G1, em Brasília

O número de empresas com dívidas em atraso registrou crescimento de 7,46% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e divulgado nesta segunda-feira (18). Foi a terceira aceleração consecutiva no ano.
"Resultado reflete o cenário econômico adverso de menor dinamismo da economia e maior restrição ao crédito, fatores que afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das empresas"
Marcela Kawauti, do SPC

Além do aumento no número de empresas inadimplentes, também subiu a quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 7,01% a mais em abril deste ano, em relação a abril do ano passado, acrescentaram as entidades.

Cenário adverso
Na opinião dos analistas do SPC Brasil, o dado demonstra que nos últimos meses os empresários brasileiros passaram a enfrentar um cenário mais adverso para pagamento de dívidas.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que a dificuldade dos empresários em manter os compromissos financeiros em dia está relacionada à atual conjuntura econômica de baixo crescimento, quedas da produção industrial, além de inflação e juros em patamares elevados.
"O resultado reflete o cenário econômico adverso de menor dinamismo da economia e maior restrição ao crédito, fatores que afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das empresas", explica a economista.

Comércio concentra dívidas
A abertura do indicador por segmento revela que, no mês de abril, o setor de serviços, composto principalmente por bancos e financeiras, foi o que apresentou maior crescimento: alta de 11,83% na comparação entre abril de 2015 contra o mesmo mês do ano passado. 

A segunda maior alta ficou por conta das indústrias (8,36%), seguida pelos comerciantes (6,72%) e também pelas empresas que formam o ramo da agricultura (6,52%).
O setor do comércio, porém, concentra sozinho quase a metade (49,48%) do total de empresas que devem a outras empresas jurídicas.
Dentre os setores credores, ou seja, aqueles que deixaram de receber os valores que lhes são devidos, o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras - instituições responsáveis por conceder empréstimos e linhas de financiamento -, é quem mais se destaca, concentrando 70,85% de todas as dívidas no Brasil.

Sudeste lidera inadimplência
O Sudeste, responsável pela principal fatia do PIB nacional, é a região que concentra a maior parte das pessoas jurídicas inadimplentes (43,58%), seguido pelo Nordeste (19,38%) e pelo Sul (16,99%).

Os economistas do SPC Brasil esclarecem que a posição de destaque do Nordeste no ranking da inadimplência das empresas se explica pelo fato de a região ter crescido de modo muito acelerado nos últimos anos, com muitas empresas lidando ainda recentemente com os novos instrumentos de financiamento.
O maior crescimento no número de empresas inadimplentes também foi registrado pelo Sudeste, onde a quantidade de devedores aumentou 7,73%, seguido pelo Nordeste, cuja alta anual foi de 7,30%.
O avanço menos expressivo ficou por conta do Sul, cuja variação apresentada no período foi de 2,79%. As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram crescimento de 4,11% e 3,88%, respectivamente, na quantidade de empresas que não honraram compromissos financeiros.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/05/numero-de-empresas-inadimplentes-cresce-746-em-abril-dizem-lojistas.html

terça-feira, 9 de junho de 2015

Secovi-SP revisa para baixo projeção de vendas e lançamento em 2015.

Para a instituição, vendas devem recuar entre 15% e 20% na comparação com 2014 e lançamentos tendem a cair de 23% a 25%.
 
Estadão Conteúdo
Secovi-SP revisa para baixo projeções para 2015
Secovi-SP revisa para baixo projeções para 2015
Foto: Estadão Conteúdo
SÃO PAULO - O Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) revisou para baixo as projeções de vendas e lançamentos na cidade de São Paulo em 2015. De acordo com os novas estimativas, as vendas devem recuar entre 15% e 20% na comparação com 2014 para um intervalo de 17,3 mil e 18,4 mil unidades, enquanto os lançamentos devem cair entre 23% e 25%, para 25,5 mil a 26,2 mil unidades.
No começo do ano, o Secovi-SP previa uma queda de 10% no volume de lançamentos na cidade de São Paulo em 2015, com cerca de 28,5 mil unidades lançadas. Para as vendas, o Sindicato projetava dois possíveis cenários, que variavam entre uma queda de 10% a uma alta de 10% em 2015, que totalizariam entre 19,5 mil unidades e 23,7 mil unidades.
De acordo com a instituição, o mercado imobiliário vem procurando se adequar à atual conjuntura econômica e à sequência de notícias negativas, como o aumento da taxa de juros e a restrição de crédito imobiliário pela Caixa Econômica Federal. Por outro lado, o ajuste fiscal está em aprovação no Congresso Nacional e existe uma percepção geral de que as medidas propostas pela equipe econômica, se sancionadas e implementadas, poderão melhorar as expectativas dos investidores em relação ao País.
Em abril, foram vendidas 2.185 unidades residenciais, um aumento de 1,8% na comparação anual e alta de 72,5% em base mensal, de acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP. Em termos monetários, a pesquisa apurou um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 884,2 milhões, volume 37,2% inferior ao de abril de 2014 e 30,8% superior ao de março.
De acordo com o economista-chefe do Sindicato, o resultado monetário pode ser reflexo do tíquete médio dos imóveis vendidos, que foi de R$ 405 mil para a cidade de São Paulo em abril, ante R$ 655 mil no mesmo mês do ano passado. "Essa redução foi acentuada ainda pela comercialização dos imóveis na faixa de até R$ 350 mil, demonstrando que os incorporadores estão buscando adequar os produtos à faixa de renda na qual a demanda é maior".
O indicador de vendas sobre ofertas (VSO) acumulado de 12 meses mostrou ligeira queda, passando de 41,5% no mês de março para 39,8% em abril. Na comparação mensal, a pesquisa apontou que 7,2% das unidades ofertadas foram comercializadas.
Segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), 3.023 unidades residenciais foram lançadas no município de São Paulo, o que representou alta de 28,2% na base anual e elevação de 291,1% na comparação mensal. A cidade encerrou o mês de abril com 28.021 unidades não vendidas em oferta, o que equivale a um estoque de 23 meses, considerando a média de 12 meses de vendas, que é de 1.230 unidades. A oferta corresponde a imóveis residenciais novos na planta, em construção e prontos, lançados entre maio de 2012 e abril de 2015.

Região Metropolitana
Com exceção da capital, as demais cidades da Região Metropolitana registraram a comercialização de 1.429 unidades em abril, praticamente estável frente a março (1.428 unidades) e aumento de 90,3% na comparação com o mesmo mês de 2014 (751 unidades).
O VSO de 12 meses desses municípios ficou em 51,1%. Foram lançadas 1.351 unidades residenciais nessas cidades, o que representou redução de 20,3% em relação a março e aumento de 36,9% ante abril de 2014

http://www.dci.com.br/servicos/secovisp-revisa-para-baixo-projecoes-para-2015-id472832.html

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Venda de veículos usados cresce 3,5% em maio, aponta balanço da Fenauto.

Em relação a maio do ano passado, porém, comercialização ficou praticamente estável.

Estadão Conteúdo
Venda de veículos usados cresce 3,5% em maio
Venda de veículos usados cresce 3,5% em maio
Foto: Marcelo Camargo/ABr
SÃO PAULO - Após recuar 6,3% em abril ante março, a venda de veículos seminovos e usados no Brasil voltou a crescer em maio, ao avançar 3,5% em relação ao mês anterior, mostra balanço da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) divulgado nesta quarta-feira, 3. Na comparação com maio do ano passado, porém, a comercialização se manteve praticamente estável.
De acordo com a Fenauto, foram vendidos 1.103.344 veículos seminovos e usados em maio deste ano, mais do que os 1.065.653 em abril e praticamente igual aos 1.103.156 comercializados em maio do ano passado. Com o resultado, a comercialização no País acumula alta de 2,3% neste ano até maio, ao somar 5.277.436 unidades. O porcentual representa uma desaceleração da alta no acumulado do ano, que era de 2,87% até abril.
As vendas de veículos usados continuam apresentando desempenho bem melhor do que a de novos. Em maio, os emplacamentos caíram 3,04% na comparação com abril e 27,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, conforme dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) na segunda-feira. No ano, os licenciamentos de veículos novos acumulam retração de 20,9% até maio.

Segmentos
A maior alta nas vendas entre usados ocorreu entre os modelos com até 3 anos de uso, que cresceram 5,5% em maio ante abril e 40,1% na variação anual. Na análise por segmento, o maior aumento na comercialização em maio na comparação mensal foi verificado nos comerciais leves usados (5,8%), seguidos por automóveis (3,5%) e comerciais pesados (3,5%). A vendas de motos usadas teve a menor alta (1,7%).
Para o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, os números de maio mostram um "movimento de acomodação" em patamares positivos. "Acredito que um comprador que esteja bem informado sobre as condições que o mercado de seminovos está oferecendo, pode realizar um bom negócio, já que temos bons estoques e muitas oportunidades de negócios nas lojas", afirma em nota à imprensa.
De acordo com o último balanço divulgado no ano passado, a Fenauto congrega 24 associações de revendedoras de veículos em quase todos os estados brasileiros, que somam 48 mil revendedoras multimarcas associadas em todo o País. Juntas, essas empresas geram 620 mil empregos diretos e indiretos. No ano passado, elas faturaram R$ 310 bilhões em 2014. Já a carteira de financiamento somou R$ 170 bilhões.

http://www.dci.com.br/comercio/venda-de-veiculos-usados-cresce-3,5-em-maio,-aponta-fenauto-id471900.html

segunda-feira, 1 de junho de 2015

SPC Brasil: 15% das MPEs devem demitir nos próximos meses.

Levantamento realizado pela entidade em parceria com a CNDL mostra que só 9% pretendem contratar mão de obra até setembro.

Da redação
SPC Brasil: 15% das MPEs devem demitir nos próximos meses
SPC Brasil: 15% das MPEs devem demitir nos próximos meses
Foto: Paulo Whitaker/Reuters 
SÃO PAULO - De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas (CNDL), 15% dos micro e pequenos empresários varejistas e prestadores de serviços deverão demitir funcionários nos próximos três meses. O principal motivo alegado por eles (32%) é o cenário econômico atual.
Ainda segundo o levantamento, só 9% das MPEs pretendem contratar mão-de-obra nesse período, entre junho e setembro deste ano, devido ao mesmo motivo das demissões. Outras justificativas como dificuldades para manter clientes (15,4%) e a carga tributária elevada (13,6%) também foram mencionadas por eles para explicar o mau momento.
O estudo considerou apenas as micro e pequenas empresas com mais de um funcionário. Os empresários entrevistados pertencem ao segmento de Varejo (52,5%) dos setores alimentícios, vestuário, materiais de construção e móveis e decoração; e de Serviços (47,5%), do setor alimentício, serviços financeiros, tecnologia e informática, transportes, e da área da saúde. O faturamento médio anual dessas empresas é de R$ 439 mil. Na análise mensal, elas faturam, em média, R$ 36,5 mil.

Perfil 
De acordo com a pesquisa, o perfil predominante do gestor de micro e pequenas empresas é do sexo masculino, tem de 35 a 54 anos, possui de ensino médio (36,4%) a superior completo (31,1%), e tem uma renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos (R$ 3.940 a 7.888 mil).
O levantamento aponta ainda que 66% possuem entre um e quatro funcionários, e, em média, nove em cada dez colaboradores são registrados. Quando observado o tempo de atuação das empresas, 87% estão há mais de nove anos no mercado.

Capital de giro
O estudo avaliou também que 63% das MPEs tiveram como capital inicial os recursos pessoais do empresário, e 68% também os utilizam como a principal fonte do capital de giro.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é preocupante o número de entrevistados que afirmaram fazer uso do cartão de crédito para este fim: praticamente dois em cada dez gestores ouvidos (17%) utilizam a modalidade como fonte de capital de giro.
"Fica clara a falta de conhecimento dos pequenos empresários com relação ao crédito mais adequado quando comparamos com a taxa de juros para empréstimos destinados a capital de giro, de 23,4% ao ano", explica a especialista.
Também são mencionados como fonte de capital o cheque especial (13,9%) e o empréstimo feito em nome da empresa (6,3%). "A citação do cheque especial para o capital de giro preocupa e indica que a qualidade do crédito tomado pelas empresas não é o ideal", analisa a economista. De acordo com o Banco Central, os juros no cartão de crédito rotativo para pessoas jurídicas já chegam a 211,60% ao ano (dados de março de 2015). No caso do cheque especial, os juros já chegam a 203,90% ao ano. 
Não à toa, a pesquisa mostra que 12% das MPEs entrevistadas afirmaram estar inadimplentes.

Finanças 

Por último, de todas as micro e pequenas empresas avaliadas, 94% possuem conta jurídica em banco, mas 22% dos gestores não fazem a administração dos recursos pessoais e da empresa de forma separada, o que prejudica a profissionalização e o desempenho do negócio, diz Kawauti. "A dificuldade em separar as finanças pessoais das pendências e responsabilidades da empresa é um problema na hora de contabilizar os lucros e prejuízos", afirma.

http://www.dci.com.br/economia/spc-brasil-15-das-mpes-devem-demitir-nos-proximos-meses-id471248.html