quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Novos aumentos de juros serão aplicados com parcimônia, indica BC.

Por Alex Ribeiro e Eduardo Campos | Valor

Getty Images

BRASÍLIA  -  O Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a postura “especialmente vigilante” diante das pressões inflacionárias, mas renovou a indicação de que novos aumentos de juros tendem a ser implementados com parcimônia daqui por diante.
As mensagens estão na ata do encontro da semana passada do colegiado, divulgada nesta manhã, que explica por que o Banco Central optou por intensificar o ritmo de elevação da meta da taxa Selic para 0,5 ponto percentual, elevando-a de 11,25% ao ano para 11,75% ao ano, de forma unânime.
Os modelos do BC, segundo o documento,  projetam inflação relativamente estável em 2015, na comparação com os valores estimados na reunião do Copom de outubro, mas acima da meta de 4,5%. Para os três primeiros trimestres de 2016, diz o BC, a expectativa é de que a inflação vai entrar em trajetória de convergência para a meta, definida em 4,5%, mas “as projeções também apontam inflação acima da mesma, tanto no cenário de referência quanto no de mercado”.
A postura “especialmente vigilante” já constava de documento anterior do Copom, de outubro. Mas  a ata divulgada nesta manhã  emenda, logo em seguida: “Entretanto, considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, entre outros fatores, o Comitê avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia”.

Longo declínio da inflação
A ata incorpora em seu texto a avaliação feita pelo presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, de que a inflação deve ficar mais alta no curto prazo, mas entrar em um período de longo declínio ainda em 2015. “Nesse contexto, o Comitê não descarta a ocorrência de cenário que contempla elevação da inflação no curto prazo, e antecipa que a inflação tende a permanecer elevada em 2015, mas ainda no próximo ano entrar em longo período de declínio”, diz o parágrafo 27 da ata.
O documento também soma indicação dada por Tombini de que o Copom trabalha com um horizonte de convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%, até o fim de 2016. A ata informa que as ações futuras de política monetária “serão tomadas com vistas a assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas, que, na visão do Comitê, tende a ocorrer em 2016”. Até então o BC falava apenas em assegurar a convergência “tempestiva” da inflação.

Recuperação da economia
No lado produtivo, o BC acredita que a atividade econômica tende a entrar em trajetória de recuperação em 2015, mas apenas no segundo semestre do ano.
O BC mantém a tese de que o consumo tende a crescer em ritmo moderado e os investimentos tendem a ganhar impulso. No entanto, “a velocidade de materialização das mudanças acima citadas e dos ganhos delas decorrentes depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias”.
O BC também repete a avaliação de que um cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do real, militam no sentido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira. O quadro externo, porém, segue complexo, com riscos elevados para a estabilidade decorrente do comportamento dos juros de economias maduras. 

Política fiscal
O documento também traz importante reavaliação sobe a política fiscal. O colegiado dá um voto de confiança ao compromisso fiscal assumido pelo ministro indicado da Fazenda, Joaquim Levy. Ele se comprometeu com um superávit primário de 1,2% do PIB em 2015 e resultados não inferiores a 2% do PIB nos dois anos subsequentes. O Copom diz que a entrega dos superávits primários prometidos “contribuirá” para criar uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico e estimulará “o investimento privado”.
Pela primeira vez, a ata menciona a possibilidade de a política fiscal se descolar para a zona de contenção no horizonte relevante da política monetária. O comitê também vê boas chances de haver uma retração do crédito oficial subsidiado - e é mais positivo sobre as chances de a política fiscal estimular o investimento privado.
O BC também cita na ata que são grandes as probabilidades de moderação na concessão de crédito subsidiado, incorporando, assim, mais um aceno de Levy sobre a política parafiscal, que engloba a expansão da carteira de bancos públicos e programas de crédito a custos inferiores aos praticados pelo mercado.
“O Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito. Além disso, atribui elevada probabilidade a que ações nesse sentido sejam implementadas no horizonte relevante para a política monetária”, diz o texto.
 
http://www.valor.com.br/financas/3812948/novos-aumentos-de-juros-serao-aplicados-com-parcimonia-indica-bc#ixzz3Lbl13gBa

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Taxa de desemprego permanece em 6,8% no 3º tri, aponta Pnad Contínua.

Resultado é o mesmo apontado no trimestre anterior e ficou pouco abaixo dos 6,9% registrados em igual período de 2013.

Reuters
Taxa de desemprego permanece em 6,8% no 3º tri
Taxa de desemprego permanece em 6,8% no 3º tri
Foto: Agência Brasil
RIO DE JANEIRO - O Brasil atingiu taxa média de desemprego de 6,8 por cento no terceiro trimestre de 2014, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicada nesta terça-feira.
O dado não mostrou alteração ante os 6,8 por cento registrados no segundo trimestre do ano. No terceiro trimestre de 2013, a taxa foi de 6,9 por cento.
(Por Rodrigo Viga Gaier)

http://www.dci.com.br/economia/taxa-de-desemprego-segue-em-6,8-no-3%C2%BA-tri,-diz-ibge-id431833.html

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

BNDES estima alta de 17% em investimentos no Brasil entre 2015 e 2018.

Projeção é de um volume de R$ 4,1 trilhões, com destaque para uma alta de 18,5% no setor industrial, em comparação com o período de 2010 a 2013.

Reuters

RIO DE JANEIRO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estimou nesta quarta-feira investimentos na economia brasileira de 4,1 trilhões de reais entre 2015 e 2018, um incremento de 17 por cento em relação aos 3,5 trilhões realizados entre 2010 e 2013.
O setor industrial, segundo o estudo do banco, deve investir 909 bilhões de reais nos próximos quatro anos ante 767 bilhões entre 2010 e 2013, uma alta de 18,5 por cento.
"O que há de interessante em relação ao último estudo, além do aumento da perspectiva de investimentos, é uma melhora na qualidade dessa expansão, onde se vê nitidamente uma maior preocupação com questões ambientais e da economia verde", disse a jornalistas o economista-chefe da área de pesquisas econômicas do banco, Fernando Puga.
Segundo o BNDES, o destaque do segmento industrial deverá ser o setor de petróleo e gás, com estimativa de aumento dos investimentos de 358 bilhões para 509 bilhões de reais, ou alta de 42 por cento, entre 2015 e 2018.
"No setor de óleo e gás os investimentos continuam robustos para o desenvolvimento do pré-sal, que demanda um investimento expressivo em capital", disse Puga.
Enquanto isso, o setor automotivo deve investir 59 bilhões de reais no próximo quadriênio, montante praticamente estável ante o período de 2010 a 2013.
Por outro lado, setores como extrativa mineral, siderurgia, e sucroenergético devem reduzir investimentos, de acordo com o BNDES, em um cenário de queda nos preços de commodities como minério de ferro e crise na indústria de açúcar e álcool.
Durante os próximos quatro anos, a indústria extrativa mineral deve investir 40 bilhões de reais, queda de 8 por cento ante o período de 2010 a 2013. Já o de produção de aço investirá 12 bilhões de reais, 38,5 por cento a menos que no período de 2010 a 2013. O segmento de açúcar e etanol deve investir 25 bilhões de reais, queda de 40,5 por cento.
"O preço das commodities em queda é uma variável importante e determinante para alguns setores definirem seus investimentos", disse Puga.

Infraestrutura
O BNDES projetou uma expansão de 30,8 por cento nos investimentos em infraestrutura no país, totalizando 598 bilhões de reais entre 2015 e 2018, ante 457 bilhões de reais entre 2010 e 2013.
No governo Dilma Rousseff, o setor ganhou prioridade com concessões à iniciativa privada visando melhorar a capacidade logística do país.
Os destaques em infraestrutura serão os setores de telecomunicações, com previsão de investimento de 141 bilhões de reais, alta de 37,8 por cento (alavancada pela tecnologia 4G); e rodovias, com recursos de 80 bilhões e crescimento de 29 por cento.
A expectativa para a área de ferrovias é de investimentos de 45 bilhões de reais, uma expansão de 98,9 por cento. Já portos têm expectativa de 36 bilhões de reais, alta de 141 por cento; e para aeroportos o banco espera 16 bilhões de reais, um incremento de 49,5 por cento.
O setor elétrico, que passou por dificuldades neste ano e precisou de seguidos socorros do governo federal em um cenário de falta de chuvas e uso intenso de termelétricas, deve manter seus investimentos entre um período e outro, com crescimento previsto de apenas 0,5 por cento, totalizando 192 bilhões de reais para entre 2015 e 2018.
(Por Rodrigo Viga Gaier)

http://www.dci.com.br/economia/bndes-estima-alta-de-17-em-investimentos-entre-2015-e-2018-id430597.html
Base afasta obstrução e Congresso vota vetos.

Ricardo Della Coletta, do Estadão Conteúdo
Daiene Cardoso e Daniel Carvalho, do Estadão Conteúdo
 
Sessão no Congresso para votar proposta que muda superávit
Congresso: a análise desses dispositivos é pré-requisito para que entre na pauta de votação desta tarde o projeto de LDO
Brasília - A base aliada venceu a primeira manobra de obstrução encampada pela oposição e, após aprovar um requerimento, conseguiu fazer com que fosse iniciado o processo de votação de dois vetos presidenciais, no Plenário do Congresso Nacional.
A análise desses dispositivos é pré-requisito para que entre na pauta de votação desta tarde o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias que permite abatimentos no cálculo do superávit primário.
Diante de um déficit fiscal acumulado e na impossibilidade de cumprir a meta mínima prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor, de R$ 49 bilhões, o Palácio do Planalto encaminhou uma proposta ao Legislativo que permite que todos os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias sejam abatidos do cálculo desse piso.
Na prática, a medida abre brecha para que a meta seja dada como atingida mesmo em caso de um resultado negativo, razão pela qual a oposição tem acusado a presidente Dilma Rousseff de pedir uma "anistia" para evitar uma eventual responsabilização pelo descumprimento da LDO vigente.
Queixando-se da determinação do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de não abrir as galerias para o público, e acusando Dilma de "chantagear" os parlamentares ao editar um decreto vinculando a liberação de R$ 444 milhões em emendas à aprovação da flexibilização da meta, a oposição entrou em obstrução para tentar impedir o prosseguimento da sessão.
Assim como fizeram na semana passada, deputados e senadores do PSDB e do DEM reclamaram que Calheiros está "atropelando" as regras regimentais para garantir a votação. "Quer ganhar, ganhe dentro das regras do jogo", disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
A intenção inicial do governo era liquidar a fatura na sessão do Congresso Nacional de ontem à noite. Uma confusão generalizada entre manifestantes, seguranças do Senado e parlamentares da oposição, no entanto, fez com que a reunião fosse suspensa e retomada nesta manhã.
Isso desencadeou uma saraivada de queixas mútuas: a base aliada afirmou que se tratava de uma claque paga para tumultuar a sessão e os adversários do Palácio do Planalto disseram que o PT e o governo querem impedir que a população acompanhe o debate.
Nesta manhã, o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), chegou a acusar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) de também ter impedido a entrada de manifestantes nas galerias do plenário quando o tucano chefiou a Casa, entre 2001 e 2002.
O senador rebateu e disse que Fontana estava tentando "justificar o injustificável" e que, na ocasião, ocorreram reuniões ao longo de todo o dia para tentar liberar o espaço para o público.
Hoje, com a oposição usando de artifícios regimentais para tentar barrar a apreciação do projeto que muda as regras fiscais, a base conseguiu aprovar um requerimento que colocou os dois vetos em votação. Após o encerramento do processo, as cédulas irão para apuração e só depois que o resultado for proclamado o projeto da LDO poderá ser analisado.

http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/base-afasta-obstrucao-e-congresso-vota-vetos
Brasileiro atrasa plano de férias por causa do dólar.

Anna Carolina Papp, do Estadão Conteúdo

Desconto em viagens fora de temporada
Viagens: neste ano, o dólar comercial já subiu quase 9%, batendo R$ 2,60 no mês passado
São Paulo - O brasileiro demorou mais para fechar as tão aguardadas férias de fim de ano em 2014. Diante de um cenário de instabilidade econômica e da recente disparada do dólar, muitos brasileiros adiaram o fechamento dos pacotes em busca de opções mais baratas ou facilitadas. Com promoções das agências e novas opções de destinos, o mercado, porém, deve se manter aquecido.
Nessa época do ano, normalmente, quase todos os pacotes de viagem já estariam fechados. Neste ano, porém, segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), foram vendidos apenas 70% dos pacotes disponíveis para o período.
De acordo com a Decolar.com, em 2013, os brasileiros compraram sua viagem de férias de verão com uma antecipação média de 60 dias. Em 2014, a média caiu para 41 dias.
"Foi um ano instável. Tivemos um primeiro semestre bastante razoável, mas a Copa do Mundo atrapalhou muito e as eleições deram uma segurada, além do próprio cenário econômico", diz Antonio Azevedo, presidente da Abav Nacional. "Com isso tudo, houve um atraso, um delay nas reservas."
Uma das preocupações de quem se prepara para fazer as malas foi o câmbio. Neste ano, o dólar comercial já subiu quase 9%, batendo R$ 2,60 no mês passado - o maior nível desde abril de 2005.
Para Sylvio Ferraz, diretor executivo da TAM Viagens, a escalada não desestimula os que já fecharam os pacotes, que podem reduzir a quantidade de compras, por exemplo.
"Já em relação a quem compra hoje, acredito que as pessoas estão esperando para ver onde o dólar vai", diz. "A flutuação do câmbio retarda a decisão de compra."
Para Valter Patriani, vice-presidente de vendas, produtos e marketing da CVC, o câmbio não influencia tanto na decisão, sobretudo por causa das promoções da operadora, como câmbio fixo e facilidades de pagamento.
"Alta de 10% (do dólar) não é agradável, mas também não é suficiente para que uma pessoa mude os seus planos. Não estraga sonho", afirma.
Outro ponto, diz o executivo, é que o aumento de preços não é inteiramente repassado ao consumidor. "Ninguém quer perder cliente: quando sobe o dólar, a gente liga para os fornecedores e eles sempre conseguem dar um descontinho, de forma que, se sobe 10%, a gente consegue segurar pelo menos 5%."
Patriani afirma ainda que as férias de verão são tradicionalmente mais "brasileiras", com mais procura pelos destinos locais. Na CVC, por exemplo, 70% da demanda no período é nacional, sobretudo para o Nordeste.
"O destino número um é Porto Seguro, por ser mais perto de São Paulo e do Rio e mais barato do que outras cidades no Nordeste, como Fortaleza."
Outros destinos com alta demanda nas férias de verão são Maceió, Natal, Salvador e Recife. Fora do Nordeste, Rio de Janeiro, Serra Gaúcha, litoral de São Paulo e de Santa Catarina.

Novos destinos
Para fazer a viagem de férias caber no bolso, muitos brasileiros apostaram em destinos para além de Nova York e Miami ou dos resorts do Nordeste. Na CVC, por exemplo, os primeiros pacotes esgotados para os feriados de fim de ano foram para Caldas Novas e Bonito.
Na semana do Natal, por exemplo, quatro noites em Caldas Novas saiam R$ 1.128 por pessoa; já oito noites em Bonito custavam R$ 1.998.
"Se considerarmos a temporada inteira de férias, as vendas para o Nordeste aumentaram. Porém, nos feriados de Natal e ano-novo, caíram", diz Alípio Camanzano, diretor da Decolar.com. "Outra curiosidade foi o réveillon em São Paulo que, neste ano, foi mais procurado do que o Rio de Janeiro, pelo preço mais atrativo."
Na Decolar.com, entre os destinos mais procurados para a época de festividades estão Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba e Brasília.
"Muitas cidades que passaram por remodelação na Copa do Mundo ficaram mais atraentes aos olhos do consumidor, além de serem pacotes muito mais baratos", diz Camanzano.
Já no cenário internacional cresceu a demanda por Santiago, no Chile, em Lima, no Peru, e as praias caribenhas, com o sistema all inclusive.
Segundo a Abav, o mercado de viagens deve crescer cerca de 5% em relação a 2013.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/brasileiro-repensa-plano-de-ferias-por-causa-do-cambio

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

FecomercioSP apura redução de famílias endividadas.

Proporção de famílias paulistanas endividadas caiu para 43,8% em novembro, 1,5 ponto porcentual a menos do que o registrado em outubro.

Estadão Conteúdo

FecomercioSP apura redução de famílias endividadas
FecomercioSP apura redução de famílias endividadas
SÃO PAULO - A proporção de famílias paulistanas endividadas caiu para 43,8% em novembro, 1,5 ponto porcentual a menos do que o registrado em outubro, mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em relação ao mesmo mês de 2013, a queda foi ainda maior, de 8,3 pontos. Segundo a entidade, o resultado é mais baixo desde fevereiro de 2012.
O levantamento mostra que o porcentual de famílias com contas atrasadas caiu principalmente entre aquelas que ganham até dez salários mínimos. Em novembro, o porcentual de endividados dessa classe foi de 47%, 2,8 pontos a menos em relação a outubro. Já entre as famílias que ganham mais de dez salários mínimos, o total chegou a 34,5% no décimo primeiro mês do ano, o equivalente a alta de 2,2 pontos na comparação com outubro.
A pesquisa mostra que, entre as famílias ouvidas, 10,5% possuíam contas em atraso em novembro, "apresentando estabilidade em relação ao mês passado (10,7%)" e queda de 4,3 pontos em relação a novembro do ano passado. De acordo com a FecomercioSP, esse também é o nível mais baixo registrado desde fevereiro de 2012. Entre os que possuem dívidas em atraso, 49% disseram que têm contas vencidas acima de 90 dias; 26,3%, em até 30 dias; e 22,7%, entre 30 e 90 dias.
Apesar disso, o levantamento mostra que aumentou 0,1 ponto ante outubro, para 3,5%, o porcentual das famílias que não terão condições de pagar total ou parcialmente suas dívidas no próximo mês. A proporção, contudo, ainda é menor do que a registrada em novembro do ano passado (4,5%). O principal tipo de dívida continua sendo cartão de crédito (67%), seguido por financiamento de carro (21,2%), carnês (16,8%), financiamento de casa (13,9%), crédito pessoal (12,1%) e cheque especial (6,3%).

Motivos
Economistas da FecomercioSP avaliam, em nota enviada à imprensa, que a queda do nível de endividamento das famílias está relacionada a indicadores macroeconômicos que apontam para um cenário de baixo crescimento, inflação e juros altos, além de menor crescimento da renda do consumidor. Segundo os analistas, nos últimos meses o conjunto desses fatores tem deixado o consumidor mais cauteloso na obtenção de novos empréstimos, reduzindo gradativamente o endividamento.

http://www.dci.com.br/financas/fecomerciosp-apura-reducao-de-familias-endividadas-id430054.html

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Ano tem recorde de PDVs, lay-offs e férias coletivas.

Cleide Silva, do Estadão Conteúdo
 
Linha de produção de caminhões da Mercedes-Benz
Linha de caminhões em São Bernardo: a Mercedes-Benz inicia hoje um período de cinco semanas de férias coletivas
São Paulo - Nunca tantas montadoras recorreram aos lay-offs (suspensão temporária de contratos de trabalho), a férias coletivas, semanas curtas de trabalho e programas de demissão voluntária num único ano.
Em 2014, esses expedientes foram adotados em quase todos os meses, numa espécie de rodízio entre a maioria das empresas para driblar a ociosidade das fábricas, que supera os 20%. O cenário culmina com um fim de ano de férias coletivas mais longas do que em anos anteriores em várias empresas.
Fabricantes como Ford, General Motors, Mercedes-Benz e Volvo darão folgas de quatro a cinco semanas, quando o tradicional são duas a três semanas.
A Mercedes-Benz, por exemplo, inicia hoje um período de cinco semanas de férias coletivas nas fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e de Juiz de Fora (MG), o mais longo nos últimos dez anos na empresa, que também tem 1,2 mil trabalhadores em lay-off.
A Ford vai parar por quatro semanas, o dobro do ano passado.
A GM é outra que dará ferias de um mês para o pessoal de São Caetano do Sul (SP) e de São José dos Campos (SP), onde também há lay-off em andamento.
Na Volvo, de Curitiba (PR) a parada será de 30 dias, dez a mais que no ano passado.
Grande maioria dos trabalhadores de montadoras, entre horistas e mensalistas, ficará em casa neste fim de ano.
Nas autopeças, 80% das empresas também vão parar por períodos que acompanham as montadoras, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Só na base do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, 255 empresas informaram que darão férias coletivas, num total até agora de 8.860 pessoas, boa parte delas de autopeças. "De 2000 para cá, este foi o ano que teve mais paradas de produção", constata o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Uma exceção citada por ele nesse período é 2001, quando o racionamento de energia levou várias fábricas a interromperem a produção seguidas vezes no segundo semestre.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, concorda que tem sido um ano forte em férias coletivas e lay-off, "efeito principalmente do primeiro semestre, quando as vendas caíram mais fortemente em razão do pessimismo geral com a economia".
 
Dispensa temporária
O lay-off consiste em dispensa do trabalhador por até cinco meses. Nesse período, ele recebe parte do salário da empresa e parte do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e faz cursos de requalificação. Também deixa de recolher FGTS e INSS.
Usado esporadicamente nos últimos anos, em 2014 o lay-off foi adotado por sete montadoras, algumas delas em mais de uma fábrica. A maioria dos programas ainda está em andamento.
"Nos últimos 20 anos nunca tinha visto uma situação dessas em nossa base", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva.
"Pela primeira vez temos lay-off nessa fábrica da GM, tivemos férias coletivas em junho e PDV (programa de demissão voluntária)".
Silva informa que no início deste ano as metas estabelecidas com a direção da empresa para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) era de produção de 285 mil veículos. "Agora estamos torcendo para que chegue ao menos a 230 mil".
 
Ociosidade
Até outubro, a produção de todas as montadoras apresenta queda de 16% em relação ao ano passado, com 2,677 milhões de unidades. A previsão da Anfavea para o ano todo era 3,340 milhões de unidades (10% a menos que em 2013), volume que dificilmente será atingido. Mesmo que fosse, representaria uma ociosidade de 22%, pois as empresas, segundo a Anfavea, têm capacidade atual para produzir 4,3 milhões de veículos anualmente. Apesar de todas as ações adotadas para reduzir a produção, os estoques nos pátios de montadoras e revendas continuam elevados, na casa das 400 mil unidades.
As medidas também não evitaram demissões. O setor cortou 10 mil postos de trabalho neste ano e emprega 147 mil pessoas, o menor contingente desde maio de 2012.
Na sexta-feira, 28 de novembro, a Volkswagen confirmou que abrirá um PDV em janeiro na fábrica de São Bernardo.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a empresa alega que há 2,1 mil trabalhadores excedentes na unidade, que emprega perto de 13 mil pessoas, entre profissionais da produção e administrativos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/ano-tem-recorde-de-pdvs-lay-offs-e-ferias-coletivas